O Instituto Onça-Pintada (IOP), localizado no Estado de Goiás, recebeu uma visita técnica do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), nesta sexta-feira. Um encontro para troca de experiências deixou os sul-mato-grossenses encantados com o trabalho realizado pela organização.
“O que eu vi aqui é algo fantástico. Um trabalho muito bonito com pessoas que sabem o que fazem. Uma paixão pelos animais e são pessoas que sabem o que estão fazendo. Um projeto lindo. Fiquei encantado com os animais e com tudo”, disse um dos técnicos do Imasul.
O IOP é uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, dedicada a promover a conservação dessa espécie, através de pesquisa científica nos biomas onde ela ocorre (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica) (conservação in situ), e também em cativeiro, por meio de seu Criadouro Conservacionista de Animais Silvestres (conservação ex situ).
“Hoje temos sucesso de nascimentos graças ao nosso manejo. Estamos felizes em compartilhar com os técnicos ambientais sobre o nosso trabalho”, disse uma das técnicas do IOP.
O objetivo da organização é promover a conservação da Onça-Pintada, suas espécies de presas naturais e de seus habitats, ao longo de sua área de distribuição, assim como sua coexistência pacífica com o homem, através de pesquisa e estratégias de conservação.
O IOP é líder em esforços de conservação da onça-pintada, não somente no Brasil, como também, ao longo de toda a distribuição geográfica da espécie. A Organização acredita que o ser humano tende a proteger e a preservar o que gosta, se importa ou admira; mas para que isso seja possível, é preciso antes de mais nada, conhecer! O conhecimento leva à conscientização e a necessidade de mudança de atitudes.
HISTÓRIA
No ano de 2002, os biólogos Anah Tereza de Almeida Jácomo e Leandro Silveira, pesquisadores que dedicam suas vidas profissionais à conservação da onça-pintada, fundaram o INSTITUTO ONÇA-PINTADA – IOP, uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, brasileira, cuja missão é preservar o maior felino do Continente Americano. Para tanto, executa e apoia pesquisas com a onça-pintada ao longo de sua área de distribuição.
Com o objetivo de facilitar a interação entre apoiadores estrangeiros às atividades do IOP no Brasil, foi fundado em 2004, nos Estados Unidos, o Jaguar Conservation Fund, instituição sem fins lucrativos com registro 501(C)3. Em 2007, o IOP recebeu o Título de OSCIP, pelo Ministério da Justiça.
O Instituto Onça-Pintada se dedica a promover a conservação da espécie, através de pesquisa em vida livre (conservação in situ) e em cativeiro (Conservação Ex Situ) e O IOP é constituído por uma equipe dedicada, jovem, e com formação multidisciplinar. E atua na formação e capacitação de novos profissionais na área de conservação através do apoio de Teses de Doutorado, Dissertações de Mestrado e trabalhos de conclusão de graduação em áreas biológicas. Os trabalhos estão diretamente relacionados com a onça-pintada e suas espécies de presas e abordam os mais diversos aspectos, como: programas de monitoramento a longo prazo das populações de onças-pintadas e suas espécies de presas naturais em vida livre, programas de manejo para solucionar os conflitos entre este predador e o pecuarista, ecologia, epidemiologia, genética, modelagem, formulação e desenvolvimento de políticas públicas, pagamentos por serviços ambientais, conservação ex situ (através de seu Criadouro Conservacionista de Animais Silvestres), educação ambiental, além de projetos de cunho cultural, educacional e social cujas ações contribuam para a conservação da onça-pintada e, da biodiversidade como um todo.
Em 2016, o Instituto Onça-Pintada criou o Certificado Onça-Pintada, direcionado a produtores rurais, empreendimentos ou prestadores de serviço que estão estabelecidos em áreas de ocorrência da onça-pintada e que por meio de práticas sustentáveis promovam a conservação da espécie e da biodiversidade a ela associada.
REGISTRO DE ONÇAS EM MS
Mato Grosso do Sul também é um dos estados do país que possui grande quantidade de onças-pintadas. Recentemente, uma delas foi vista em Rio Brilhante. A imagem é vista de forma positiva pelos técnicos do IOP, os quais analisam que com as áreas de preservação ambiental, a natureza está se recuperando.
No Pantanal, em 2023, um guia conseguiu flagrar a reunião de seis onças durante uma refeição. Incontáveis registros são realizados em solo pantaneiro, mas o trabalho do Imasul na região também é fundamental.
O Pantanal constantemente registra focos de grandes incêndios. Constantemente animais, como as onças-pintadas, são resgatadas e após passarem por tratamento voltam para o seu habitat natural.
Parcerias entre o instituto e outros órgãos são realizados. Animais vítimas de incêndios ocorridos no Pantanal são resgatados, levados para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) para curar as queimaduras e outros problemas de saúde também provocados pelo fogo. Após a recuperação eles são devolvidos para a natureza.
