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Três Lagoas
terça-feira, 19 de novembro de 2024

Autismo merece respeito: caminhada em Três Lagoas quer levar visibilidade para o TEA

O mês de abril é considerado o Mês de Conscientização do autismo em todo o país. Para marcar a data, a Associação dos Amigos dos Autistas (AMA) organiza uma caminhada em Três Lagoas com o objetivo de trazer visibilidade para o tema do Transtorno Espectro Autista (TEA), debatendo temas como a inclusão social e o respeito às pessoas com autismo e seus familiares.

Autismo merece respeito: caminhada em Três Lagoas quer levar visibilidade para o TEA

No próximo sábado (6), uma caminhada vai reunir pais e filhos para refletir sobre o tema, sempre valorizando as capacidades e respeitando os limites de quem tem TEA. A concentração será às 8H30, na Praça Ramez Tebet, esquina com a Pernambucanas.

Já é a sexta edição da caminhada em Três Lagoas. A presidente da AMA, Neide Lima, conversou com o Perfil News, e comentou sobre a importância de levar visibilidade e informação para a população.

A associação tem 350 pessoas cadastradas. Há quase uma década, a entidade ajuda pessoas diagnosticadas com TEA, realizando palestras, oferecendo medicações, orientação para familiares e para população de maneira geral.

Autismo merece respeito: caminhada em Três Lagoas quer levar visibilidade para o TEA

O transtorno do espectro autista é uma condição que atinge 1 em cada 160 crianças. Essa estimativa representa um valor médio, uma vez que a prevalência observada varia consideravelmente entre os diferentes estudos. No entanto, em alguns estudos bem controlados, números significativamente maiores foram registrados. A prevalência de TEA em muitos países de baixa e média renda ainda é desconhecida, de acordo com a Associação dos Amigos do Autista (AMA).

A partir do último Manual de Saúde Mental, que é um guia de classificação diagnóstica publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, o autismo e todos os distúrbios – incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e síndrome de asperger – fundiram-se em um único diagnóstico chamado transtornos do espectro autista (TEA).

Autismo merece respeito: caminhada em Três Lagoas quer levar visibilidade para o TEA

O TEA é um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento e comunicação social e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses.

Saber lidar com essas condições e buscar tratamento desde cedo pode fazer toda a diferença na qualidade de vida de uma pessoa com autismo.

Para Neide, o tratamento intensivo e precoce, é essencial para melhorar a qualidade de vida de um autista. Se ele passar por um diagnóstico correto, se fizer uma intervenção baseada em evidências científicas quando criança, poderá ter uma vida saudável, uma vida melhor. Quanto mais cedo buscar ajuda, melhor será a vida do autista.

Autismo merece respeito: caminhada em Três Lagoas quer levar visibilidade para o TEA

A presidente da AMA de Três Lagoas diz que a associação procura sempre orientar os familiares dos autistas, já que a família do autista também sofre com o transtorno, muitas vezes por não saber como lidar ou a quem procurar.

Quando uma criança é diagnosticada com transtorno do espectro autista, a família toda também se torna parte do autismo, porque mexe em toda dinâmica da família. Então não adianta cuidar apenas da criança autista, tem que centrar a intervenção na família. A participação de todas as partes envolvidas faz a diferença.

No vídeo abaixo, evento ocorrido na Casa da Amizade em outubro de 2023, por ocasião do Dia das Crianças Autistas, do “AMA” ( Associação de Amigos do Autista), tendo a participação especial do influencer Bruno Patrezzi interpretando o Homem Aranha

Níveis de gravidade do TEA de acordo com o DSM-5

Nível 1 — Leve

As pessoas com nível leve de autismo, em relação à interação e comunicação social, apresentam prejuízos, mas não necessitam de tanto suporte. Têm dificuldade nas interações sociais, respostas atípicas e pouco interesse em se relacionar com o outro. 

Em relação ao comportamento, apresentam dificuldade para trocar de atividade, independência limitada para autocuidado, organização e planejamento.

Nível 2 — Moderado

As pessoas com nível moderado de autismo, em relação à interação e comunicação social, necessitam de suporte substancial, apresentando déficits na conversação e dificuldades nas interações sociais, as quais, muitas vezes, precisam ser mediadas.

Em relação ao comportamento podem apresentar dificuldade em mudar de ambientes, desviar o foco ou a atenção, necessitando suporte em muitos momentos.

Nível 3 — Severo

Os indivíduos com nível severo de autismo, em relação à interação e comunicação social, necessitam de muito suporte, pois apresentam prejuízos graves nas interações sociais e pouca resposta a aberturas sociais. 

Em relação ao comportamento, apresentam dificuldade extrema com mudanças e necessitam suporte muito substancial para realizar as tarefas do dia a dia, incluindo as de autocuidado e higiene pessoal.

Além desses fatores, outros critérios específicos para o diagnóstico de autismo são: prejuízo intelectual e de linguagem, condição médica ou genética, outras desordens do neurodesenvolvimento ou transtornos relacionados.

É preciso falar sobre a palavra “normal”. Afinal, o que é ser normal? Se o que vem à sua mente é uma pessoa que cumpre papéis tradicionais na sociedade, como fazer uma faculdade, casar-se e ter filhos, então, muitas pessoas, até mesmo neurotípicas, não se encaixariam nesse normal, não é mesmo? Quem tem autismo leve consegue ter uma vida tranquila.

“Quem tem autismo leve consegue seguir uma vida normal. Temos autistas fazendo faculdade, catequese. Nesta semana teve um que tirou habilitação. A intenção da passeata é atentar a população sobre o tema e dizer que o autismo existe e que as pessoas precisam aprender a lidar. Não podemos deixar a atenção voltada sobre o assunto apenas no mês do autismo, mas é um tema que precisa ser debatido durante todos os dias do ano”, disse a presidente da AMA de Três Lagoas.

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