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Três Lagoas
quarta-feira, 17 de julho de 2024

Governador Eduardo Riedel cobra retomada da UFN3 durante visita do Presidente Lula ao MS

O Governador Eduardo Riedel (PSDB), cobrou a retomada das obras da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) de Três Lagoas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista esteve em Campo Grande na manhã desta sexta-feira (12).

No último mês de março, o Secretário da Casa Civil do Governo de Mato Grosso do Sul, Eduardo Rocha, disse que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vêm a Três Lagoas até maio apresentar cronograma de finalização das obras da UFN3.

“No final de abril, até o começo de maio, a ministra Simone, o presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia vão estar pessoalmente em Três Lagoas para anunciar o cronograma para finalização das obras”, adiantou.

Simone Tebet também participou do mesmo evento desta sexta-feira, mas nem ela e nem o Presidente fizeram comentários sobre a possível retomada das obras da unidade de fertilizantes de Três Lagoas.

Um dossiê com críticas à atuação de Jean Paul Prates no comando da Petrobras tem sido compartilhado desde a semana passada por aliados do ministro das Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG) e pode mudar os rumos da visita das autoridades em Três Lagoas.

A possibilidade de Jean Paul Prates deixar o comando da Petrobras pode atingir ainda mais a retomada da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), já que uma das críticas do dossiê de Silveira é: “tentou forçar a compra de eólicas offshore prontas da Escócia e sem marco legal estabelecido”, “não inseriu no book de projetos a conclusão de planta de fertilizantes em Três Lagoas/MS (pedido de Alckmin e de Tebet)”.

Ao Perfil News, o Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, disse que o impasse envolvendo o nome de Prates pode, sim, atrasar o andamento das obras.

“Eu vi o dossiê e até a própria ministra Simone manifestou que está equivocado. Ao processo da UFN3 a parte formal vinha ocorrendo. Nas reuniões que tivemos com o presidente sempre houve a confirmação da retomada. Inclusive foi licitada uma empresa para fazer o levantamento das obras. O dossiê do Prates não retomar a UFN3 está equivocado. Nós que acompanhamos o processo entendemos que esse dossiê é para prejudicar a permanência do Prates na Petrobras, mas esta indefinição sobre a presidência da estatal efetivamente atrasa qualquer processo de andamento de obra. Espero que tudo se resolva logo e acredito que a manutenção da estratégia vai ocorrer até pela presença da Simone e do Alckimin que tem uma proposta no plano nacional de fertilizantes”, explicou o secretário com exclusividade ao Perfil News.

A UFN3 é um grande exemplo de promessas não cumpridas. Políticos, em ano eleitoral, dizem que ter realizado avanços nas negociações, mas, na prática, tudo ainda segue parado. Com isso, a população sonha com a retomada das obras e segue acompanhando os próximos ‘capítulos’ dessas ‘novelas’ que se arrastam por anos.

Enquanto isso, dinheiro de mais de R$ 1 bilhão investido na construção inacabada continua ‘evaporando’ com o passar dos anos. Há alguns meses, o Perfil News registros imagens aéreas da UFN3, quando foram vistos equipamentos milionários destruídos pelo tempo sem ao menos serem utilizados.

Novo PAC

A Petrobras informou a retomada da construção da fábrica de fertilizantes UFN3, localizada em Três Lagoas, para 2024. A expectativa é de que a conclusão da obra ocorra em um prazo de até dois anos.

A obra foi listada como em estudo pelo Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e gerou dúvidas sobre se estaria nos planos da empresa para continuação.

No entanto, com articulação do coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, deputado federal Vander Loubet (PT), e da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a obra entrou nos planos da empresa para ser concluída e entregue pelo governo Lula até o final do seu mandato.

A UFN3, quando concluída, terá um papel fundamental na redução da dependência brasileira em 15% dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes. Com 81% da obra realizada, a construção foi paralisada no final de 2014.

A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.

A construção da UFN3, em Três Lagoas, teve início em 2011 e a obra foi paralisada em dezembro de 2014, após a Petrobras romper o contrato com o consórcio responsável pela obra. A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no segmento de fertilizantes.

Em 2022, o grupo russo Acron manifestou interesse na compra da fábrica. Negociações foram iniciadas, mas restaram fracassadas no final de abril porque o plano de negócios proposto pelo potencial comprador queria rebaixar a fábrica para uma indústria misturadora de fertilizantes, condição que não teve aprovação do Governo do Estado.

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