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Três Lagoas
domingo, 22 de dezembro de 2024

O que a celulose e o hambúrguer têm em comum? Conheça as curiosidades do setor

A fibra vegetal está na composição de alimentos processados, como hambúrgueres, sorvete e queijo ralado, bem como em emulsionantes, espessantes e estabilizantes. A tripa da fibra vegetal é utilizada também na confecção de embutidos, como salsichas e linguiças

A celulose é o principal componente da parede celular das plantas. Ela é formada por moléculas de glicose (monômeros) conectadas entre si por ligações de hidrogênio. A estrutura, segundo o ecycle, foi descoberta em 1838 pelo químico francês Anselme Payen, que determinou sua fórmula química.

A celulose é um polímero que constitui uma importante matéria-prima para as indústrias, que a extraem a de diversos vegetais. Na maioria das vezes, a partir da fibra de árvores de eucalipto, pinheiro, algodão, bambu, entre outras. No Brasil, a produção de celulose representa um ativo para a economia brasileira, pois compõe o Produto Interno Bruto (PIB Nacional).

MATÉRIA-PRIMA

Ao contrário do que muita gente pensa, a celulose está presente em diversos produtos do nosso cotidiano. A substância é utilizada como matéria-prima nas indústrias de papel, embalagens e tecidos, como também é usada em fraldas descartáveis, absorventes, alimentos, farmácias, cosméticos, adesivos, biocombustíveis, materiais de construção etc.

O que a celulose e o hambúrguer têm em comum? Conheça as curiosidades do setor
Da floresta para sua casa (Foto: Pixabay)

A fibra vegetal está na composição de alimentos processados, como hambúrgueres, sorvete e queijo ralado, bem como em emulsionantes, espessantes e estabilizantes. A tripa da fibra vegetal é utilizada também na confecção de embutidos, como salsichas e linguiças.

Já os derivados da celulose são usados para fabricar hidrogéis, que funcionam como veículos para ativos dermatológicos e em formulações odontológicas. A substância também é aplicada como revestimento de comprimidos e cápsulas de medicamentos, na fabricação de curativos inteligentes e peles artificiais na Medicina.

Três Lagoas é a ‘rainha’ da celulose em Mato Grosso do Sul. Com duas fábricas, a cidade ocupa o primeiro lugar do ranking dos municípios do Estado que mais exporta para outros países, ficando na frente até da Capital, Campo Grande.

IMPORTÂNCIA DO SETOR DE CELULOSE

Desde 2017, o Brasil se consolidou como o maior exportador global de celulose. Sua produção se baseia em áreas reflorestadas, ou seja, florestas plantadas, respeitando sempre os critérios de sustentabilidade.

A sua produção tem grande importância na economia brasileira, feita pela extração da madeira, fabricação da celulose e fabricação do papel. Entre tantas aplicações da celulose, a produção do papel e fibras de tecidos ainda são as mais conhecidas.

Em vídeo publicado pela (antiga Fibria), acompanhe como é processo de produção da celulose

Devido ao impacto significativo que exerce sobre inúmeras outras cadeias produtivas, o segmento representa 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 6,9% do PIB industrial, com uma receita bruta que ultrapassa os US$ 100 bilhões e uma contribuição para balança comercial de US$ 10 bilhões, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Quais são as principais vantagens da celulose em relação a outros materiais?

Em solos desmatados e empobrecidos, a deposição dos resíduos orgânicos da fabricação de celulose e papel tem alguns efeitos benéficos como elevação do pH com consequente aumento na disponibilidade de determinados nutrientes, notadamente fósforo e micronutrientes; aumento da capacidade de troca de cátions dos solos; incorporação de nutrientes minerais necessários às árvores; melhoria das propriedades físicas como a granulometria, a capacidade de retenção de água e a densidade do solo; aumento da atividade biológica do solo, acelerando a decomposição da serapilheira e a ciclagem de nutrientes.

Os solos utilizados em reflorestamentos brasileiros, com raras exceções, são de baixa fertilidade, mesmo para a atividade florestal. Conforme o ecycle, a correção desses solos é necessária para melhorar a fertilidade e um nível alto de matéria orgânica aumenta a disponibilidade de nutrientes minerais e a capacidade de retenção de água e de cátions no solo. Entretanto, vale ressaltar que esse caso só se aplica a solos anteriormente empobrecidos.

Captura de CO2

Outra vantagem é que o plantio de monoculturas em áreas previamente desmatadas ajuda a capturar CO2 durante o crescimento da vegetação, principalmente porque, como ressalta Fernando Reinach em artigo publicado pelo jornal Estado de S. Paulo, a maior parte da captura de CO2 pelas plantas se dá em sua fase de crescimento. Na fase adulta não há captura de CO2 que não seja liberada novamente durante o período noturno.

O que a celulose e o hambúrguer têm em comum? Conheça as curiosidades do setor

Entretanto, vale ressaltar que essa vantagem só traz benefícios quando a área em que será realizado o plantio em questão já se encontra em estado de deterioração e desmatada; e que, após o corte de árvores para obtenção da celulose, o carbono fixado nas árvores tende a voltar para a atmosfera.

Em comparação às espécies exóticas (que não são naturais dos biomas brasileiros), como o eucalipto – plantadas na forma de monocultura – os vegetais nativos e plantados de forma agroecológica são sempre mais vantajosos em termos de ganhos ambientais – por exemplo, estimulando a própria biodiversidade.

Certificação

Devido ao potencial impacto ambiental do setor de produção de celulose (de base florestal), existe uma exigência (por parte dos consumidores) para serem gerados os menores impactos ambientais (externalidades negativas) possíveis na cadeia de produção dos produtos feitos a partir da celulose.

A certificação, segundo o ecycle, é uma maneira de informar aos consumidores mais exigentes o comprometimento (por parte dos produtores) em reduzir as externalidades danosas ao ambiente (desmatamento na amazônia, desrespeito às áreas indígenas, etc.) dentro de certos critérios preestabelecidos pela certificação em questão.

Por meio da logomarca do sistema certificador impressa na embalagem do produto (como ocorre em pacotes de folhas de sulfite), o consumidor pode saber como o produto foi feito.

(*) Com informações

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