A Festa das Nações que aconteceu neste último final de semana em Água Clara, a 135 km de Três Lagoas, surpreendeu a população local com os altos valores pagos pela gestão em mais um evento. De acordo com informações apuradas no Portal da Transparência do município, as despesas ultrapassam a quantia de cerca de R$ 1 milhão de reais, na segunda comemoração festiva realizada num intervalo de apenas dois meses, em 2024 pela prefeitura municipal.
Em anos eleitorais, como agora em 2024, os gastos com o dinheiro público parece ser a opção do momento com festas nessa dimensão na região. Infelizmente, grande parte da população, muitos por falta de conhecimento acabam passando o pano para esse tipo de situação. Sabendo disso, alguns gestores se sentem à vontade para oferecer a política do “pão e circo” tentando se autopromover por meio dessas festas.
O evento que já virou tradição em Água Clara, deixou uma moradora indignada com a falta de organização. Segundo ela, que não quis se identificar, “a festa com objetivo cultural, teve a participação de centenas de crianças e seus familiares, mas foi decepcionante ao presenciar os banheiros químicos sendo usados tanto por homens como mulheres – “unissex”, tudo junto e misturado, uma vergonha, principalmente quando crianças fazem parte do evento, até que ponto tudo que está acontecendo é normal?”, questiona.
Segundo dados divulgados no Portal da Transparência, nos últimos três anos, a realidade econômica da cidade de Água Clara ultrapassa os valores de R$ 515 milhões, beneficiando diretamente os cofres públicos municipal e indiretamente a população. Diante dos fatos, a gestão alega ônus financeiro ao município quando o assunto é investir nos setores considerados prioritários, como é o caso da saúde pública, reduzindo o salário dos médicos em 60%, desde o final de 2023.
Nos últimos meses, cerca de sete médicos já deixaram de atender na região, e quem sofre com esse descaso é a população, que por sua vez precisa se deslocar até as cidades vizinhas, como Três Lagoas em busca de atendimento.
Enquanto os cofres públicos direcionam o recurso para essas grandes “Festas”, os moradores sofrem com a falta de medicamentos, falta de profissionais, falta de segurança, falta de saneamento básico nas ruas da cidade, falta de professores para suprir a demanda de superlotação das salas de aula, transporte escolar decadente, obras inacabadas, entre outros.