O desastre no Rio Grande do Sul gerou uma onda de solidariedade em todo país. Em Três Lagoas, diversas pessoas estão se voluntariando para ajudar os gaúchos da melhor maneira possível.
Chegou a 151 o número de pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o começo do mês. O último balanço da Defesa Civil foi divulgado na manhã desta quinta-feira (16). O número de municípios afetados subiu para 458, o que representa 92,15% das cidades do estado.
Segundo o relatório, o estado contabiliza 806 feridos e 104 desaparecidos. Ao todo, 2.281.774 pessoas foram afetadas, sendo que 538.164 estão desalojadas e 77.199 permanecem em abrigos. Desde o início das operações de socorro, já foram resgatadas 76.620 pessoas e 11.932 animais.
AJUDA DOS VOLUNTÁRIOS
O drama dos gaúchos é grande, mas a ajuda dos voluntários aquece o coração. Um deles, que ajudou a resgatar cerca de 500 pessoas em meio as inundações que atingem cidades do Estado, disse ter presenciado corpos de mortos amarrados em postes para não serem levados pelas águas.
A vestimenta térmica, guardada nos quartéis para ser usada em situações de mergulho, agora está no corpo de bombeiros militares sul-mato-grossenses, os quais enfrentam baixas temperaturas e já salvaram a vida de 700, entre pessoas e animais que enfrentam as enchentes no Rio Grande do Sul. A contabilização foi divulgada pelo capitão Eduardo Tracz, que faz parte da “segunda leva” enviada ao estado gaúcho. A primeira equipe, de resgate e salvamento, trabalhou por 10 dias ininterruptos e deve ser recepcionada na noite desta quinta-feira (16).
Voluntários de Três Lagoas também se uniram em prol do Rio Grande do Sul. O Perfil News, por meio da página Ricardo Ojeda, tem feito um diário dos valentes três-lagoenses que deixaram o conforto de lado para ajudar o próximo.
Centenas de moradores de Três Lagoas se apresentaram voluntariamente para ajudar na organização, enquanto outros estão na linha de frente na arrecadação de donativos. É através de atitudes como essas que possibilitam enviar um pouco de carinho, de conforto às vítimas.
Desses voluntários, vale destacar Mariana Amaral. Ela e sua filha conseguiram enviar carretas carregadas com água mineral, lanternas e pilhas aos integrantes do Lions Club de Três Lagoas. Servidores da prefeitura e Câmara de Três Lagoas que estão arrecadando donativos, aos empresários Murillo e Leandro Thomé pelo apoio e parceria e a várias outras empresas que também estão atuando na linha de frente.
O também três-lagoense e chef de cozinha, Amon Samuel Assis, está no Rio Grande do Sul ajudando preparando alimentos para as pessoas desabrigadas.
A dupla Marco Pietraroia e Rodolfo Samarino estão dando um show de solidariedade. Levando um barco, completamente equipado e seu espírito aventureiro para somar à equipe de voluntários, ambos estão trabalhando no socorro e resgate às vítimas.
Após percorrerem mais de 1.500 quilômetros, Marco Pietraroia e o seu companheiro de viagem, Rodolfo Samarino, chegaram em Porto Alegre no último domingo. Eles estão instalados em uma residência no condomínio Alphaville, onde o proprietário de uma casa que está no final da construção cedeu gentilmente o imóvel para acomodar os voluntários que chegam de várias regiões do Brasil.
Marcão, como é conhecido pelos moradores de Três Lagoas, encontrou com o ex-deputado estadual e ex-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar, que também está no local atuando como voluntário.
Ao Perfil News, Marcão comentou como tem sido a sua experiência em solo gaúcho. Apesar de toda tristeza das cenas que tem presenciado, o voluntário busca forças para ajudar o próximo. Nesta quinta-feira (15), ele relatou como foi o dia de herói.
“Fizemos uma revisão nos bairros, onde foram muito atingidos. Já haviam sido realizado os primeiros resgates e voltamos para realizarmos uma vistoria. Encontramos muitos gatos nos imóveis. Vou conduzindo os bombeiros levando rações para os animais. Não temos como resgatá-los, pois alguns são muito ariscos. A situação é grave, vários veículos nas ruas completamente danificados, pontes destruídas, é um prejuízo incalculável”, lamentou.