O Projeto Cerrado produzirá 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, ampliando a capacidade instalada da Suzano para 13,5 milhões de toneladas anuais, além de 1,5 milhão de toneladas de capacidade instalada de papel e outros produtos
Faltam poucos dias para Ribas do Rio Pardo se tornar referência mundial, a data, de extrema importância para o setor da celulose, está se aproximando. A maior fábrica do planeta entra em operação no final este mês de junho na cidade. Um megaempreendimento será startado, após três anos de obras e milhares de empregos gerados.
Referência global na fabricação de produtos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, particularmente na produção de celulose, a nova fábrica de celulose erguida em Ribas do Rio Pardo exigiu R$ 22,2 bilhões de investimentos e ampliará em cerca de 20% a capacidade instalada da companhia.
O Projeto Cerrado produzirá 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, ampliando a capacidade instalada da Suzano para 13,5 milhões de toneladas anuais, além de 1,5 milhão de toneladas de capacidade instalada de papel e outros produtos.
DESAFIOS
Recentemente, o Prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze (PT), conversou com o Perfil News e comentou sobre os desafios da obra. O chefe do Executivo termina o mandato em 2024 com um trabalho glorioso.
Com a maior fábrica de celulose do mundo prestes a entrar em operação, a Suzano, também conhecida como Projeto Cerrado, levou um enorme desenvolvimento para a cidade. O megaempreendimento levou emprego de sobra para o município, que continua crescendo e ocupando o segundo lugar do Estado na criação de empregos.
Como nem tudo são flores, Ribas do Rio Pardo também enfrentou e enfrenta problemas. Uma equipe da prefeitura chegou a ir até Três Lagoas para realizar estudos sobre o impacto da instalação de uma fábrica de celulose.
Com duas fábricas de celulose, Três Lagoas tem sido um espelho não só para Ribas, mas também para Inocência, que em breve será contemplada com a Arauco. As indústrias levam milhares de pessoas para uma cidade, sendo assim, problemas com educação e moradia são inevitáveis.
O Chefe do Executivo de Ribas está correndo contra o tempo para tentar colocar tudo em ordem antes de deixar o mandato. Ele explica que escolas, creches e moradias estão nos planos. Ao Perfil News, ele também adiantou que tem negociado com os governos do Estado e Federal sobre a duplicação da BR-262, rodovia conhecida por colecionar acidentes.
Vivendo um momento de euforia, Ribas aguarda a fábrica entrar em operação. O prazo, de acordo com a Suzano, é até junho de 2024 e a indústria vai começar com 3 mil trabalhadores. Durante o pico da obra, foram quase 12 mil empregos gerados
“A cidade está pujante. Temos ajuda da iniciativa privada, mas hoje, só em obras, temos mais de R$ 100 milhões de recursos próprios investidos. Ribas vive um momento de euforia. O pico da obra já passou, o número de trabalhadores diminuiu e tendência é que a cidade receba novos moradores fixos”
Com os moradores fixos, o aumento de escolas e de moradia também aumentam. Com aumento do aluguel em 200% o prefeito explica que sem ter como pagarem aluguel que teve grande aumento, muitas famílias ficaram sem ter um imóvel para morarem.
“Com os novos moradores, tudo muda. São novas culturas e a cidade está se moldando para recebê-los. São detalhes que já aconteceram em Três Lagoas. Temos um desafio que envolve escolas. Estamos construindo duas creches para 360 alunos e estamos trabalhando com o Ministério Público Estadual. Também temos o gargalho da moradia”.
Além disso, o prefeito adianta que tem se reunido com o Governo do Estado e Governo Federal para tentar resolver o problema da BR-262. A rodovia corta várias cidades de MS e com as fábricas de celulose, o número de acidentes aumentou muito.
“Estamos tentando agilizar o problema da BR-262 com o Governador do Estado e com o Governo Federal. Em relação à moradia devemos ir para Brasília e trazer o projeto minha Casa Minha Vida para construir residências em um terreno que já foi desapropriado. Também tive uma conversa com a Ministra Simone Tebet que entendeu a nossa demanda. Estamos preocupados com as pessoas, queremos dar casa a quem precisa de casa”, disse.