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segunda-feira, 15 de julho de 2024

ARGENTINA: Javier Milei reafirma ataques a Lula após cobrança de desculpas: “corrupto e comunista”

O presidente da Argentina, Javier Milei, reagiu com indiferença e reafirmou ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após o brasileiro cobrar publicamente um pedido de desculpas por ter sido chamado de corrupto durante as eleições presidenciais argentinas do ano passado.

Conforme divulgado pelo site Diário do Poder, em entrevista repostada por Milei na manhã desta sexta-feira (28), o argentino voltou a chamar Lula de “corrupto e comunista”, mesmo após o presidente brasileiro ter tido suas condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Milei minimizou a polêmica que dificulta as relações diplomáticas entre os países vizinhos, classificando o conflito como “pequeno e comum a pré-adolescentes” e afirmou não ver necessidade de se desculpar por suas declarações, que ele considera verdadeiras.

“Qual é o problema que o chamei de corrupto? Por acaso ele não foi preso por corrupção? E o que eu disse… Comunista? Por acaso [Lula] não é comunista? Desde quando se deve pedir perdão por dizer a verdade? Ou estamos tão doentes de correção política que não se pode dizer nada contra a esquerda, mesmo quando for verdade?”, reagiu Milei ao ser questionado se pediria desculpas a Lula, em entrevista ao canal La Nación +.

O argentino também reclamou da interferência ativa de Lula nas eleições argentinas, ao apoiar o candidato derrotado, Sergio Massa, afilhado político do então presidente Alberto Fernández, no ano passado.

“Você acha que a campanha negativa que o Massa fez contra mim, impulsionada pelo Brasil, não foi agressiva? (…) Vão me pedir desculpas pela quantidade de mentiras que disseram durante toda a campanha? Os que mentiram exigem que o outro peça perdão por dizer a verdade?”, comparou Milei.

Veja o trecho da entrevista divulgado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP):

Ex-condenado não quer cizânia

O STF anulou ações penais da Operação Lava Jato que haviam resultado em condenações de Lula e sua prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro. O argumento do Supremo brasileiro foi de que houve conluio entre a acusação protagonizada pelo Ministério Público Federal (MPF) e o então juiz da operação, atual senador Sérgio Moro (União-PR), com base em dados da Operação Spoofing, que revelou diálogos entre o julgador e procuradores da Lava Jato.

Ao reclamar dos ataques de Milei, Lula disse, em entrevista nesta semana, que o povo argentino e o povo brasileiro são maiores do que seus presidentes e querem viver bem e em paz. Ele justificou que não deseja criar conflitos entre os países, afirmando que bastaria a Milei governar a Argentina, em vez de “governar o mundo”.

“Eu não conversei com o presidente da Argentina porque acho que ele deve pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas. A Argentina é um país que eu gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, o Brasil é muito importante para a Argentina, e não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina”, disse Lula em entrevista ao Portal UOL.

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