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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês

Após 30 meses de obra a maior e mais moderna planta de celulose do mundo entra no cronograma final para o star-up que vai acontecer nesse mês de julho

A maior fábrica de celulose do mundo, a unidade da Suzano de Ribas do Rio Pardo, deve entrar em operação ainda neste mês de julho. O megaempreendimento já está em fase de finalização e vai fazer Mato Grosso do Sul ficar no topo mundial de exportação.

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês
Maurício Miranda Pereira – Diretor de Engenharia do Projeto Cerrado – está há mais de 28 anos na Suzano. Começou como estagiário de engenharia e atuou em diversas posições, entre elas a de gerente geral de diversas áreas, como Engenharia, Elétrica & Instrumentação, Implantação e Gestão de Projetos (Foto: Assessoria)

O Perfil News conversou com o Diretor de Engenharia da Suzano, Maurício Miranda. Trabalhando há quase 30 anos na empresa, ele esteve à frente da nova fábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo. Também conhecido como ‘Projeto Cerrado’, o novo empreendimento fez a economia não só da cidade, mas de todo o Estado disparar.

Maurício explica que a fábrica de Ribas começa a atuar ainda neste mês, mas a cerimônia de inauguração deve ser anunciada em breve.

“Estamos na fase que colocamos todos os equipamentos e sistemas para verificação final para garantir a segurança dos colaboradores do empreendimento. Em breve vamos iniciar o processo de cavaco ( a madeira picada) e logo colocaremos a fábrica de Ribas do Rio Pardo em pleno funcionamento e mandando celulose para o mundo, fazendo Ribas do Rio Pardo entrar no mapa mundial da celulose”

BASE FLORESTAL

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês
Madeira colhida na floresta da Suzano será transportada em hexa-trem através de estradas próprias (Foto: Assessora)

Conforme Maurício, a produção da fábrica começa desde o plantio de uma muda de eucalipto. “A nossa produção de celulose é base 100% eucalipto plantado. Então começamos desde as escolhas dos clones plantados que vão conseguir um bom desenvolvimento de produção das nossas florestas de MS. São viveiros próprios e outros contratados. Realizamos toda parte do plantio que chamamos de silvicultura e depois toda colheita da madeira. Transporte para fábrica em todas, as quais são processadas. A partir disso se inicia o processo industrial de extrair a celulose da madeira. As toras são cortadas em pequenos pedaços, os quais chamamos de cavaco. Eles são transportados para o nosso digestor e depois de ser lavado começamos o processo de branqueamento. Sendo assim, a celulose fica branca para poder ser utilizada pelos fabricantes de papel, fraldas descartáveis etc.”, explicou.

PARTIDA DA FÁBRICA

Para o diretor de engenharia, o start-up da fábrica vai acontecer no momento que iniciar o processo de carregamento de cavaco no digestor, ainda neste mês. Para a liderança da indústria, é o momento que se inicia a produção.

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês

“O marco é quando inicia o processamento no digestor. Ainda no mês de julho já vamos iniciar a operação, a qual não quer dizer que estaremos inaugurando a fábrica. Enquanto estamos realizando esse processo ainda temos muita estrutura espalhada no complexo industrial. Neste mês começamos a produção, mas em breve divulgaremos a data de inauguração. Que é quando a indústria já está operando e um momento que recebemos as visitas de clientes, empresas parceiras, da imprensa e é um momento que recebemos as autoridades. Estamos preparando um processo bem interessante para receber e celebrar”.

1.200 FORNECEDORES E 10 MIL TRABALHADORES

Um megaempreendimento como é o Projeto Cerrado teve parcerias de grandes fornecedores e muitos funcionários. O Diretor de Engenharia conta que mais de 10 mil colaboradores fizeram parte do processo de construção da fábrica.

“Foram 1.200 fornecedores e quando falamos de mão de obra, batemos 10 mil profissionais no pico de obras por quase sete meses. Transformamos uma fazenda em um complexo industrial, o que é preciso de muita gente atuando no processo que é a maior e mais moderna fábrica de celulose do mundo”.

Confira no vídeo, entrevista com Maurício Miranda, diretor do Projeto Cerrado

Apesar de todos esses anos de carreira dentro da empresa, Miranda explica que por trás do megaempreendimento, grandes profissionais também atuaram para a indústria chegar aonde está.

“Nada se faz sozinho. Sou responsável pelo empreendimento, mas temos uma equipe muito competente e compromissada com os nossos propósitos e valores. Tem toda uma estrutura e buscamos trabalhar em sintonia com nossos fornecedores. Buscamos a produtividades, mas primeiramente a segurança dos nossos colaboradores. Temos um ambiente saudável, nenhuma paralisação, mesmo com um grande volume de funcionários”.

OBRA DENTRO DO CRONOGRAMA

O projeto obedeceu ao cronograma de 30 meses. Três Lagoas foi pioneira no Mato Grosso do Sul no setor e hoje em dia é a cidade que mais exporta no Estado. O Diretor de Engenharia acredita que a cidade colaborou por já existir a cultura da celulose na região.

“Três Lagoas colaborou. Na época que a fábrica de celulose foi construída na cidade, tínhamos um cenário mais complexo. Hoje em dia temos sindicatos mais fortalecidos. Nossos empregadores corretos cumprindo os acordos coletivos e devidamente negociados. Tudo isso favorece a não paralisar os serviços. Logicamente é muito importante quando o sindicato faz parte dessa governança. Em Ribas do Rio Pardo tivemos isso. Realizamos diversas campanhas com sorteios de carros, motocicletas e o sindicato esteve conosco nos parabenizando por premiarmos os colaboradores. Estavam sempre presentes e fiscalizando o ambiente e vendo o nosso respeito com as pessoas que trabalham conosco. As pessoas prestam serviço com qualidade e segurança”.

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês

A fábrica entrando em operação precisa de logística e desde sempre a BR-262, conhecida por colecionar acidentes, tem sido uma preocupação para a indústria. Marcelo conta que ações estão sendo realizadas para tentar resolver o problema da rodovia quanto antes.

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês

“A nossa logística de escoamento de celulose vai sair da fábrica de Ribas, em seguida vai via rodoviário pela BR- 262 e sai de Água Clara, sentido Inocência. Na cidade construímos um terminal modal onde vai receber a celulose via caminhões e transferir para um armazém que vai carregar os trens. A 262 sempre foi uma preocupação para todos nós. Estamos tendo espaço para conversar tanto na esfera Federal quando na Estadual sobre as questões de melhorias. Isto está bem endereçado. Em breve acreditamos que haverá melhorias, principalmente das terceiras faixas em um primeiro momento e quem sabe em um futuro próximo à duplicação. É um eixo muito importante não só para a Suzano, mas o escoamento desta rodovia a gente sabe que tem um fluxo importante que o Estado já está olhando para isso para tornar a rota mais segura”.

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês
Base da PRF construída pela Suzano no BR 262, próximo à cidade de Ribas do Rio Pardo (Foto: Assessoria)

Ainda pensando na logística da produção, a Suzano investiu através do Plano Básico Ambiental em uma nova unidade operacional da Polícia Rodoviária Federal, a qual já está operando. A indústria também tem um sistema de rádio que cobre todo trecho da BR-262. Com isso, hoje, a PRF consegue comunicação em todos os locais da rodovia.

Para atender o Projeto Cerrado, a Fábrica de Ribas do Rio Pardo terá floresta própria

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês

“O abastecimento de madeira em Três Lagoas já está equalizado e em Ribas também, mas no primeiro momento estamos buscando o que chamamos de madeira em pé. Por exemplo, comprei uma madeira plantada, mas é um pouco distante. Em paralelo, estamos formando a base que vai atender o raio estrutural de abastecimento da unidade de 65 quilômetros. É muito importante, pois aumenta a nossa competitividade e vai permitir que o transporte seja feito por mega caminhões, chamados de hexa-trem. Grande parte do transporte será feito por eles através de nossas estradas internas. É mais um benefício de minimizar o impacto de trânsito na BR-262”.

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

Sobre a questão ambiental, a Suzano tem grande governança na questão ambiental. A primeira unidade que em operação não fará uso de combustíveis fósseis. O complexo é sustentável e um grande diferencial na gestão ambiental. Sobre o Rio Pardo, o Diretor de engenharia explica como vai funcionar a captação e devolução da água utilizada pela indústria.

“Nós captaremos a água do Rio. Captaremos a água a seis quilômetros da fábrica, após o usa da água é devolvida para o rio, não sem antes passar por um tratamento rigoroso. Temos uma estação de tratamento para isso que volta totalmente adequada para o rio. Tudo isso passa por analisadores e por uma fiscalização”

A produção de energia da fábrica poderia abastecer duas cidades do tamanho de Campo Grande. “A nossa energia limpa e vamos produzir toda energia necessária para o consumo da nossa fábrica. Teremos 170MW, o equivalente a atender uma cidade de dois milhões de habitantes. É um volume significativo e estamos falando de uma usina de médio porte”.

CENÁRIO ECONÔMICO

Uma fábrica de celulose muda o cenário econômico de uma cidade. Em Ribas do Rio Pardo não foi diferente. Milhares de pessoas foram beneficiadas, mudando a realidade de vida da população e fazendo Mato Grosso do Sul ficar ainda mais rico. Olhando para trás, Marcelo Miranda fica com o sentimento de dever cumprido.

Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês
A empresa construiu 950 casas em Ribas do Rio Pardo para atender a equipe de colaboradores (Foto: Assessoria)
Diretor de Engenharia da Suzano garante que Projeto Cerrado segue sem incidentes e inicia processo de produção neste mês

“Existe um orgulho de pertencer a isso tudo, mas como já disse antes, não faço nada sozinho. Temos uma equipe eficiente, que acredita em um propósito. Fizemos 950 casas em Ribas e mais 50 sendo feitas em Água Clara. Quando entregamos a chave a um colaborador nosso, vemos o brilho no olhar do marido, da esposa, dos filhos, os quais não imaginavam ter o próprio teto para morar. É um processo de transformação que sentimos deixar um legado àquilo que prometemos fazer. Estamos transformando a vida das pessoas para a melhor. Estamos tentando fazer a diferença e estamos muito felizes. A fábrica não pode ser vista como um monte de concreto e aço, mas sim como algo que transforma vidas”, disse orgulhoso.

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