Luis de la Fuente assumiu o comando técnico da seleção espanhola após pífia participação na Copa do Mundo do Catar em 2022. Favorita ao título, a “Roja” foi eliminada nas oitavas de final para Marrocos, nos pênaltis.
Após longo trabalho na base, o treinador de 63 foi colocado no cargo antes mesmo do término do Mundial. Meses depois, De la Fuente ganhou seu primeiro título com a seleção nacional: a Liga das Nações da UEFA 2022-23.
Anos antes, em setembro de 2016, Gareth Southgate, também com passado em seleções de base, foi efetivado como técnico da seleção da Inglaterra. Comparado ao técnico espanhol, Southgate possui quase oito anos a frente do “English Team”, enquanto De la Fuente está há pouco mais de um ano e meio no comando da Espanha. Com trajetórias semelhantes, o que se viu em campo na final da Eurocopa foi um reflexo de dois trabalhos distintos.
Mesmo composta por jogadores menos conhecidos, a Espanha chegou à Eurocopa deste ano com o 4º elenco mais caro da competição (965 milhões de euros), o 5º do planeta. Por outro lado, a Inglaterra chegou ao torneio continental rodeada de atletas badalados em todo o mundo, tendo o plantel mais valioso de toda a Euro e mundo (1,52 bilhões de euros). Os dados são do site Transfermarkt.
Apesar de chegar longe nas competições recentes, a Inglaterra segue amargando frustrações mesmo com uma ótima geração de jogadores em mãos. Como em outras ocasiões, a culpa dos fracos treinadores ingleses é evidente. Exemplo este é a atual presença de apenas três técnicos ingleses em todo o campeonato local: Eddie Rowe (Newcastle), Gary O’Neil (Wolverhampton) e Sean Dyche (Everton).
Durante toda a trajetória, os ingleses não tiveram “moleza” alguma. Após fase de grupos aquém, sofrimento para avançar de Eslováquia e Suíça, além de duríssima classificação sobre a Holanda nos minutos finais.
Em contrapartida, o título espanhol tem grande parcela de méritos do técnico Luis de la Fuente. Nos sete jogos disputados ao longo da Euro, foram sete vitórias, deixando seleções como Itália, Alemanha e França pelo caminho. Inegavelmente, foram dois trabalhos distintos.
Rafael de Souza
