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domingo, 21 de julho de 2024

Encontro sobre ‘Cuidados Paliativos’ desmistifica estigmas e provoca reflexões sobre Atenção à Saúde

Com o objetivo de esclarecer e disseminar a cultura de Cuidados Paliativos, bem como dar visibilidade ao tema entre profissionais de saúde, coordenadores de APS (Atenção Primária à Saúde) dos municípios do estado e interessados no assunto, a SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio das superintendências de Atenção Primária à Saúde e Atenção à Saúde, realizou na terça-feira (16) o evento “Cuidados Paliativos em pauta: a potência da APS”, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.

O termo ‘paliativo’ muitas vezes carrega um estigma de estar associado apenas ao fim da vida. No entanto, é fundamental desmistificar essa percepção e reconhecer que os “Cuidados Paliativos” são uma abordagem vital para pacientes com doenças crônicas, independentemente do prognóstico.

O encontro teve como objetivo difundir a cultura de Cuidados Paliativos em Mato Grosso do Sul, com um foco especial na APS, convidando à reflexão sobre essa temática.

Os Cuidados Paliativos são definidos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes e suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças ameaçadoras da vida. Isso é feito através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio da identificação precoce, avaliação e tratamento da dor, além de outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.

Na APS, os profissionais de saúde frequentemente são os primeiros a identificar pacientes que podem se beneficiar dos Cuidados Paliativos, devido à natureza contínua e abrangente do atendimento primário, que permite uma visão holística do paciente e de sua família.

Segundo Michele Borsoi, enfermeira e referência técnica de Cuidados Paliativos da SES, a APS é ordenadora da RAS (Rede de Atenção à Saúde) e coordenadora do cuidado, cabendo a esse nível de atenção cumprir com a missão de estabelecer Cuidados Paliativos em ambiente comunitário.

“Os Cuidados Paliativos devem abranger toda a linha de cuidado e ser oferecidos à pessoa afetada por uma doença que ameace a vida, seja aguda ou crônica, desde o diagnóstico desta condição. Portanto, envolve a assistência na APS e nos demais níveis de atenção à saúde, estendendo-se ao domicílio como espaço de cuidado, uma vez que a maioria das pessoas com condições de saúde que exigem cuidados paliativos reside na comunidade e em suas casas”.

Para o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa, uma abordagem paliativa integrada pode proporcionar alívio de sintomas, suporte emocional e aconselhamento, essenciais para uma gestão mais eficaz da doença. Além disso, os cuidados paliativos visam à coordenação do atendimento, garantindo que os diferentes especialistas envolvidos na saúde do paciente trabalhem de forma coesa, resultando em um tratamento mais holístico e centrado na pessoa.

“Temos que multiplicar e disseminar esses conceitos, pois é possível assistir com qualidade as pessoas que necessitam de Cuidados Paliativos em seus domicílios, proporcionando conforto, carinho, equilíbrio e qualidade de vida”, afirmou.

É importante destacar que os cuidados paliativos não substituem o tratamento curativo, mas complementam-no. Enquanto os tratamentos convencionais visam à cura ou controle da doença, os cuidados paliativos focam no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida, permitindo que os pacientes vivam de forma mais confortável e digna.

Profissionais de saúde, pacientes e familiares precisam estar cientes dos benefícios desta abordagem para garantir que todos os que necessitam possam usufruir de seus inúmeros benefícios, independentemente do estágio da doença.

A inclusão de Cuidados Paliativos na APS é um passo fundamental para garantir que todos os pacientes, independentemente de sua condição, tenham acesso a um atendimento que priorize sua qualidade de vida. À medida que a população envelhece e a prevalência de doenças crônicas aumenta, a APS deve estar preparada para atender a essa demanda crescente de maneira compassiva e eficaz.

A programação contou com palestras da médica de família do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) – Instituto Perdizes, Gabriela Hidalgo, e da enfermeira do Hospital Israelita Albert Einstein, Samara Ercolin de Souza.

Kamilla Ratier, Comunicação SES

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