A VoePass, responsável pelo avião que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), causando a morte de 62 pessoas, acionou sua seguradora para prestar suporte aos familiares das vítimas, que aguardam a identificação e liberação dos corpos em São Paulo.
Conforme o site Metrópoles, os corpos foram retirados dos destroços até a tarde de sábado (10) e encaminhados ao IML central. Doze corpos já foram liberados até a noite de domingo (11), após entrevistas com os parentes para identificar características como próteses e tatuagens.
A VoePass, antiga Passaredo, confirmou o acionamento do seguro por meio da Defensoria Pública do Paraná, em parceria com a Defensoria de São Paulo. O avião partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. As seguradoras Alper e Starr estão trabalhando para atender as famílias dos 58 passageiros e quatro tripulantes.
A VoePass se recusou a fornecer mais informações à imprensa, e a reportagem não conseguiu contato com a corretora e a seguradora durante o fim de semana. No domingo (11), houve uma reunião entre representantes da empresa, familiares das vítimas, Ministério Público de São Paulo, Polícia Federal e as Defensorias Públicas para discutir as providências após a liberação dos corpos.
Responsabilidade e indenização
A legislação brasileira exige que a VoePass mantenha um seguro de Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo (Reta), com cobertura de até R$ 103 mil por vítima. Esse valor cobre custos básicos, mas os familiares das vítimas têm direito a indenizações por danos morais e patrimoniais.
A última tragédia aérea de grande porte envolvendo uma empresa brasileira foi o acidente da TAM em 2007, que resultou em 199 mortes. Na época, um sistema de mediação inédito foi criado para acordos extrajudiciais de indenização, aceito por 90% dos familiares.
A legislação brasileira exige que as empresas indenizem as famílias independentemente de serem consideradas culpadas pelo acidente. A Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo aguardam os laudos periciais e o relatório do Cenipa (FAB) para possíveis indiciamentos.