Conhecido por sua defesa de bandeiras progressistas, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que foi delegado da Polícia Civil por 17 anos, fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, usando como referência o escândalo conhecido como “Vaza Toga”.
Conforme divulgado nesta sexta-feira (15) pelo site Diário do Poder, Vieira, que também é jurista, argumenta que não apenas o recente vazamento de conversas, mas toda a conduta do magistrado, justificaria um pedido de impeachment.
Vieira destacou que é autor de um dos pedidos de impeachment contra Moraes, protocolado em 2019, e fez uma declaração contundente: “Temos que encontrar ferramentas para colocar de volta na caixinha esse monstro autoritário que surgiu e que vários segmentos da sociedade validam”.
O senador afirmou que, em sua visão, a conduta geral de Moraes é motivo para impeachment. Ele lembrou que seu pedido foi feito em abril de 2019, mas foi rejeitado pelo governo Bolsonaro. “Agora, você pergunta se vai acontecer [o impeachment]? Não, não vai. Porque a tramitação de um processo de impeachment depende da decisão monocrática do presidente da Casa”, explicou.
Vieira também observou que, se o processo avançasse no Senado, haveria um impacto eleitoral e político, já que uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) seria preenchida por indicação do presidente Lula.
O senador criticou o sistema da Justiça Eleitoral, onde ministros se revezam entre julgar e advogar para políticos, e acusou Moraes de aplicar uma “justiça de vingança”. Ele questionou a proporcionalidade das penas, citando o caso de uma mulher condenada a 17 anos de prisão por invadir um prédio público, uma pena que ele considera desproporcional em comparação a crimes graves como homicídio e estupro.
Para Vieira, o excesso nas ações de Moraes é evidente desde o início, alegando que o ministro atua não só como juiz, mas também como investigador, denunciante e perito, influenciando detalhes dos laudos para apoiar suas decisões.