Já se passaram quatro meses desde a última vez que o presidente Lula (PT) recebeu um deputado federal em uma audiência privada, segundo os registros da Presidência da República.
Essa mudança de comportamento pode estar contribuindo para as dificuldades de relacionamento de Lula com parlamentares, algo que era sua marca registrada nos primeiros governos.
Conforme o jornalista e crítico político, Cláudio Humberto, entre os aliados, as opiniões se dividem: alguns acreditam que o presidente já não tem a mesma disposição de antes, enquanto outros atribuem a agenda reduzida de audiências à influência da primeira-dama, Janja, que estaria restringindo os encontros.
Janja tem sido alvo de críticas por parte de antigos assessores petistas. Eles afirmam que ela controla quem Lula recebe e até limita a duração das reuniões, impondo um tempo máximo de cinco minutos.
Desde abril, não houve reuniões privadas com deputados federais, exceto uma com Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, que é considerada uma exceção.
O isolamento de Lula tem sido tão evidente que, entre janeiro e agosto, ele realizou apenas três reuniões com deputados federais, todos do PT. Os encontros que ocorreram foram coletivos e breves, sem o tradicional “pé-de-orelha” que sempre foi uma especialidade de Lula.
