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Três Lagoas
sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Motorista três-lagoense comenta perrengues já enfrentados na ‘Rodovia da Morte’, a BR-262

Há anos na estrada, Edilene Ferreira sabe bem sobre os perigos encontrados nas rodovias de Mato Grosso do Sul, principalmente da 262, a considerada ‘Rodovia da Morte’. Motorista de Van, um setor ainda considerado masculino, mas que com muito profissionalismo, ela já ganhou o seu espaço.

Pioneira na profissão, quem a vê trabalhando não imagina o caminho percorrido até o volante. Tudo começou há quase 20 anos, quando o pai de Edilene adquiriu a empresa de vans. Já tem mais de uma década que ela trabalha no setor de transporte, onde prestou serviços no escritório, foi cobradora e agora motorista.

Motorista três-lagoense comenta perrengues já enfrentados na 'Rodovia da Morte', a BR-262

PERRENGUE NA RODOVIA

Edilene conta que já viu de quase tudo nesta vida. Realizando o trajeto Três Lagoas- Campo Grande há anos, a motorista diz que o pior obstáculo são as condições das estradas, principalmente da BR-262. Além de perigosa, a rodovia também é movimentada e sem as devidas manutenções.

“A sinalização é precária, muitos buracos e é muito perigosa. Contei pelo menos nove trechos da BR-262 que precisam de pelo menos uma terceira faixa com urgência. Uma rodovia sem manutenção, nos dá manutenção. Em uma semana tivemos prejuízo com dois para-brisas quebrados e um pneu devido à precarização da rodovia”, disse.

A motorista explica que devido as grandes indústrias instaladas em Mato Grosso do Sul, além das novas que em breve devem entrar em operação, o fluxo de veículos aumentou drasticamente, mas não realizaram melhorias na BR- 262 para suportar o movimento que só cresce.

“Faço o trecho de Três Lagoas a Campo Grande e convivo com o perigo. São veículos grandes várias vezes precisei ir para o acostamento para não aconteceu um acidente. É um trecho que liga a Capital do Estado a um município que abriga uma das maiores economias de Mato Grosso do Sul. Precisamos de uma duplicação na BR- 262 com urgência ou pelo menos, no mínimo uma terceira faixa”.

Com a possibilidade de uma nova indústria de celulose se instalar na cidade de Água Clara, a tensão aumenta ainda mais para quem precisa pegar a estrada diariamente, já que o fluxo de veículos que já era grande pela BR-262 deve aumentar ainda mais. Sucessivamente o risco de acidentes pode disparar se nada for feito na rodovia.

No vídeo abaixo Edilene conta que existe um longo trecho da rodovia (BR262) sem nenhuma faixa de sinalização, situação que coloca em risco a segurança dos usuários da rodovia

“Aumenta a nossa insegurança. Lidamos com animais na pista e também com o grande fluxo de veículos. Possivelmente vamos precisar pagar pedágio, mas não adianta nos cobrar algo, aumentar os nossos custos, mas não nos oferecer melhorias. Não tem como dizer que a BR-262 não precisa de uma duplicação”, ressaltou.

Mulher no volante, perigo constante? Nada disso! Edilene prova que as mulheres estão ocupando espaços que antigamente eram exclusivamente masculinos. Nesses anos na estrada ela já fez de tudo. Trocou pneus, óleo, e claro, ouviu piadas machistas, mas as quais ela enfrenta com muita facilidade

“As coisas estão mais tranquilas. Raramente alguém tenta fazer uma piada, mas eu costumo resolver rápido. Quando percebem o nosso profissionalismo, as pessoas confiam”.

Mas não pense que ser motorista era um antigo desejo, Edilene não pensava em dirigir, mas hoje em dia se encontrou e não imagina mais ficar sem as estradas da vida.

“Meu pai precisou ficar internado e eu dirigi, mas me encontrei. Hoje em dia é como se fosse o ar dos meus pulmões. Sinto uma sensação de liberdade na estrada e não consigo mais ficar sem. É o lugar que me encontrei e também onde eu quero ficar”.

OBRAS NA BR-262 E OUTRAS RODOVIAS DE MS

PROJETO ROTA DA CELULOSE

Nesta semana, com a presença de empresários e mercado financeiro, o governador Eduardo Riedel (PSDB) apresentou na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), em São Paulo, o projeto que vai beneficiar Três Lagoas e todo Mato Grosso do Sul. O ‘Rota da Celulose’, prevê a concessão de trechos das rodovias BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395. O leilão está previsto para ocorrer em dezembro.

Motorista três-lagoense comenta perrengues já enfrentados na 'Rodovia da Morte', a BR-262

O encontro, foi mais uma oportunidade de mostrar as vantagens de se investir no Mato Grosso do Sul. “Uma reunião extremamente positiva aqui na B3, onde o mercado se fez presente, com a participação dos interessados em participar do leilão em dezembro. Todos puderam conhecer o projeto e agora é esclarecer as dúvidas para se ter o melhor resultado possível”, afirma o governador.

Riedel ressaltou que serão 870 km de rodovias (estaduais e federais), sendo estimados R$ 8,8 bilhões em capital privado, nesta concessão que será de 30 anos. “Temos que agradecer ao governo federal pela confiança em delegar trechos das rodovias federais ao Estado, que vai promover o desenvolvimento desta rota (celulose), com trechos de duplicação, terceira faixa e acostamento integral. Um projeto inovador que dá competitividade aos negócios e segurança aos motoristas”, completou.

BLOCO DE RODOVIAS

O bloco de rodovias que vai para o leilão passa por nove municípios do Estado, entre eles Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Água Clara, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Anaurilândia.

Motorista três-lagoense comenta perrengues já enfrentados na 'Rodovia da Morte', a BR-262

Compreende os seguintes trechos: MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo (226,3 Km); MS-338, que liga Santa Rita do Pardo e o entroncamento com a MS-395 (60,1 Km); e MS-395, de Bataguassu ao entroncamento com a MS-338 (7,7 Km); além da BR-262, ligando Campo Grande a Três Lagoas (328,2 Km) e BR-267, de Bataguassu a Nova Alvorada do Sul (248,1 Km).

Neste pacote estão previstos 114,5 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 dispositivos, que vão proporcionar mais segurança. Ainda terá a prestação de serviços aos usuários por meio de 50 veículos operacionais, entre ambulâncias, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas e inspeção para controle do tráfego.

“Não tenho dúvidas que o Estado vai seguir esta rota de crescimento, com case de sucesso para quem investir aqui e ao próprio Estado, contribuindo para economia do Brasil. Quem estiver conosco vai fazer parte desta história. Nós procuramos dar solidez, segurança jurídica e transparência a todos estes projetos”, mencionou o governador.

Riedel ainda aproveitou a oportunidade para destacar os projetos de concessão ou PPP (Parceria Púbico-Privada) que estão em andamento como infovia digital e esgotamento sanitário, assim como no futuro na área de saúde e ferrovias. Outro ponto de destaque é a participação estratégica do Estado na rota bioceânica.

O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, citou que todo este cenário vai impulsionar a economia do Estado. “Nosso objetivo é atrair novas empresas, agregar valor aos nossos produtos, aumentar exportações e para que isto aconteça é fundamental os investimentos em logística. O governo estabeleceu uma estratégia muito clara através destas concessões, com um projeto consistente”.

AUMENTO DE VEÍCULOS E PERIGO NA BR-262

O crescimento que as fábricas de celulose trouxeram para o Mato Grosso do Sul é algo inquestionável. Indústrias fazem a economia disparar e atrai milhares de novas pessoas. Com isso, os ‘contos de fadas’ também têm seus vilões e um deles é a BR-262 no Estado.

Muito se fala em retomadas de grandes empreendimentos e realização de grandes obras em Três Lagoas, mas algo que parece estar perto de ser realizado vai adiando e o tempo vai passando. Quando percebemos, anos se passaram e enxergamos que nada foi feito.

Motorista três-lagoense comenta perrengues já enfrentados na 'Rodovia da Morte', a BR-262

Em Três Lagoas temos grandes exemplos de obras paradas que os políticos prometem retomar ou realizar, mas nunca existe uma data definida ao certo. Em alguns pontos sabemos da dificuldade de negociação, mas enquanto isso, a população sonha com um futuro melhor.

A duplicação da BR-262 é grande exemplo de promessas que ainda não foram cumpridas. Em 2023 aconteceram grandes avanços nas negociações, mas segue sem uma data definida  ‘na prática’.

A duplicação da BR-262, foi extremamente cobrada por vários políticos e pela população. Conhecida como ‘rodovia da morte’, liga várias cidades de Mato Grosso do Sul, se tornou foco de acidentes no Estado. A instalação de novas atividades econômicas na região — ligadas ao plantio de eucalipto e fábricas de celulose — influencia o aumento do fluxo de veículos e, consequentemente, o maior número de acidentes.

Com a instalação da nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, o fluxo de veículos na BR-262 teve um drástico aumento. Sem as obras necessárias, como a duplicação da rodovia, que há anos é debatida, os números de acidentes não param de crescer.

Há muitos anos a BR-262, que serve como principal trecho de transporte logístico, é alvo de reclamações dos motoristas pelos constantes riscos de acidentes.

São inúmeros acidentes já registrados na rodovia, mas até o momento, apesar dos avanços nas negociações, o sonho da duplicação da ‘rodovia da morte’ ainda não tem data para ser realizado.

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