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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Equipe da Semadesc e Agraer conhece tecnologia e sistema de produção de fazenda automatizada de pecuária leiteira

Sistema de produção de leite com vacas Girolandas produzindo mais de 24 litros de leite por dia em regime de pasto e ordenhadas com robôs automatizados. Este projeto inovador que está sendo desenvolvido em uma fazenda próxima a Campo Grande foi destino ontem (9) de uma visita técnica da equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e assistência técnica da Agraer (Agência de desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS).

O grupo liderado pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável Rogério Beretta, da Semadesc, contou com a presença do coordenador de pecuária leiteira Orlando Serrou Camy Filho, o gestor de Desenvolvimento Rural, João Roberto Felipe, o pesquisador da Agraer Vitor de Oliveira e o gestor em desenvolvimento agrário da Agraer, José Carlos Gasperoni.

O objetivo foi conhecer o sistema de produção que utiliza alta tecnologia em equipamentos e um eficiente sistema alimentar e de manejo do rebanho, alcançando resultados econômicos positivos para o empreendimento.

A equipe foi recebida pelo diretor executivo do Grupo Guarujá, Luiz Venturi e o gerente de pecuária leiteira Hamilton Luiz de Nadai. No local eles conheceram o projeto que contou com recursos do FCO (Fundo Constitucional do Centro Oeste) e teve início em junho deste ano.

Num talhão de 130 hectares, o grupo trocou a lavoura de soja por um sistema de produção de leite de alta eficiência, explorando a alta lotação proporcionada pelo pastejo rotacional, alimentação balanceada e ajustada a demanda individual além da ordenha robotizada.

Contando com vacas da raça Girolando selecionadas para produção elevada de leite em ambiente tropical. O projeto é modular e até o momento 25% do projeto foi executado. A ordenha voluntária é uma das características do sistema robotizado. Nesse processo, a vaca vai até o robô na hora que deseja, eliminando a necessidade de buscar o gado.

O diretor do grupo Luiz Venturi explicou que na unidade onde o projeto está sendo implementado, já estão sendo ordenhadas 110 vacas em dois robôs e a produção média está acima de 24 litros por vaca/dia, e chegará em poucas semanas em 180 vacas ordenhadas. “Esse sistema traz benefícios tanto para o produtor quanto para o animal e funciona desde o micro produtor assim como para o grande”, destaca.

O gerente de pecuária da fazenda Hamilton Luiz de Nadai conta que a ideia do projeto de leite do grupo surgiu em 2018 ainda em outra fazenda, situada na MS-040 baseada no modelo de produção da Nova Zelândia, de criação do gado em pastagens.

“Buscamos uma raça que se encaixasse neste clima e sistema de produção do Centro-Oeste e a Girolanda foi a escolhida. Trouxemos as doadoras de embriões para nossa fazenda e desenvolvemos uma genética de animais mansos e dóceis, produtivos e longevos. Continuamos selecionando em nossos animais, vacas mansas, com bons aprumos, úberes bem posicionados, tetos de tamanho e formato adequado, alta produção e longa persistência. Para nós o Girolando é a raça que consegue se adaptar bem neste sistema de produção no Mato Grosso do Sul”, complementou.

O processo de produzir leite a pasto, além de ser mais natural, promove o conforto e bem estar do animal e pode ser um grande diferencial no mercado, para produção de baixo custo.

Apesar do custo inicial elevado da ordenha robotizada, o grupo ressalta que o investimento compensa a longo prazo já que os gastos com mão de obra na ordenha são significativamente menores e com ganhos em qualidade de leite. A Agropecuaria Guaruja alcançou neste sistema de produção de leite com ordenha robotizada margens de lucro de 30% mesmo antes do projeto ser totalmente implementado. Além dos gastos menores com mão de obra, o gasto com a suplementação das vacas também é menor, pois explora a qualidade e produtividade da pastagem intensificada, além de reduzir o desperdício, ajustando a suplementação de ração a cada indivíduo.

“O objetivo é baixar o custo e ser eficiente na produção, mas também garantir o bem-estar animal”, acrescentou. “Futuramente vamos fazer o sombreamento das áreas de pasto para garantir o bem estar animal, atingiremos a ocupação total do projeto ocupando os 130 hectares de pasto e contando com um rebanho de 720 vacas sendo ordenhadas em 8 robôs”.

Mudança de paradigmas

O secretário Rogério Beretta avaliou a visita como extremamente produtiva e agregadora no momento em que a Semadesc está prestes a lançar o plano fomento à produção de leite no Estado.

“Vemos aqui uma mudança de paradigmas na pecuária leiteira, que é a produção a pasto e a ordenha robotizada”, salientou lembrando que o Governo do Estado trará dentro do plano de fomento um programa de incentivos financeiros aos produtores, onde eles vão receber um recurso adicional sobre o valor do leite a partir do alcance de critérios de qualidade e produtividade, principalmente.

“Quanto mais o produtor conseguir manter sua produção de leite ao longo do ano, quanto maior a qualidade do leite entregue nos laticínios, maior será o incentivo financeiro recebido. Isso fará com que aquele produtor que ficar acima da média seja recompensado e tenha uma remuneração extra. Assim todos ganham, o produtor, a indústria que recebe mais produtos e com qualidade e o consumidor que garante alimentação de qualidade, frisou o secretário-executivo.”

Outra ação que será implementada, segundo Beretta, e já está autorizada pelo governador Eduardo Riedel é um programa de melhoramento genético do rebanho leiteiro. A ideia que é façamos também uma seleção por meritocracia. “O produtor que atingir os critérios indicados pela circunstância plena do programa poderá ser premiado com serviços e produtos que trarão melhoramento genético ao seu plantel”, pontuou.

“Queremos dar um choque de realidade na produção leiteira do Estado. Mudar a chave com a melhoria da genética e o aumento na produção por meio do uso de tecnologias e incentivos”, concluiu.

Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc

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