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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Com déficit de mais de 14,3 mil policiais civis retomando crescimento, Sindicato ainda aguarda plano de valorização salarial

Na contramão de diversos outros Estados, como o Paraná, São Paulo continua pagando mal a Polícia Civil e sem apresentar propostas efetivas de reestruturação dos salários e da carreira

Mesmo com a nomeação de 4.017 novos agentes em maio de 2024, a Polícia Civil do Estado de São Paulo continua enfrentando constante evasão de profissionais. Para se ter ideia da situação, 133 policiais deixaram a instituição apenas em julho de 2024. Isso ocorre, principalmente, porque São Paulo está entre os Estados que pior pagam a Polícia Civil, o que tem trazido grande desestímulo aos servidores e resultado em constantes pedidos de exoneração e de aposentadoria. O alerta é do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

Dos 41.912 cargos previstos para a Polícia Civil paulista, 27.569 estavam ocupados e 14.343 vagos em julho deste ano. Os dados são do Defasômetro – instrumento utilizado pelo Sindicato dos Delegados para monitorar os Recursos Humanos (RH) da Polícia Civil, com base no Portal da Transparência do governo paulista. 

Com déficit de mais de 14,3 mil policiais civis retomando crescimento, Sindicato ainda aguarda plano de valorização salarial

Se o ritmo de baixas registradas em julho de 2024 (133) se mantiver, até o final de 2026, quando terminará o mandato do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), serão quase 4 mil policiais civis a menos, tornando, praticamente, inócuas as nomeações de 2024, como destaca a presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares:

“A contratação de novos servidores é necessária. Contudo, medidas concretas precisam ser tomadas para a retenção dos aprovados nos concursos, especialmente quanto às atuais condições remuneratórias e de trabalho de nossos policiais civis. Somente com essas ações será possível atrair mais talentos para a instituição e aliviar a sobrecarga dos agentes em atividade, prestando o serviço que a sociedade merece e necessita”, destaca.

No Estado do Paraná, o governador Carlos Roberto Massa Júnior (PSD), o Ratinho Júnior, apresentou um plano com critérios técnicos de valorização dos policiais civis logo no início de sua gestão e definiu melhorias a serem colocadas em prática até o término do mandato, com reajustes remuneratórios efetivos. 

São Paulo, por outro lado, continua pagando mal aos seus agentes, embora a gestão de Tarcísio tenha se comprometido a valorizar a Polícia Civil durante a campanha eleitoral de 2022 e nos primeiros meses do governo. O receio da instituição é que o compromisso fique só no campo das promessas. 

Jacqueline lembra que o governador ainda não apresentou propostas efetivas de reestruturação dos salários e da carreira aos servidores da Polícia Civil:

“Estamos caminhando para a metade do mandato do governador Tarcísio (Gomes de Freitas) e, até o momento, ele não apresentou nenhum plano de valorização efetiva da Polícia Civil, nem sinalizou o que pretende fazer até o final da gestão. A valorização dos policiais civis é urgente e reverte, também, em melhoria nas ações de combate ao crime e na segurança da população bandeirante”. 

Para a presidente do Sindpesp, apenas com investimento na Polícia Civil e na investigação qualificada é que o Estado conseguirá combater a crescente onda de crimes:

“Isso inclui os crimes cibernéticos, como os estelionatos eletrônicos, que vitimam inúmeros paulistas diariamente”, acrescenta. 

A presidente do Sindicato dos Delegados ainda reforça que, a falta de uma política de progressão na carreira da Polícia Civil , com critérios objetivos e transparentes, também desmotiva e leva às baixas na instituição:

“Como já falado anteriormente, a evasão contínua faz com que os policiais civis que estão em atividade sejam submetidos a uma alta sobrecarga de trabalho, o que também leva ao adoecimento de muitos profissionais”. 

Assessoria de Imprensa

Fiamini – Soluções Integradas em Comunicação – *a serviço do Sindpesp*

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