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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Chuva preta: fenômeno atinge cidades do Sul e avança para Mato Grosso do Sul

Conhecida como “chuva preta” por sua coloração escura, o fenômeno já foi registrado no Rio Grande do Sul durante a passagem de uma frente fria e deve atingir cidades de Mato Grosso do Sul neste fim de semana.

Conforme o site Midiamax, a chuva carregada de fuligem das queimadas traz partículas de poluição que “caem” do céu, resultado dos incêndios que afetam diversos estados brasileiros e países vizinhos.

Vinícius Sperling, meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), explica que o monitoramento atualizado indica maiores chances de chuva na região sul de Mato Grosso do Sul, com menor probabilidade para as áreas central, pantaneira e norte.

A previsão aponta que a chuva pode começar a partir de sábado (14) na fronteira sul, enquanto Corumbá tem baixa probabilidade de precipitação, e Campo Grande e Dourados podem ter chuvas no domingo.

O que é a chuva preta?

Segundo Sperling, o fenômeno ocorre quando gotas de chuva atravessam uma camada de fumaça, carregada de fuligem, poeira e poluição. Esse “cobertor” de fumaça é formado pelas queimadas, poluição urbana e poeira em suspensão, especialmente após um longo período de seca. “A chuva preta está mais associada à fuligem das queimadas, mas também coleta partículas de poeira suspensas na atmosfera”, explica.

Apesar da possível ocorrência no MS, a intensidade da cor pode ser menor comparada a regiões mais críticas, como a Amazônia e o norte do Brasil, onde a situação é agravada pelos ventos que transportam a fumaça para o sul do país.

Impactos e riscos

A chuva preta tem um efeito duplo: limpa temporariamente a atmosfera poluída, tornando o ar mais respirável, mas também carrega poluentes para corpos d’água e o solo. A poluição atmosférica, especialmente as micropartículas menores que 2,5 mícrons, é prejudicial à saúde e só é mitigada momentaneamente com a chuva, cuja duração do alívio é curta. “A chuva limpa a atmosfera por um ou dois dias, mas a fumaça das queimadas continua intensa em todos os biomas do país, dificultando uma previsão para o fim dessa poluição”, alerta Sperling.

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