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sábado, 23 de novembro de 2024

Inocência realiza oficina técnica para planejar impacto na saúde com fábrica de celulose

O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), realizou nesta semana uma oficina técnica para desenvolver um diagnóstico situacional e elaborar propostas de políticas de saúde em resposta ao esperado crescimento populacional em Inocência, causado pela instalação da fábrica de celulose do grupo chileno Arauco. O projeto, denominado “Projeto Sucuriú”, prevê um investimento de US$ 3 bilhões e terá grande impacto econômico e social na região, que faz parte da Rota da Celulose.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Doniseth Rosa Bernardo, a instalação da fábrica aumentará significativamente a população do município, passando de aproximadamente 8,5 mil habitantes para 28 mil. Com a chegada de cerca de 12 mil trabalhadores durante a construção da planta industrial, a cidade enfrentará desafios que exigem adaptações urgentes na infraestrutura de saúde pública.

“O impacto no sistema de saúde será grande, e a parceria com o Estado é crucial para garantir que o município esteja preparado para lidar com o aumento populacional sem comprometer a qualidade do atendimento. Precisamos mitigar os efeitos desse crescimento rápido”, explicou o secretário.

Durante a oficina, representantes da saúde municipal e estadual trabalharam em conjunto para identificar os gargalos que surgirão com o aumento da população, tomando como referência o exemplo de Ribas do Rio Pardo, que também passou por um processo de transformação econômica semelhante com a chegada de grandes empreendimentos. Entre os desafios mapeados estão o aumento dos casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a chegada de doenças de outras regiões do Brasil.

A superintendente de Atenção à Saúde da SES, Angélica Congro, destacou a importância de prever possíveis desafios sanitários e de garantir que as ações de vigilância em saúde sejam robustas o suficiente para lidar com as mudanças. “Identificamos problemas potenciais que podem ocorrer com a chegada de novos habitantes e estruturamos ações preventivas, com foco na vigilância em saúde e no fortalecimento da Atenção Primária”, afirmou Angélica.

O Projeto Sucuriú segue o exemplo de Ribas do Rio Pardo, onde um grande projeto industrial também exigiu rápidas adaptações no sistema de saúde local. A superintendente ressaltou que um plano de ação coeso e participativo é fundamental para enfrentar os desafios que acompanham o crescimento econômico.

“A vigilância em saúde será fundamental para monitorar os impactos iniciais. As ações de conscientização e prevenção serão reforçadas para evitar surtos e garantir que as demandas da população sejam atendidas de maneira eficaz”, explicou Angélica Congro.

O Projeto Sucuriú da fábrica de celulose, que estará em operação em 2028, terá a capacidade de produzir quase a metade da capacidade instalada atual do Grupo Arauco, aumentando a produção global da empresa para 7,7 milhões de toneladas por ano. Esse investimento não só impulsionará a economia local, mas também exigirá um esforço conjunto das esferas municipais e estaduais para garantir que o crescimento seja sustentável e socialmente equilibrado.

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