Com mais de 2,8 milhões de residências já atendidas, o país se destaca como um dos líderes na adoção de energia solar em larga escala
O Brasil alcançou a marca de 4 milhões de consumidores utilizando energia solar de geração própria, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Esse número simboliza o avanço da chamada geração distribuída, uma modalidade que tem ganhado cada vez mais espaço no cenário energético nacional, ajudando a impulsionar a sustentabilidade e reduzindo a dependência de fontes energéticas convencionais.
A expansão desse modelo é um reflexo direto da maior conscientização ambiental, da busca por eficiência energética e da economia nas contas de luz. Além de beneficiar consumidores individuais, a energia solar distribuída tem gerado impactos positivos na economia, com a criação de empregos e o aumento da arrecadação de tributos para os cofres públicos.
O que é a geração distribuída?
A geração distribuída permite que consumidores gerem sua própria energia a partir de fontes renováveis, como a solar, em suas residências e comércios, indústrias ou propriedades rurais. A principal vantagem desse sistema é a possibilidade de produzir energia no local de consumo, reduzindo perdas no transporte e custo da eletricidade. Além disso, o excedente de energia gerado pode ser injetado na rede elétrica, oferecendo créditos para o consumidor, que podem ser usados para abater futuras contas de energia.
No Brasil, a geração distribuída de energia solar é amplamente incentivada, tanto por políticas públicas quanto pela adesão voluntária de consumidores. Dados da Absolar apontam que as residências lideram o uso da tecnologia fotovoltaica no país, com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, representando 70% do total de unidades consumidoras que aderiram ao sistema.
A evolução da energia solar no Brasil
O mercado de energia solar no Brasil tem apresentado um crescimento acelerado nos últimos anos. Segundo a Absolar, os investimentos acumulados na geração própria de energia solar já superaram R$ 150,3 bilhões, com uma potência instalada de 31 gigawatts (GW) em sistemas fotovoltaicos distribuídos por todo o país.
Além das residências, outros setores também têm se beneficiado da energia solar. Estabelecimentos comerciais e de serviços representam a segunda maior classe de consumo atendida pela geração própria, com mais de 674,4 mil unidades consumidoras, ou 16,8% do total. Propriedades rurais (10,2%), indústrias (2,4%), prédios do poder público (0,5%) e outros consumidores, como iluminação pública, somam 520 mil unidades.
A tecnologia fotovoltaica já está presente em todos os estados brasileiros e nos 5.550 municípios do país, tornando a energia solar uma realidade acessível para diversos tipos de consumidores. O segmento também é responsável pela criação de mais de 931 mil empregos verdes desde 2012, além de contribuir com R$ 44,7 bilhões em arrecadação para o governo.
Energia solar em casa: uma tendência crescente
Grande parte do sucesso da geração distribuída no Brasil está ligada ao crescimento do uso da energia solar em casa. Sistemas fotovoltaicos residenciais se tornaram uma opção viável para milhões de brasileiros que buscam economizar e reduzir o impacto ambiental. A possibilidade de produzir a própria energia é vista como um investimento de longo prazo, que valoriza o imóvel e diminui a dependência de tarifas elétricas.
Com o aumento das opções de financiamento e incentivos, a energia solar tem se tornado cada vez mais acessível. A tendência é que esse número continue crescendo, à medida que a conscientização sobre sustentabilidade e os benefícios econômicos desse modelo de energia se consolidam.
Perspectivas para o futuro
O crescimento do setor de energia solar no Brasil está longe de desacelerar. Com novas tecnologias e políticas públicas focadas em promover a sustentabilidade, espera-se que a geração distribuída continue a se expandir nos próximos anos. Além disso, a inovação no armazenamento de energia e a modernização da infraestrutura de redes elétricas podem proporcionar um uso ainda mais eficiente e sustentável da energia solar.
A tendência é que mais consumidores optem por sistemas de geração própria, não apenas por razões econômicas, mas também pela crescente preocupação com o meio ambiente. Com uma matriz energética mais diversificada, o Brasil caminha para consolidar sua posição como uma das maiores potências mundiais em energia solar, contribuindo para a transição energética global e para a preservação do meio ambiente.
Em um cenário no qual a busca por soluções sustentáveis se torna cada vez mais urgente, o avanço da geração distribuída no Brasil é um exemplo concreto de que a combinação entre inovação tecnológica e responsabilidade ambiental pode gerar resultados positivos para a economia e para o futuro do planeta.