O projeto está na fase de terraplenagem e o início das obras, previsto para o ano que vem
O conselho de administração da Arauco aprovou nesta terça-feira (24) um investimento global de US$ 4,6 bilhões para construção da primeira fábrica de celulose do grupo chileno no Brasil. A companhia elevou em 40% a capacidade produtiva que terá a futura unidade em relação aos planos anunciados inicialmente: de 2,5 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano.
O principal fornecedor do Projeto Sucuriú, que será erguido em Inocência (MS), será a finlandesa Valmet, responsável por entregar cerca de 50% do projeto industrial.
O escopo do contrato inclui as áreas de processo regulares, uma unidade de gaseificação que vai gerar biocombustível para abastecer os fornos de cal da operação, uma caldeira de recuperação química — a maior do mundo em capacidade no setor — e uma caldeira de biomassa.
A unidade vai gerar mais de 400 megawatts (MW) de energia a partir de fonte renovável, dos quais 200 MW serão destinados a consumo interno. A energia excedente, que será exportada pelo “grid” nacional, é suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes.
“Essa é uma importante e decisiva etapa do Projeto Sucuriú, que contará com ‘expertise’ e tecnologia de ponta. É o maior projeto de produção de celulose do mundo implantado em etapa única”, diz em nota o presidente da Arauco do Brasil, Carlos Altimiras.
O projeto está na fase de terraplenagem e o início das obras, previsto para o ano que vem. No pico da construção, serão 14 mil empregos. A fábrica deve entrar em operação no segundo semestre de 2027.
Segundo o diretor-presidente da Valmet, Thomas Hinnerskov, o investimento da Arauco representa um marco importante para a indústria. “Estamos comprometidos em garantir um excelente desempenho dessa futura fábrica de celulose, que será uma vitrine para as tecnologias de processos sustentáveis da Valmet e soluções avançadas de automação”, afirma, na nota.
Hoje, o grupo chileno pode produzir mais de 5,2 milhões de toneladas por ano em fábricas no Chile, na Argentina e no Uruguai, onde opera uma joint venture com a Stora Enso (Montes del Plata).
Por: Valor Econômico