As emissões de gases do efeito estufa resultantes dos incêndios florestais no Amazonas e no Mato Grosso do Sul atingiram, em 2024, um volume recorde, segundo o Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus (Cams), da União Europeia.
De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (23) pela Agência Brasil, as queimadas nesses dois estados resultaram nos maiores volumes de emissões desde o início do monitoramento pelo Cams, há 22 anos.
As emissões totais de carbono por incêndios no Brasil neste ano somam 183 milhões de toneladas, com 65 milhões de toneladas emitidas apenas em setembro.
As emissões seguem uma trajetória similar ao recorde histórico registrado em 2007. No Amazonas e no Mato Grosso do Sul, os incêndios geraram, até o momento, 28 milhões e 15 milhões de toneladas de emissões, respectivamente.
Além do Brasil, os incêndios na Bolívia também registraram níveis recordes. Em 2024, o país acumulou 76 milhões de toneladas de emissões, o maior volume desde o início do monitoramento.
O Cams destacou que essas emissões têm superado consistentemente a média histórica, especialmente devido a grandes incêndios no Pantanal e na Amazônia, afetando gravemente a qualidade do ar na região.
“A ocorrência desses incêndios pode ser considerada fora do comum, mesmo para o período de julho a setembro, quando são mais frequentes. As altas temperaturas, a seca prolongada e outros fatores climatológicos parecem ter contribuído para o aumento da intensidade das emissões, da fumaça e de seus impactos na qualidade do ar”, conclui o relatório.