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Três Lagoas
sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Novela continua e start para retomar as obras da UFN3 em Três Lagoas deve ficar para 2025

A UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III) é uma das obras mais esperadas pelos três-lagoenses. O sonho que estava previsto para ser retomado em 2024, pelo visto, ficou para 2025. A construção está parada há uma década e ainda não tem previsão exata para ser retomada.

Conforme divulgado nesta semana, a Petrobras pretende investir R$ 252,3 milhões no ano que vem para retomar as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados. O valor representa 6,82% dos R$ 3,7 bilhões estimados pela estatal para colocar a unidade em pleno funcionamento, conforme dados apresentados pelo governo federal na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025 – que fixa os investimentos – apresentada ao Congresso.

OBRA PARADA HÁ 10 ANOS

O que era para ser um marco na busca do Brasil pela autossuficiência em fertilizantes é, há 10 anos, um canteiro de obra parada, abandonada, peças e equipamentos enferrujados, em meio a ruas de terra, que já consumiu muito dinheiro. 

Novela continua e start para retomar as obras da UFN3 em Três Lagoas deve ficar para 2025
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Se retomada, a obra poderia reabrir milhares de novos postos de trabalhos, apenas em Três Lagoas. Unidade de fertilizantes Nitrogenados, começou a ser construída em 2011 e teve as obras paralisadas em dezembro 2014, após integrantes do consórcio SINOPEC estarem envolvidos em denúncias de corrupção. Na época, a estrutura da indústria estava cerca de 81% concluída.

Por conta dessa situação, mais de 5 mil trabalhadores entraram em grave e após mais de 20 dias de paralisação, chegaram a incendiar ônibus, veículos e até o alojamento comodato. Em dezembro de 2014, graças a uma ação da Justiça do Trabalho, movido pelo SINTIESPAV, conseguiu bloquear mais de 50 milhões de reais das contas do consórcio para pagar os trabalhadores.

NOVELA

Após toda essa situação, a UFN3 segue abandonada, destruindo cada vez mais equipamentos milionários que estão deteriorando com o tempo. A novela da obra ser retomada se estende por uma década. O presidente da Petrobrás chegou até a visitar a construção, enchendo o coração do três-lagoense de esperança. A ministra do planejamento, Simone Tebet, chegou a dizer que as obras seriam retomadas ainda em 2024, mas pelo visto o morador de Três Lagoas vai precisar aguardar um pouco mais.

A previsão era de que o estudo de viabilidade técnica e econômica e o processo de licitação poderiam ser iniciados ainda neste ano para a unidade entrar em operação em 2028. No entanto, só com a aprovação do projeto de término da obra aprovado pelo conselho da Petrobras é que se torna possível o uso em 2025 dos R$ 252,3 milhões previstos na LOA. 

De acordo com a LOA, o órgão responsável pelos investimentos é o Ministério de Minas e Energia, por meio da Petrobras. O documento especifica que os R$ 252,35 milhões serão utilizados na “implantação de Unidade de Produção de Fertilizantes Nitrogenados, com capacidade produtiva de 1.223 mil toneladas ao ano de ureia e 70 mil toneladas por ano de amônia – no Estado de Mato Grosso do Sul”, com um custo total estimado em R$ 3,699 bilhões”.

Porém, o texto ainda depende de aprovação do Congresso Nacional, o que deve ocorrer até o fim deste ano. Embora haja somente agora esse recurso para investimento no orçamento da Petrobras, desde o ano passado está aprovado pelo Conselho de Administração da estatal um plano estratégico de investimentos de US$ 102 bilhões até 2028, incluindo a retomada das obras da UFN3. À época, a companhia anunciou que voltaria a produzir fertilizantes. 

Novela continua e start para retomar as obras da UFN3 em Três Lagoas deve ficar para 2025
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Na época de paralisação, o valor orçado era de R$ 3,9 bilhões. Agora, o governo federal estima que serão necessários R$ 5 bilhões para produzir 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia, impulsionando o uso do gás natural que vem da Bolívia ao consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos.

PROCESSO

O processo para vender a UFN3 começou em 2018, que incluiu também a Araucária Nitrogenados (Ansa), localizada em Curitiba (PR). A venda conjunta tornou a concretização do negócio inviável.

Em 2019, a gigante russa de fertilizantes Acron chegou a um acordo para adquirir a unidade, mas a crise na Bolívia impediu a finalização do negócio.  No ano seguinte, em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou uma nova oportunidade de venda. No entanto, as negociações foram retomadas somente no início de 2022, com o mesmo grupo russo.

Já em 28 de abril de 2022, a Petrobras anunciou que a venda da fábrica para o grupo Acron não havia sido concluída. Ainda em 2022, a Petrobras relançou a oferta de venda da fábrica ao mercado. 

Finalmente, em 24 de janeiro de 2023, a estatal declarou o encerramento do processo de comercialização da unidade, gerando expectativas para o reinício das obras.

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