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sábado, 28 de dezembro de 2024

No Dia C, alunos colocam a cidadania em prática falando sobre racismo, meio ambiente e cultura da paz

“Pra mim, cidadania é a convivência com o povo, é saber que as minhas ações têm consequências na comunidade, que uma coisa tão pequena pode acabar gerando um montão de coisas. Cidadania é saber que nem tudo é só você, e sim o que está ao seu redor. Você não mora sozinho, você não vive sozinho”.

No Dia C, alunos colocam a cidadania em prática falando sobre racismo, meio ambiente e cultura da paz
Kauan, de 15 anos, é um dos alunos alcançados pelas ações do Dia C da Cidadania. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

A definição de Cidadania parte do alto de 1,91 m, altura que o estudante Kauan Santiago, de 15 anos, tem. Aluno do 9º ano da Escola Estadual Antônio Delfino Pereira, na comunidade Tia Eva, em Campo Grande, o menino é conhecido pelo pensamento crítico. “Eu acho que é muito bom ser crítico, poder criticar aquilo que é ruim, falar o que você quer, se expressar, ter o poder de fala”, completa. 

Kauan é um dos 130 alunos abraçados pela cidadania ao longo do ano, dentro da escola, e que no Dia C colocam em prática tudo aquilo que é discutido. “Muito da hora trazer esses temas, é uma coisa divertida de se comunicar com os alunos, ainda mais quanto à etnia social e cor”, comenta.

Dia C da Cidadania

O Intervalo da Cidadania é realizado nesta sexta-feira (25), simultaneamente, em escolas de Campo Grande, Corumbá, Ribas do Rio Pardo e Aquidauana, trabalhando todos os recortes sociais sul-mato-grossenses desde juventude, igualdade racial, pessoa idosa, pessoa com deficiência, mulheres, assuntos comunitários aos povos originários.

A ação é uma parceria entre a SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), por meio do Programa Cidadania em Rede, com a SED (Secretaria de Estado de Educação), que leva para escolas de todo o Estado um cronograma de palestras, oficinas, rodas de conversa, reflexão e arte durante o ‘Intervalo da Cidadania’.

Coordenador pedagógico da escola localizada na Comunidade Tia Eva, Petrick Jeff, de 25 anos, é descendente da quilombola e cresceu na região. Ao falar sobre o Dia C da Cidadania, Petrick ressalta que a data é voltada aos estudantes.

“É o momento de dar voz para os alunos, porque os professores trabalham isso dentro de sala de aula, e quando vem pessoas de fora e tem uma roda de conversa como essa, acaba colocando todo mundo pra conversar”, diz.

No Dia C, alunos colocam a cidadania em prática falando sobre racismo, meio ambiente e cultura da paz
Para coordenador Petrick, Dia C dá voz aos alunos. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

Além da data, a escola trabalha durante o ano o recorte social da população quilombola, especialmente a história de Tia Eva.

“Culmina nesse dia, mas a gente tem ainda um projeto chamado ‘Identidade e Pertencimento’, que trabalha aquilo que o aluno precisa para fazer parte da escola, porque para conseguir desenvolver alguma coisa, ele tem que se sentir pertencente a este lugar. Isso é cidadania”, reforça. 

Na Escola Estadual Indígena Pascoal Leite Dias, na aldeia Limão Verde, em Aquidauana, a programação seguiu a temática cidadania, políticas públicas para a juventude e racismo.

Para a subsecretária de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, a data é o grande encontro e a socialização de tudo o que já foi discutido ao longo dos meses sobre cidadania. 

“Cada sala esteve trabalhando uma temática diferenciada. Hoje a possibilidade de todos estarem apresentando o que foi trabalhado e também interagir é fundamental, porque é coletivamente que a gente aprende”.

Aluna do 2º ano, Ana Clara descreve que se dedicou a compreender e compartilhar sobre políticas públicas dentro da temática da cidadania. 

“É de suma importância a questão das políticas públicas, como um jovem deve ser protagonista na nossa sociedade, como ele deve se expor, opinar buscando os seus direitos e deveres na sociedade. Então, é por isso que a gente trabalhou aqui na escola este tema, além das questões do racismo e preconceito com a população indígena também. Espero que quando sairmos daqui, possamos ter uma visão melhor, uma visão diferente da nossa sociedade. Aqui todos estão fazendo a sua parte de cidadania”.

Paula Maciulevicius e Matheus Carvalho, Comunicação da Cidadania

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