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Três Lagoas
terça-feira, 5 de novembro de 2024

Piracema começa em MS terá multa de até R$ 100 mil e continua até fevereiro de 2025

A chuva que caiu em Três Lagoas nos últimos dias também ajudou o mercado do agronegócio a respirar, mas região segue em alerta

O período da Piracema começou oficialmente a 0h desta terça-feira (5) em todo Mato Grosso do Sul. Nesta época, é proibida a pesca nos rios do estado para garantir a reprodução dos cardumes. A proibição vai até o dia 28 de fevereiro do próximo ano.

Diante desse cenário, a pesca ilegal é o principal alvo da Operação Piracema 2025/2025, que envolve esforços integrados entre as secretarias de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), mais especificamente com a PMA (Polícia Militar Ambiental).

Já o prazo para que pescadores profissionais e comerciantes declarem seus estoques de pescado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) vai até a próxima quinta-feira (7). O procedimento é feito por meio de formulário apropriado para os pescadores profissionais e para os comerciantes do setor, incluindo peixarias, hotéis, restaurantes, comércio de iscas, mercados e mercearias.

FENÔMENO

O fenômeno da piracema, que em tupi significa ‘saída de peixes’, é essencial para a reprodução de espécies nativas como pacu, pintado, cachara, curimba e dourado.

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A região de Três Lagoas é rodeada por hidroelétricas, banhadas pelos rios Tietê, Sucuriú e Paraná. A falta de chuva e o calor muito acima da média causou cenas de horror na cidade e em Mato Grosso do Sul. Incêndios, a população lotando unidades de saúde lotadas devido a problemas respiratórios e para vários setores a escassez de chuva também causam um forte impacto.

Três Lagoas e região é cercada de florestas de eucalipto. Grande parte da população também vive do agronegócio. Ambos são setores diretamente impactados com a falta de chuva. Nos últimos dias a cidade registrou chuva, no último final de semana a Lagoa Maior, cartão postal do município, chegou a transbordar, mas ainda assim a quantidade de água não foi o suficiente para alguns empreendedores.

CHUVA TRAZ ESPERANÇA DE DIAS MELHORES

Mencio Costa Alves é assessor pecuário há mais de quatro décadas. Ao longo desses anos de trabalho ele explica os transtornos que a falta de chuva pode trazer.

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“A chuva dos últimos dias melhorou a situação. O mercado do agro que estava parado voltou a aquecer. No final da semana passada as pessoas voltaram a comprar. Causa muito ânimo em várias áreas. As pessoas começam a plantar, jogam semente, uso de óleo diesel, o dinheiro começa a circular no mercado e melhora para todo mundo. Os valores também são impactados pela seca. O valor do limão; da laranja, da carne subiram muito, mas é devido à falta de chuva, pois se não tem no mercado, fica promissor. Chove agora e os valores devem diminuir nos próximos meses. Quando chove fica uma expectativa de mudança, até o ar melhora”, disse.

A seca deixa a conta de energia elétrica mais cara. No Brasil, as usinas hidrelétricas são a principal fonte – a mais barata – de eletricidade, e quando há menos água nos reservatórios, o sistema gasta mais na geração.

OPERAÇÃO PIRACEMA

A Operação Piracema envolverá equipes do Imasul, Polícia Militar Ambiental (PMA) e do Comando de Policiamento Rural. A PMA mobilizará todo o seu efetivo, utilizando veículos terrestres, barcos e drones para monitorar os rios. Em paralelo, os fiscais do Imasul visitarão peixarias, restaurantes, pousadas e hotéis para averiguar o estoque de pescado.

Os comerciantes devem registrar a quantidade de pescado em estoque até 48 horas após o início do defeso, usando um formulário específico. Estoques não declarados serão apreendidos, e os estabelecimentos estarão sujeitos a multas de até R$ 100 mil ou suspensão da licença de atividade.

A PMA também está autorizada a apreender barcos, motores e equipamentos de pesca em caso de flagrantes de pesca ilegal. Além disso, os infratores poderão ser encaminhados à Polícia Civil para registro de ocorrência. As patrulhas terão foco especial em pontos de maior concentração de cardumes, como corredeiras e cabeceiras.

Foto capa: Toninho Barbosa

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