A Rota Bioceânica é outro assunto já comentado no mundo todo. As obras levam desenvolvimento não só para Estado, mas para todo o país. Bataguassu é o ‘centro’ do projeto e a cidade que também vai abrigar a primeira indústria à ZPE (Zona de Processamento de Exportação), da empresa Egezpe, que inclusive já deu início à obra de alfandegamento da Receita Federal
Mato Grosso do Sul está crescendo economicamente em vários ramos. Antigamente quando se comentavam do Estado todos pensavam exclusivamente em agropecuária e agricultura, mas com a chegada das gigantes da celulose o cenário mudou e MS já é conhecido mundialmente por ser um grande exportador do setor.
Três Lagoas foi a pioneira na celulose no Estado, na época a VCP, hoje, a Suzano se instalou com duas linhas na cidade. Em seguida, chegou a Eldorado Brasil, com uma linha e existindo a possibilidade de ter a segunda. Poucos anos depois, iniciou-se a construção do Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo que hoje em dia já é realidade. Um município, com pouco mais de 20 mil habitantes, se tornou um dos mais que mais geram emprego no Estado, graças ao investimento da fábrica.
EXEMPLO MUNDIAL
Mato Grosso do Sul é exemplo mundial quando o assunto é celulose. Com já dito acima, Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias e acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência que, em breve, também terão fábricas operando.
Agora, mais uma fábrica vai se instalar na região já conhecida como ‘Vale da Celulose’. Uma Bracell será construída em Água Clara. Em uma reunião realizada no último fim de semana no Rio de Janeiro, o Governo de Mato Grosso do Sul confirmou a construção do empreendimento.
INVESTIMENTO BILIONÁRIO
A empresa da Indonésia pretende investir US$ 4 bilhões (dólares) na unidade em Mato Grosso do Sul. Já foi iniciado o processo de licenciamento ambiental, com estudo previsto para ficar pronto até fevereiro do ano que vem, sendo mais um empreendimento no setor dentro do Estado.
A unidade terá capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas de celulose, em uma área localizada a 15 quilômetros do perímetro urbano da cidade. A perspectiva é de gerar 10 mil empregos nas obras e 3 mil na operação.
“Participamos do Fórum empresarial indonésia e Brasil, onde tivemos uma rodada de negócios com empresários dos dois países. O motivo principal da nossa vinda é para nos reunirmos com a Bracell, que é uma e empresa do grupo RGE, da indonésia, que discute uma planta industrial no Estado”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Agora, o Estado vai totalizar cinco indústrias e nos próximos anos deve se tornar a maior potência do setor no mundo. Sendo assim, a região do Bolsão pode somar 3 indústrias, já que Três Lagoas conta com duas: a Suzano e a Eldorado. Também existe a possibilidade da Eldorado ter a segunda linha da fábrica. O anúncio foi revelado pelo próprio diretor-executivo, Wesley Batista, durante um evento na cidade de São Paulo. O investimento deve ser de R$ 25 milhões.
PROJETOS: CERRADO E SUCURIU
A indústria da Suzano em MS, conhecida como ‘Projeto Cerrado’ começou os trabalhos neste ano. Inocência também terá uma fábrica de celulose, do grupo chileno Arauco. As obras da unidade terão início em 2025, mas hoje já tem mais de 400 trabalhadores e vários maquinários atuando na construção e movimentando a economia da então pacata cidade que tinha pouco mais de 8 mil moradores antes do início das obras.
Ao todo, em 2028, Mato Grosso do Sul, estará operando com quatro fábricas de celulose e na expectativa de receber a quinta indústria e mais uma linha da Eldorado, o Estado tem de tudo para se tornar a maior potência do setor no mundo. Com as indústrias, também vemos o crescimento do comércio de todas as regiões e do plantio de eucalipto que é a matéria-prima do setor e um negócio que está em alta no Brasil.
PRODUÇÃO
Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foi destinado à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte. O setor foi o quinto item da balança de exportação do agro.
De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária), os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%).
O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).
As exportações de celulose em 2023 geraram divisas no valor de US$ 7,9 bilhões. Os investimentos previstos somam R$ 67,4 bilhões até 2028. Os recursos investidos do setor já são destinados para novas plantas, expansão das áreas cultivadas, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Hoje, é aberta em média uma fábrica a cada ano e meio.
É o caso do Projeto Cerrado, que oferece origem à nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. A fábrica tem a capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. Para além das novas fábricas, o setor investe consistentemente na modernização das plantas existentes, além de ampliação de áreas plantadas e ciência e tecnologia.
ACORDOS POLÍTICOS
Além de movimentar os hotéis, restaurantes e outros segmentos da economia, a celulose também movimenta a política. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, devido às fábricas, o fluxo de veículos aumentou nas rodovias do Estado, sendo assim, melhorias serão feitas em breve.
Uma concessão das rodovias da região Leste de Mato Grosso do Sul, que dão acesso ao estado de São Paulo, composto pelos trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das estradas federais BR-262 e BR-267, terão obras.
Conforme os documentos publicados pelo Escritório de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul (EPE), dos quase 900km de rodovias a serem concedidas neste pacotão, 116 km serão duplicadas, além disso, 457 km terão acostamentos, 251 km serão de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 de dispositivos em nível.
A duplicação está quase que totalmente entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, um trecho de cerca de 97 km, que segundo o estudo deverá ter pista dupla em todo ele. Os outros quase 20k estão na BR-267, mais especificamente na divisa entre Bataguassu e São Paulo.
ZPE – MAIS DESENVOLVIMENTO PARA REGIÃO DO BOLSÃO
A Rota Bioceânica é assunto já comentado no mundo todo. As obras levam desenvolvimento não só para Mato Grosso do Sul, mas para todo o país. Bataguassu é o ‘centro’ do projeto e cidade que também vai abrigar a primeira indústria à ZPE (Zona de Processamento de Exportação), da empresa Egezpe, que inclusive já deu início à obra de alfandegamento da Receita Federal. As obras contam com investimento de R$ 32 milhões.
A Rota Bioceânica rodoviária, é uma mega estrada que possibilitará ligar o oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho e Bataguassu, em Mato Grosso do Sul, como pontes de saída do Brasil.
Akira Otsubo (MDB) é prefeito de Bataguassu e quer a relevância do município no cenário já que a entrada da rota pela BR-267 vai ser pela cidade. O Chefe do Executivo ressalta que Bataguassu tem enorme importância na logística.
A mega estrada, ligada através da construção da Ponte da Bioceânica em Porto Murtinho, segundo estudos da Empresa de planejamento e logística (EPL) pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir tempo de 45 dias, para cerca de 17 dias.
Esse ganho logístico representa incremento de competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Além disso, a rota possibilita o incremento da comercialização entre os quatro países por onde passa: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além de promover a integração cultural e o turismo.