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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Na ONU, Lula evita condenar Irã por repressão a mulheres e execuções

A delegação brasileira enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por se abster, na quarta-feira (20), em uma votação que buscava condenar o Irã por repressão contra mulheres e pelo uso de penas de morte em Teerã.

Conforme o site Crusoe, a resolução foi proposta por países da União Europeia e Estados Unidos e recebeu apoio de 77 nações. No entanto, o Brasil acompanhou os demais integrantes do grupo BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul) na decisão de abstenção, que foi adotada por 66 países no total. O Itamaraty não emitiu nota para justificar o voto brasileiro.

Esta não é a primeira vez que o Brasil se abstém em questões relacionadas ao Irã. Em abril, o chefe da Delegação Permanente do Brasil na ONU, Tovar da Silva Nunes, reconheceu as violações de direitos humanos pelo governo iraniano, mas defendeu a abstenção sob a justificativa de buscar um “diálogo construtivo”.

Na ocasião, Tovar mencionou que o governo iraniano estaria cooperando com investigações internacionais sobre a morte de Mahsa Amini, jovem de 22 anos cujo assassinato, após ser detida pela polícia moral, desencadeou protestos massivos no país. Apesar da posição brasileira, a resolução foi aprovada.

Contexto dos protestos no Irã

Desde a morte de Mahsa Amini em setembro de 2022, o Irã tem enfrentado intensas manifestações contra o regime. O movimento “Mulher, Vida, Liberdade” ganhou força entre as iranianas e recebeu apoio global.

O governo iraniano respondeu com forte repressão, resultando em centenas de mortes e milhares de prisões. Em novembro, uma estudante foi detida após protestar sem roupas na Universidade Azad, em Teerã. Mídias estatais alegaram que ela tinha problemas mentais, mas não apresentaram provas para sustentar a afirmação.

A postura brasileira de abstenção tem gerado críticas de setores que defendem uma posição mais firme contra violações de direitos humanos, especialmente em casos de violência contra mulheres.

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