A eleição para a presidência da Frente Parlamentar Evangélica foi adiada após pressão de parlamentares mais conservadores, que articulam o nome do deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) para liderar o grupo.
Conforme a coluna do jornalista Cláúdio Humberto, inicialmente, a frente estava praticamente assegurada para o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-vice-líder de Jair Bolsonaro na Câmara, mas sua candidatura perdeu força.
Otoni enfrentou resistência dentro do grupo após elogios públicos ao presidente Lula e uma foto ao lado do petista, o que desagradou a ala conservadora. Além disso, sua decisão de não apoiar Alexandre Ramagem (PL) para prefeito do Rio de Janeiro, preferindo declarar voto em Eduardo Paes (PSD), também gerou críticas.
Outro ponto de tensão envolve alterações no edital da eleição. Parlamentares questionam a misteriosa redução no tempo de mandato da presidência, que passou de dois anos para apenas um. Nos bastidores, suspeita-se que a mudança possa ser uma estratégia para evitar uma liderança desalinhada ao Planalto.
A votação, marcada para a próxima quarta-feira (11), será presencial, em cédula, e está prevista para ocorrer às 8h, um horário incomum para movimentações parlamentares, levantando ainda mais especulações sobre possíveis manobras pró-Otoni. Enquanto isso, Gilberto Nascimento, alinhado ao bolsonarismo, segue como o principal nome apoiado pelos “evangélicos raiz”.