Neste fim de semana, o ditador sírio Bashar al-Assad foi derrubado por rebeldes, encerrando um regime marcado por acusações de crueldade extrema.
Conforme a coluna do jornalista Cláudio Humberto, Assad era conhecido por reprimir opositores políticos e grupos étnicos contrários ao seu governo, com métodos que incluíam prisões arbitrárias e execuções sumárias.
Durante seu mandato como presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cultivou relações próximas com líderes autoritários no Oriente Médio, incluindo Assad e o ditador líbio Muamar Kadhafi. Em 2010, durante seu segundo mandato, Lula concedeu a Assad a mais alta honraria brasileira, a Ordem do Cruzeiro do Sul. Na mesma época, chegou a se referir a Kadhafi como “meu ídolo, meu irmão”.
Projeto para revogar a honraria
Somente em 2023, cinco anos após sua apresentação, avançou o projeto de lei do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que propõe cassar a condecoração concedida a Bashar al-Assad. O relator designado para o projeto é o deputado Rodrigo Valadares (União-SE).
Valadares destacou a importância de corrigir atos que vinculam o Brasil a regimes autoritários. “Temos que corrigir qualquer ligação do Brasil com ditadores. A retirada dessa honraria é o primeiro passo. Da mesma forma, a ligação com Maduro gerou proposição de impeachment contra Lula”, afirmou. O parlamentar enfatizou que o Brasil deve rejeitar o terrorismo e defender a prevalência dos direitos humanos.
O caso reacende o debate sobre a política externa brasileira em governos anteriores e a necessidade de uma postura clara em relação a regimes autoritários e violações de direitos humanos.