O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais)
Mato Grosso do Sul está crescendo economicamente em vários ramos. Antigamente quando se comentavam do Estado todos pensavam exclusivamente em agropecuária e agricultura, mas com a chegada das gigantes da celulose o cenário mudou e MS já é conhecido mundialmente por ser um grande exportador do setor.
Três Lagoas foi a pioneira na celulose no Estado, na época a VCP, hoje, a Suzano se instalou com duas linhas na cidade. Em seguida, chegou a Eldorado Brasil, com uma linha e existindo a possibilidade de ter a segunda. Poucos anos depois, iniciou-se a construção do Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo que hoje em dia já é realidade. Um município, com pouco mais de 20 mil habitantes, se tornou um dos mais que mais geram emprego no Estado, graças ao investimento da fábrica.
Mato Grosso do Sul é exemplo mundial quando o assunto é celulose. Com já dito acima, Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias e acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência. Essa última, dentro de mais alguns anos a fábrica estará operando.
Agora, mais uma fábrica vai se instalar na região já conhecida como ‘Vale da Celulose’. Uma Bracell será construída em Água Clara. Em uma reunião realizada no último fim de semana no Rio de Janeiro, o Governo de Mato Grosso do Sul confirmou a construção do empreendimento.
MAS O QUE É A CELULOSE E COMO ELA IMPULSIONA A ECONOMIA BRASILEIRA?
A produção de celulose representa 1,3% do PIB Nacional e 6,9% do PIB Industrial. Com receitas acima de US$ 100 bilhões, é uma das maiores fontes de exportação do Brasil, o qual é o maior exportador global de celulose e tem a sua produção baseada em áreas de florestas plantadas. No país, a produção de celulose começo no século 19 com a Imprensa Régia. Em 1946, segundo o Estadão Conteúdo, Max Feffer descobriu a floresta de eucalipto, impulsionando o setor até os dias atuais.
Embora o Brasil seja o maior exportador de celulose do mundo, desde 2017 ele ocupa a terceira posição em termos de produção global, ficando atrás da China e Estados Unidos. O país é líder na produção de celulose de eucalipto.
A celulose é extraída principalmente de eucalipto, pinheiro e bambu. Ela é a base para todos os produtos do nosso dia a dia, como papel, embalagens e até medicamentos. Além disso, ela também é usada em alimentos processados, cosméticos, adesivos e até curativos médicos.
Em 2023, o Brasil produziu mais de 21 milhões de toneladas de celulose. Mais de 70% dessa produção foi exportada com destaque para mercados da Ásia e Europa.
MS SEGUE SENDO POTÊNCIA MUNDIAL QUANDO ASSUNTO É CELULOSE
Agora, o Estado vai totalizar cinco indústrias e nos próximos anos deve se tornar a maior potência do setor no mundo. Sendo assim, a região do Bolsão pode somar 3 indústrias, já que Três Lagoas conta com duas: a Suzano e a Eldorado. Também existe a possibilidade da Eldorado ter a segunda linha da fábrica. O anúncio foi revelado pelo próprio diretor-executivo, Wesley Batista, durante um evento na cidade de São Paulo. O investimento deve ser de R$ 25 milhões.
Ao todo, em 2028, Mato Grosso do Sul, estará operando com quatro fábricas de celulose e na expectativa de receber a quinta indústria e mais uma linha da Eldorado, o Estado tem de tudo para se tornar a maior potência do setor no mundo. Com as indústrias, também vemos o crescimento do comércio de todas as regiões e do plantio de eucalipto que é a matéria-prima do setor e um negócio que está em alta no Brasil.
De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária), os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%).
O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).
As exportações de celulose em 2023 geraram divisas no valor de US$ 7,9 bilhões. Os investimentos previstos somam R$ 67,4 bilhões até 2028. Os recursos investidos do setor já são destinados para novas plantas, expansão das áreas cultivadas, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Hoje, é aberta em média uma fábrica a cada ano e meio.