Além da precariedade da BR-262, também conhecida como ‘rodovia da morte’, os condutores ainda são imprudentes ao volante. O Perfil News flagrou uma série de imprudências feitas por motoristas durante viagem à Campo Grande
Você, morador de Três Lagoas e região, certamente já viu ou ficou sabendo de algum acidente da BR-262, né? Pois é, o pesadelo parecia que já tinha data definida para acabar, mas vamos entrar no ano de 2025 sem muitas novidades e com estradas precárias.
Com o aumento das atividades das fábricas de celulose, as cidades tiveram um enorme aumento populacional. Com isso, o fluxo de veículos aumentou nas rodovias e sucessivamente os acidentes também. As indústrias investem bilhões e geram economia, mas o Governo precisa se atentar e oferecer suporte nas rodovias do Estado.
LEILÃO ADIADO
O Governo do Estado chegou a anunciar que a concessão de trechos da BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395 seria realizada dia 6 de dezembro, mas o leilão foi adiado após nenhuma empresa se interessar em realizar as obras.
A BR-262 é como uma ‘artéria’ que liga o três-lagoense a várias cidades e Estados. Na região de Três Lagoas, por exemplo, a instalação das fábricas de celulose atraiu milhares de novos moradores, mas não foram feitas melhorias nas estradas, o que causou muitas mortes nas últimas décadas.
O crescimento que as fábricas de celulose trouxeram para o Mato Grosso do Sul é algo inquestionável. Indústrias fazem a economia disparar e atrai milhares de novas pessoas. Com isso, os ‘contos de fadas’ também têm seus vilões e um deles é a BR-262 no Estado.
INDÚSTRIAS
Três Lagoas abriga duas linhas da Suzano e uma da Eldorado. Ribas do Rio Pardo também outra linha da Suzano que entrou em operação em 2024. Uma fábrica da Arauco está sendo construída em Inocência. Uma indústria da Bracell também será feita em Água Clara. Ainda em Três Lagoas, uma nova linha da Eldorado promete ser construída e também as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) devem ser retomadas no próximo ano.
Cada obra dessas citadas acima precisam de milhares de pessoas para serem construídas. Já imaginou o fluxo de veículos nas estradas sem melhorias? Em Ribas do Rio Pardo, por exemplo, o número de carros aumentou 9 vezes mais.
A duplicação da BR-262, foi extremamente cobrada por vários políticos e pela população. Conhecida como ‘rodovia da morte’, liga várias cidades de Mato Grosso do Sul, se tornou foco de acidentes no Estado. A instalação de novas atividades econômicas na região — ligadas ao plantio de eucalipto e fábricas de celulose — influencia o aumento do fluxo de veículos e, consequentemente, o maior número de acidentes.
Há muitos anos a BR-262 (Três Lagoas) e a BR-267 (Bataguassu), que servem como principais trechos de transporte logístico, e sempre foram alvos de reclamações dos motoristas pelos constantes riscos de acidentes. São inúmeros acidentes já registrados em ambas rodovias.
NOVO LEILÃO
O bloco de rodovias que vai para o leilão, sem uma nova data definida, passa por nove municípios do Estado, entre eles Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Água Clara, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Anaurilândia. A concessão será de 30 anos, em um trecho de 870 km de rodovias (estaduais e federais).
Compreende os seguintes trechos: MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo (226,3 Km); MS-338, que liga Santa Rita do Pardo e o entroncamento com a MS-395 (60,1 Km); e MS-395, de Bataguassu ao entroncamento com a MS-338 (7,7 Km); além da BR-262, ligando Campo Grande a Três Lagoas (328,2 Km) e BR-267, de Bataguassu a Nova Alvorada do Sul (248,1 Km).
Nesse pacote estão previstos 114,5 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 dispositivos, que vão proporcionar mais segurança. Ainda terá a prestação de serviços aos usuários por meio de 50 veículos operacionais, entre ambulâncias, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas e inspeção para controle do tráfego.
A VIDA IMPORTA MAIS QUE O PEDÁGIO
Além das melhorias estruturais, a Rota da Celulose deverá contar com 14 pórticos de pedágio eletrônico (sistema free flow) em vez de praças físicas de pedágio.
A cobrança na BR-262, na BR-267, na MS-040 e na MS-338 está prevista para começar em 2026, com tarifas que variam de R$ 4,70 a R$ 15,20 no primeiro ano para automóveis (há multiplicador de tarifa conforme classe do veículo).
A delegação permite a exploração da rodovia BR-262, no trecho entre a divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, a partir da ponte sobre o Rio Paraná, até o encontro com a BR-163, em Campo Grande, o que compreende 328,2 quilômetros de extensão.
Já o segmento delegado da BR-267 parte da divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, no início da travessia do Rio Paraná até o encontro com a BR-163, em Nova Alvorada do Sul. O equivalente a 248,1 quilômetros de extensão.
O projeto é destinado à adequação de capacidade, reabilitação, operação, manutenção e conservação dessas rodovias pelos próximos 30 anos. A estimativa de investimento é de R$ 8,8 bilhões.
ESTRUTURA
A concessão também inclui a prestação de serviços aos usuários por meio de 49 veículos operacionais, entre eles ambulâncias, socorro mecânico, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas e inspeção para controle do tráfego, apreensão de animais silvestres e Postos de Atendimento ao Usuário.
Conforme os estudos técnicos do projeto, a BR-262 terá pista dupla em sua totalidade entre Campo Grande (intersecção com a BR-163) e Ribas do Rio Pardo (acesso à Suzano Celulose).
Dos 101,73 quilômetros, a maior parte terá duplicação com canteiro central. Só os 22 quilômetros dentro da capital sul-mato-grossense (antes do cruzamento com a linha férrea) terão duplicação com barreiras de concreto New Jersey.
Ribas do Rio Pardo terá 12,165 quilômetros de contorno rodoviário duplicado, para desviar o trânsito de veículos pesados de dentro da área urbana.
Os outros 69% da BR-262 – 226,47 quilômetros entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas – receberão 57,57 km de terceira faixa e 21,98 km de acostamentos.
DUPLICAÇÃO DA BR-267
Com total de 248,1 quilômetros, o trecho da BR-267 entre a divisa SP-MS e Nova Alvorada do Sul terá apenas 13,5 km de duplicação, em Bataguassu.
Há previsão de implantação de 73,58 km de terceira faixa no restante da rodovia que continuará com pista simples.
MS-040, MS-338 e MS-395
As rodovias estaduais, também terão alterações em suas estruturas, com a implantação de acostamentos, terceira faixa e postos de atendimento.
ACOSTAMENTOS
327 km na MS-040;
103,62 km na MS-338;
2,68 km na MS-395.
Terceira faixa
103,78 km na MS-040;
14,13 km na MS-338;
800 m na MS-395.
Edificações e dispositivos
4 postos do Serviço de Atendimento ao Usuário;
2 postos da Polícia Militar Rodoviária;
1 Posto de Parada e Descanso.
Viaduto no entroncamento com a BR-163, em Campo Grande.