Professora do curso de Nutrição da Estácio explica como proteger os alimentos da deterioração e evitar riscos à saúde durante o verão
Com a chegada das altas temperaturas, a conservação adequada dos alimentos se torna uma questão crucial para evitar a contaminação e preservar a saúde. A professora do curso de Nutrição da Estácio, Camila Pazello, destaca que o calor favorece a proliferação de microrganismos, como bactérias e fungos, que podem causar intoxicações alimentares graves. Segundo ela, adotar medidas simples, mas essenciais, é fundamental para manter os alimentos seguros e garantir sua qualidade.
“Temperaturas acima de 5°C já são suficientes para acelerar a multiplicação de bactérias em alimentos perecíveis. Por isso, é indispensável que alimentos como carnes, laticínios, ovos e frutas cortadas sejam mantidos na geladeira e consumidos rapidamente”, explica a nutricionista. Ela ressalta que, em dias quentes, o tempo máximo para deixar alimentos preparados fora da refrigeração é de duas horas e, quando a temperatura ultrapassa os 32°C, esse período deve ser reduzido para apenas uma hora.
Outro ponto destacado pela especialista é a importância de preservar a cadeia de frio no transporte e armazenamento de alimentos perecíveis, principalmente durante deslocamentos para praias, piqueniques ou churrascos. “O uso de bolsas térmicas com gelo ou geladeiras portáteis é essencial para manter os alimentos em condições seguras até o momento do consumo”, orienta. Quanto à organização dentro da geladeira, Camila recomenda: “Manteiga deve ser armazenada na prateleira superior ou em compartimentos específicos para laticínios. Requeijão e queijos cremosos na parte central, onde a temperatura é mais estável, enquanto queijos mais duros podem ser mantidos na parte inferior, sempre em embalagens herméticas.”
A nutricionista também esclarece dúvidas comuns sobre o armazenamento de frutas e verduras no verão. “Nem todas as frutas e verduras precisam ser armazenadas na geladeira. Algumas frutas, como bananas, abacates e tomates, ficam melhores fora da geladeira até amadurecerem. No entanto, verduras, em geral, devem ser armazenadas na geladeira para manter sua frescura e evitar a perda de nutrientes.” Além disso, ela reforça que frutas inteiras podem ser mantidas fora da geladeira, mas, uma vez cortadas, devem ser guardadas na geladeira em recipientes fechados para evitar a oxidação e a contaminação. “Isso ajuda a preservar o sabor e a textura”, complementa. Para os legumes, assim como para as frutas, a dica é armazená-los em locais frescos e bem ventilados. “Utilizar sacos plásticos perfurados ou recipientes que permitam a circulação de ar ajuda a preservar os nutrientes e prolongar a vida útil desses alimentos”, orienta.
Para quem não tem acesso constante à refrigeração, Camila recomenda investir em alimentos não perecíveis, como grãos, leguminosas secas e frutas de maior durabilidade, como batatas e cebolas. Além disso, ela sugere métodos de conservação tradicionais, como a fermentação e o uso de potes herméticos, que também auxiliam para prolongar a durabilidade dos alimentos em regiões mais quentes.
A nutricionista também alerta para os riscos de contaminação cruzada durante o preparo de refeições, principalmente quando se manipulam alimentos crus e cozidos sem a devida separação. “Lavar bem as mãos e utensílios, além de usar recipientes adequados, são práticas indispensáveis para evitar a contaminação e garantir a segurança dos alimentos”, completa. Outro ponto fundamental, destacado por ela, é a correta temperatura da geladeira: “A temperatura da geladeira deve estar entre 1°C e 5°C. Temperaturas muito baixas podem congelar alguns alimentos e afetar sua textura e sabor”. Camila ainda ressalta que não é adequado armazenar produtos como açúcar, arroz e feijão na geladeira, pois a umidade pode comprometer sua qualidade: “Esses alimentos devem ser guardados em locais secos e frescos, longe da umidade.”