Reflexões sobre o ano que passou e as escolhas que determinam o futuro: ser passageiro ou motorista da própria vida?
Em uma analogia com uma viagem de ônibus, o autor convida o leitor a refletir sobre o papel que desempenha na vida, lembrando que o controle sobre o próximo ano está em suas mãos.
Por Enrico Pierro
Caminhei pela rua ainda um pouco deserta. Havia poucas pessoas no ponto. O ônibus chegou pontualmente, como de costume. Os bancos ainda todos vazios, era a primeira viagem. Pude me sentar tranquilamente e aproveitar o começo da viagem. Tudo parecia novo e, de fato, era. A viagem parecia que seria longa, mas acabou passando mais rápido do que pude perceber. Ao longo da viagem, várias pessoas entraram e muitas outras desceram. Muito aconteceu naquele percurso. Foram 12 meses.
E quanto não aconteceu durante todo esse tempo? Chegado agora, no final, é sempre o momento em que eu posso parar e lembrar de todo o caminho. Foram várias curvas, lombadas, buracos. Você já parou para pensar nisso? Como a nossa vida, o nosso ano, é como uma grande viagem? E agora é sempre aquele momento da chegada em que parece que desembarcamos, prontos para um novo ano, uma nova viagem, uma nova aventura. Sem meio saber o que esperar de verdade. Inseguros ainda pelo novo.
E ainda que nem tudo seja tão novo assim, a virada de ano guarda mais significados do que a gente pode imaginar. São tantos símbolos e decisões. Metas e objetivos. Mas seguimos reclamando das mesmas velhas coisas e dos mesmos velhos hábitos que insistimos em não mudar. Se somos passageiros nessa estrada, não podemos reclamar que a vida não anda simplesmente porque decidimos sentar na janela e ver o mundo passar. O ônibus não vai parar, nós é que ficamos parados.
A vida é isso, esse ônibus rodando enquanto a gente decide se fica sentado olhando o mundo ir em frente ou não. Se vamos ser só os passageiros absortos na paisagem, meros coadjuvantes ou protagonistas. Seremos motoristas ou não? Eu não posso falar o que você tem que fazer, só você sabe da tua vida. Mas lembra que a estrada é cheia de curvas, buracos, lombadas e obstáculos e estão aí para todo mundo. Não só para você. Então não adianta só reclamar e achar que a tua estrada é pior. Não é.
A vida não vai só te fazer mudar de faixa de vez em quando. Ela é daquelas que ou te deixa aí olhando, ou te joga para fora da estrada. Quem você vai ser no próximo ano depende só de você. Se você vai ser o que vai ficar, de novo, sentado no ônibus vendo tudo passar enquanto reclama, ou só assiste, ou o que dirige, vai depender de você. E só de você. Que no próximo ano a gente aprenda mais a ser protagonistas das nossas próprias vidas. Que sejamos muito mais motoristas que passageiros. Porque eu já estou no ponto, pronto para embarcar para a melhor nova viagem da minha vida. E você? Feliz 2025.
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