O Comando da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) respondeu às acusações de abuso de autoridade em uma ação policial que terminou com a morte de dois jovens na tarde de 21 de dezembro, em Rio Verde de Mato Grosso (MS). Conforme divulgado no último domingo (5) pelo site Top Mídia News, familiares de um dos mortos afirmam que os rapazes não estavam armados e apenas tentaram fugir.
De acordo com a nota oficial divulgada pela assessoria de comunicação da PM, a operação foi uma ação conjunta entre a Força Tática e equipes locais em resposta a denúncias de tráfico de drogas e de pessoas armadas no Conjunto Novo Horizonte.
Segundo a PM, durante o cerco policial, três suspeitos tentaram fugir. Um deles foi rapidamente capturado em posse de 20 gramas de maconha. Já Pedro Luan e Derick Eziel, ambos de 20 anos, teriam colocado em risco a vida dos policiais ao apontarem armas contra a equipe, o que, segundo a nota, motivou a reação policial.
“Os suspeitos apontaram armas contra os policiais, houve confronto, e ambos foram atingidos. Eles foram socorridos ao hospital municipal, mas não resistiram aos ferimentos”, informou a PM.
A operação resultou na apreensão de dois revólveres calibre .22, uma carabina calibre .22, 1,09 kg de cocaína, 854 gramas de pasta base de cocaína embaladas para venda, duas balanças de precisão e R$ 20 em espécie.
Todo o material apreendido foi encaminhado às autoridades competentes, e a ocorrência segue sob apuração. “A Polícia Militar reitera o compromisso com a segurança da população e a manutenção da ordem pública”, conclui a nota oficial.
A prima de um dos jovens mortos contesta a versão policial, afirmando que os rapazes não estavam armados e apenas fugiram ao perceberem a chegada dos policiais.
“Os policiais chegaram atirando, e eles correram”, disse a parente. Segundo ela, os jovens teriam parado durante a fuga e tentado se render, mas ainda assim foram alvejados. “Meu primo falou que não tinha nada e, em seguida, ouviu-se os disparos. Ele não falou mais. O outro policial gritou: ‘olha o outro lá’ e atirou no outro menino”, relatou.
A familiar disse ainda que cada um dos jovens recebeu cerca de cinco tiros e prometeu levar o caso às autoridades competentes para denunciar o que considera abuso policial. “Eles podiam ter atirado na perna, mas não fizeram isso”, argumentou.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o sepultamento dos jovens, acompanhado por um grupo de motociclistas que realizou um “randandan” em protesto contra a ação policial e em homenagem aos falecidos.