A empresa paraguaia Paracel deve anunciar sócio acionista brasileiro nos próximos meses; empresa atuante em MS está entre os nomes
A empresa Paracel, que no final de 2020 confirmou o maior investimento privado da história do Paraguai, espera anunciar entre fevereiro e março a incorporação de um novo sócio acionista do Brasil.
Uma fonte de alto escalão explicou ao portal paraguaio Valor Agro que entre fevereiro e março estima-se fazer o anúncio oficial de um “novo grande parceiro” que “contribuirá muito” para a indústria de celulose que será construída no departamento de Concepción.
Entre os players brasileiros interessados em se juntar ao desenvolvimento florestal do Paraguai está uma das indústrias mais atuantes no setor da celulose no país e em Mato Grosso do Sul.
O acordo com o novo parceiro está muito próximo de ser anunciado”, disse a fonte. Ao mesmo tempo, destacou que, se o acordo for alcançado, o próximo passo será comunicar a duplicação do volume de hectares a serem plantados com eucalipto no país.
Atualmente, a Paracel possui mais de 64.000 hectares próprios e 15.000 hectares sob o programa de promoção do desenvolvimento florestal. Os principais parceiros da empresa são o Grupo Zapag e a Girindus Investments da Suécia, que também possui acionistas nacionais minoritários.
MAIOR INVESTIMENTO DO PARAGUAI
Com investimento estimado em US$ 4 bilhões, a Paracel prevê iniciar a construção da primeira fábrica de celulose do Paraguai o mais rápido possível. A planta será instalada em Concepción e terá capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas por ano de celulose kraft de eucalipto. Com prazo médio de 28 meses para a obra, a previsão é que a unidade esteja em operação em 2027.
No último dia 14 de janeiro, autoridades do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai anunciaram que se reuniram com o CEO da empresa Paracel, Flavio Deganutti e segundo o portal Não Viu, o encontro aconteceu para coordenar e agilizar a construção de uma fábrica de celulose no departamento de Concepción.
“Estamos colocando o MIC a serviço da Paracel, uma obra que é prioritária para o Governo Nacional. São diversas instituições públicas afetadas por esta planta de celulose de grande porte e o MIC está assumindo a liderança na promoção deste empreendimento”, afirmou o vice-ministro do Comércio, Rodrigo Maluff, após a reunião.
“Identificamos em conjunto alguns pontos que devem ser desbloqueados relacionados ao cadastro, zonas francas, estradas para transporte de madeira e aspectos de imigração”, explicou o vice-ministro Maluff.
De acordo com a empresa, os regimes de chuvas, as condições climáticas, a topografia plana e os solos profundos tornam a região de Concepción um local ideal para o plantio, cultivo e colheita ao longo de todo o ano. Conforme a Revista Isto É, a área de reflorestamento está localizada a cerca de 130 km da futura fábrica, que fica próxima do Rio Paraguai. Além disso, a companhia pretende comprar 40% de madeira de terceiros.
Paracel surgiu da união de duas empresas, independentes e de continentes diferentes. De um lado, o grupo Zapag, líder paraguaio na importação e distribuição de combustíveis, que viu uma oportunidade no crescimento de produtos derivados da celulose e decidiu adquirir terrenos destinados ao reflorestamento. De outro, o Girindus Investments, um grupo de empresas com sede na Suécia, que conta com uma experiência na pesquisa e desenvolvimento do negócio da celulose em toda a sua cadeia produtiva – do reflorestamento até a produção de celulose.
Em 2022, juntou-se ao projeto da fábrica paraguaia o grupo austríaco Heinzel, líder na indústria de papel e celulose em seu país, com unidades de produção na Áustria, Alemanha e Estônia e uma rede global de vendas. Para completar, o projeto conta com investidores minoritários do Paraguai e um CEO do Brasil, Flavio Deganutti, ex-diretor de negócios da Klabin.
Fonte: Valor Agro