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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Empresa é acusada de vender mais de 800 toneladas de carne podre do RS como produto nobre do Uruguai

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) descobriu que a empresa Tem Di Tudo Salvados vendeu carnes estragadas, que haviam ficado submersas durante as enchentes do Rio Grande do Sul, como se fossem nobres e vindas do Uruguai.

Conforme o site Metrópoles divulgou nesta última quinta-feira (23), a investigação aponta que as carnes foram limpas e maquiadas para enganar os consumidores e serem vendidas como de boa qualidade.

A Delegacia do Consumidor (Decon) está rastreando as notas fiscais apreendidas no frigorífico para encontrar possíveis compradores do material. O delegado Wellington Vieira, responsável pela investigação, informou que Decons de todo o país foram contactadas para monitoramento, já que as carnes foram vendidas para açougues e mercados espalhados pelo Brasil.

A empresa, que é de Três Rios (RJ), repassou carnes para o mesmo frigorífico do Rio Grande do Sul que vendeu as 800 toneladas do material podre. Essa carne foi lavada para retirar os resíduos de lama e colocada em caixas que simulam origem uruguaia. No entanto, estavam em processo de deterioração.

As investigações começaram depois que a empresa que realizou a venda da carne procurou a polícia para denunciar que notou ter comprado o produto estragado de volta como se estivesse boa e própria para o consumo humano. A polícia descobriu que a carne foi vendida para um frigorífico de Nova Iguaçu, que, por sua vez, revendeu para empresas de Minas Gerais.

A carne acabou sendo oferecida de volta para o produtor de Canoas (RS), onde havia ficado meses debaixo d’água. O produtor notou que a carne era a mesma que havia perdido e denunciou o caso à polícia. A Tem Di Tudo é autorizada a fazer o reaproveitamento de produtos vencidos e alegou aos produtores gaúchos que a mercadoria serait transformada em ração animal.

A investigação descobriu que o destino do produto impróprio era outro. As carnes foram vendidas para outras empresas, o que gerou um lucro “de mais de 1.000%” para a empresa. Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o país. A Polícia Civil fluminense está trabalhando para identificar os compradores do material e garantir que os consumidores sejam protegidos.

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