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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Política de diversificação agrícola faz o cultivo do amendoim crescer e consolida MS como segundo maior produtor no país

Na terra da soja, do boi e da celulose, o amendoim fixa suas raízes e consolida Mato Grosso do Sul como o segundo maior produtor da leguminosa, em casca, do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. O plantio, até então restrito a pequenas áreas em propriedades da agricultura familiar sul-mato-grossense, ocupou na safra passada cerca de 21 mil hectares e a meta para este ano é de superar 40 mil hectares. O fomento à expansão da cultura do amendoim em Mato Grosso do Sul é uma política de diversificação da base produtiva agrícola implementada pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Nesta sexta-feira (24), na abertura do 2º Dia do Amendoim, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, apresentou as ações desenvolvidas pela administração estadual em palestra na sede da Amendoglória, em Glória de Dourados.

Voltado para agricultores locais, o evento apresenta uma programação diversificada, com palestras ministradas por especialistas renomados e debates sobre inovações no cultivo de amendoim. De acordo com o organizador Rogério Hidalgo, da Amendoglória, a ideia surgiu como forma de oferecer mais informações aos produtores que já atuam no segmento ou que desejam ingressar na atividade. Diante de uma plateia de mais de mil visitantes, Beretta apresentou dados da agropecuária estadual, especialmente no setor de amendoim, abordando a necessidade de industrialização e os programas e políticas do Governo para atrair empreendimentos. Ele ressaltou que o Governo tem investido na diversificação de plantios.

“São novas oportunidades de lavouras que estão surgindo em Mato Grosso do Sul. O amendoim começamos a trabalhar há cerca de quatro anos, promovendo palestras e incentivando os produtores. Já conseguimos atrair uma empresa para fazer o beneficiamento no Estado, e queremos que outras também venham. Fechamos o ano passado com mais de 20 mil hectares plantados e, conforme previsão da Conab, este ano ultrapassaremos 40 mil hectares. Temos área disponível para expandir ainda mais”, destacou o secretário-executivo da Semadesc

O amendoim também é visto como alternativa para a intensificação das áreas de pastagem. “É uma excelente opção para áreas arenosas, onde o risco de plantio de soja é maior. Esse evento está alinhado à estratégia do Governo de diversificar nossa cesta de produtos. As lavouras de amendoim estão crescendo rapidamente, graças ao apoio das instituições de pesquisa e dos órgãos de assistência técnica, permitindo um crescimento sustentável com adoção de tecnologia e redução de riscos”, pontuou Beretta.

O evento também contou com a presença do coordenador do Prosolo (Plano Estadual de Manejo e Conservação do Solo e Água), Fernando Nascimento, que ressaltou a importância da adoção de práticas sustentáveis na expansão da cultura do amendoim no Estado.

Alternativa para a safra de verão

O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, destacou o avanço da cultura da leguminosa no Estado. “O amendoim está se tornando uma alternativa significativa para a safra de verão em Mato Grosso do Sul. Temos áreas irrigadas e de sequeiro, e talvez sejamos o Estado com a maior taxa de crescimento da área plantada de amendoim do país”, ressaltou.

Ele lembrou que o Governo atraiu uma indústria de beneficiamento de amendoim, da Casul, que está sendo implantada em Bataguassu. “A Casul é uma cooperativa tradicional exportadora de amendoim e, com a chegada dela, criamos um encadeamento produtivo. Atualmente, indústrias de alimentos do Estado processam amendoim vindo de outros estados, mas queremos que a produção local atenda essa demanda”, avaliou.

Verruck ressaltou a importância de eventos como os Dias de Campo. “São fundamentais para apresentar tecnologias, rentabilidade e potencial produtivo. Mato Grosso do Sul se destaca na cultura do amendoim, que tem grande capacidade de integração com a reforma de canaviais, como ocorre em São Paulo. As áreas de reforma podem ser aproveitadas parcialmente para a produção de amendoim, ampliando as possibilidades para os produtores”, concluiu.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2024/2025, o cultivo de amendoim de 1ª safra em Mato Grosso do Sul apresenta crescimento expressivo em relação à safra anterior. Em área colhida, a projeção é de 42,3 mil hectares, um aumento de 99,5% em relação aos 21,2 mil hectares registrados na safra 2023/2024; enquanto que na produção estimada, a expectativa é de 95,7 mil toneladas na safra 2024/2025, superando em 126,5% as 42,5 mil toneladas da safra anterior.

Rosana Siqueira, Semadesc

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