Na fazenda Paraíso, localizada no distrito de Garcia já possui 230 hectares de pés de laranjadas plantadas; mais investimentos no setor já foram anunciados e a atividade vai gerar empregos e renda para o município
A terra fértil, água em abundância, logística e ambiente promissor de Mato Grosso do Sul têm atraído cada vez mais a indústria internacional. Além da expansão da celulose e da produção de biocombustível que continuarão em 2025, as produtoras de laranja também podem reforçar a economia do Estado, com fábricas de suco, inclusive em Três Lagoas.
É de conhecimento de todos que o município é uma potência quando o assunto é celulose. A cidade abriga três linhas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado. Três Lagoas é pioneira no setor em Mato Grosso do Sul e exemplo para outras cidades do Estado.
NOVA ATIVIDADE
Grande parte da economia de Três Lagoas é gerada devido às fábricas, mas outro setor está chegando para ficar e promete movimentar ainda mais o desenvolvimento do município. Conforme apurado pelo Perfil News, a citricultura pode prosperar no município e região, gerando mais renda e emprego para a população.
A cultura da laranja tem um papel fundamental na economia do país. Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores dessa fruta — e do suco dela. Essa cultura já rende boa lucratividade ao município.
A expectativa é em Mato Grosso do Sul a citricultura possa atingir 30 mil hectares de laranja plantadas. Para isso o Estado se prepara para receber esses investimentos, como aconteceu em Sidrolândia. Porém, municípios como; Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Brasilândia, Paranaíba, Cassilândia e Naviraí, também já estão investindo nessa cultura. Com isso, a citricultura começa a se consolidar no Estado, sendo uma boa alternativa de produção.
CINTURÃO CITRÍCOLA
A chegada desses novos cultivos faz com que o município se desenvolva, gere emprego e prospecte novos projetos. Mato Grosso do Sul está se consolidado como o “cinturão citrícola” do Brasil. Em novembro de 2024, o Governo do Estado anunciou que o MS vai receber investimento de R$ 1,2 bilhão da empresa Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles), em Água Clara.
As negociações tiveram início em maio, durante o MS Day Internacional, em Nova Iorque – nos Estados Unidos. A previsão da empresa, segundo o Campo Grande News, é de investir ao longo de quatro anos, e a meta é de colher 8 milhões de caixas da fruta.
Naquele mesmo mês, o Grupo Cutrale, apresentou a primeira fase da sua produção em Sidrolândia, que já está em pleno vapor. O projeto prevê plantio de laranja em quase 5 mil hectares.
Na época, o governador Eduardo Riedel, e o secretário Jaime Verruck, se encontraram com o representante do grupo na Fazenda Aracoara, situada entre Sidrolândia e Campo Grande, na BR-060.
Na ocasião, foi visitada a área experimental de 120 hectares que já está em plena produção. Ao todo serão investidos R$ 500 milhões pelo grupo empresarial.
INVESTIMENTO MILIONÁRIO
A expectativa é que em abril de 2026, a fazenda tenha 4,8 mil hectares plantados, e quando o pomar atingir 8 anos, a estimativa é de produção de 8 milhões de caixas de laranja por ano. O projeto tem investimento previsto de R$ 500 milhões, e pode chegar a R$ 1 bilhão.
No ano passado o governador Eduardo Riedel na companhia do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, reuniram-se com o empresário, Jamil Buchalla Filho, que pretende investir na citricultura em Três Lagoas.
Na ocasião, Buchalla apresentou o plano de negócios. Naquela ocasião, o empresário enfatizou sua satisfação com a receptividade do governo. “Vamos fazer esta nova produção de citricultura no Estado e por isso viemos aqui conversar com o governador. Saímos satisfeitos com a receptividade e portas abertas do Estado. Já estamos com as licenças prontas e vamos começar o projeto, em uma cultura que vai gerar empregos, já que precisa de uma mão de obra maior”, destacou.
DOENÇA DE GREENING
O empresário adiantou ainda que na área será feito um viveiro, com as mudas de dentro do próprio Estado. “Resolvemos fazer neste modelo até para garantia de não trazer de outros estados em função da doença de greening. Já compramos uma parte da irrigação para começar o plantio”, completou.
O greening, ou “doenças do ramo amarelo”, é considerada a praga dos citros de maior importância no mundo em função da dificuldade de controle, da rápida disseminação e por ser altamente destrutiva. O primeiro relato da doença foi feito da China, em 1919, espalhando-se daí para outros países. No Brasil (São Paulo) foi relatada em Araraquara em 2004, estando hoje em mais de 100 municípios produtores (dados da Embrapa).
FAZENDA PARAÍSO
Uma prova inequívoca que investir na citricultura na região de Três Lagoas, traz bons rendimentos é o resultado obtidos na Fazenda Paraíso, localizada no distrito de Garcias.
A propriedade possui uma área de 3.500 hectares, dos quais, 230 foi preparado para o cultivo da citricultura e os demais em pastagens para cria, recria e engorda de gado nelore.
De acordo com o Engenheiro Agrônomo, Eduardo Garbin Sgobi, um dos proprietários da fazenda, a estimativa de colheita para a safra 2024/2025 é 2.400 caixas por hectares no pomar oito anos e 1.300 caixas por hectares no pomar de 17 anos. De acordo com Sgobi, a fazenda é pioneira no plantio de laranja em Mato Grosso do Sul.
O agrônomo explicou ainda que para ter uma boa produtividade o clima tem que colaborar. Exemplo disso é a produção da safra anterior, 2023/2024 que atingiu 3.200 caixas por hectares no pomar de oito anos e 2.500 caixas no pomar de 17 anos.
Conforme detalhou Sgobi a safra da laranja ocorre entre os meses de fevereiro a abril que é e colheita temporana e após agosto a outubro, totalizando seis meses do ano. Durante a entressafra cerca de 45 colaboradores trabalham nos pomares e esse número dobra do período da colheita.
Inclusive existe uma espécie de competição entre os trabalhadores que são premiados com brindes, como; aparelho de TV, celular, aparelho de som, geladeira e até notebook para àqueles que conseguem sobressaírem como melhores colhedores, conforme mostram as fotos na galeria acima.
A fazenda Paraíso possui uma moderna estrutura de maquinários, equipamentos, galpão e até um ônibus para transportar os trabalhadores aos pomares. Toda produção é comercializada em Campo Grande, Três Lagoas e para os estados de Roraima, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Sergipe.
CELULOSE
Mato Grosso do Sul tem quatro indústrias do ramo de papel e celulose que compõem o ranking das produtoras mais bilionárias do Brasil: Suzano, com três linhas e Eldorado com uma linha. Outra indústria em construção é a chilena Arauco, que vai investir R$ 25 bilhões no Projeto Sucuriu que está sendo construído no município de Inocência.
Se considerar somente o setor de papel e celulose, de três empreendimentos, 49 mil empregos diretos e indiretos serão gerados, incluindo a fase de obras e depois de entrar em operação.
Somados a produção das indústrias de celulose com a citricultura produzindo sucos para exportação, a região se consolidará definitivamente na liderança absoluta de geração de empregos, rendas e divisas para o Mato Grosso do Sul.
(*) Com informações do Campo Grande News e Secom MS
Fotos e vídeo: Eduardo Garbin Sgobi – Fazenda Paraíso