A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura mais de dois meses, está causando um impacto significativo no comércio exterior e na logística nacional do Brasil.
De acordo com empresas que atuam no setor, a greve represou cerca de 75 mil remessas expressas de importação e exportação, gerando prejuízos bilionários para empresas e consumidores.
As mercadorias paradas nos terminais alfandegários do Brasil estão causando problemas para as empresas de logística e para as cadeias produtivas. Produtos essenciais, como kits laboratoriais e peças industriais, estão presos nos depósitos, prejudicando as pequenas e médias empresas (PMEs) e colocando-as em risco.
O presidente da Frente Parlamentar Livre Mercado (FPLM), deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, alertou os ministérios da Fazenda e da Gestão e da Inovação para agirem para destravar as operações e evitar um colapso ainda maior no comércio exterior e na logística do país.
A greve foi deflagrada em 21 de novembro, após decisão do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), que reivindica reajustes salariais e melhores condições de trabalho nas aduanas brasileiras.
Os auditores fiscais também alegam que o Ministério da Gestão descumpriu termo de compromisso que previa que as negociações relativas à reestruturação de carreiras e reajustes de remuneração ocorreriam no âmbito das mesas específicas e temporárias que deveriam ser instaladas até o mês de julho.
De acordo com dados do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (Sindasp), greves anteriores resultaram em perdas de R$ 3 bilhões em apenas seis meses. Especialistas alertam que a atual paralisação pode ser ainda mais devastadora para a economia nacional.
Além disso, dados da Organização Mundial das Aduanas (OMA) de 2023 analisados pelo Sindifisco Nacional mostram que o Brasil conta com um agente público aduaneiro a cada 2,2 mil km², enquanto a Alemanha tem um a cada 8 km², a França a cada 40 km² e a Argentina a cada 500 km².
A greve está causando um impacto significativo na economia brasileira, com perdas para empresas e consumidores. É necessário que os ministérios da Fazenda e da Gestão e da Inovação atuem para destravar as operações e encontrar uma solução para a greve.
Rodrigo Marinho, diretor-executivo do Instituto Livre Mercado (ILM), enfatizou que “a economia brasileira não pode ficar refém desse impasse. Empresas enfrentam dificuldades gigantescas, consumidores estão frustrados, e o país perde credibilidade internacional. Precisamos de uma solução urgente”.
(*) Com informações do site Metrópoles