A Polícia Civil indiciou um pastor evangélico após cinco mulheres denunciarem o líder por crimes de violação sexual mediante fraude.
Conforme divulgado na última quarta-feira (29) pelo site Campo Grande News, a maioria dos crimes aconteceu durante momentos religiosos na região do Assentamento Vera Nilda, em Antônio João, município que fica a 319 km de Campo Grande.
As investigações tiveram início a partir das denúncias feitas pelas cinco mulheres, que frequentavam a igreja liderada pelo pastor. Elas contaram que foram abusadas pelo autor sob o pretexto de realizar orações individuais em um local conhecido como “Oração no Monte”, que fica no assentamento próximo ao município.
As vítimas narraram que foram levadas a um local isolado e escuro, onde o pastor tocava nas partes íntimas delas e forçava contato físico e, em alguns casos, colocava para fora o pênis.
O líder utilizava justificativas espirituais, como a necessidade de “cura” ou “libertação de demônios”, para cometer os abusos. Além disso, após os abusos, o pastor dizia ter ligações com o crime organizado para as vítimas sentirem medo e não denunciarem o crime.
Em seu interrogatório, o pastor negou a prática dos crimes, afirmando que as orações eram sempre realizadas na presença de outras pessoas.
Ele também disse que as acusações foram motivadas por desentendimentos entre as vítimas e sua esposa. No entanto, a polícia constatou que o modus operandi do autor foi semelhante em todos os casos: ele se aproveitava de sua posição de líder espiritual para isolar as vítimas em locais escuros e praticar o crime.
A polícia afirmou que as vítimas, que buscavam orientação espiritual com o pastor, eram submetidas à situação de extrema vulnerabilidade, o que dificultou sua capacidade de reagir ou denunciar os abusos imediatamente. A conduta do pastor não apenas violou a integridade física e psicológica das vítimas, mas também abusou da fé e da confiança que elas depositavam nele como líder espiritual.
Com o encerramento das investigações, o inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público Estadual para oferecimento de denúncia. O caso agora está nas mãos do Ministério Público, que decidirá se oferecerá denúncia contra o pastor e se ele será julgado por seus crimes.