A preocupação com o colesterol é frequentemente associada a adultos, especialmente àqueles com fatores de risco para doenças cardiovasculares. No entanto, o colesterol elevado também pode afetar crianças e, se não for identificado e tratado, pode levar a problemas de saúde graves, com surgimento precoce. Neste contexto, a prevenção e a detecção oportuna são fundamentais para garantir a saúde cardiovascular dos pequenos.
O colesterol é uma substância cerosa e gordurosa produzida pelo fígado e encontrada em determinados alimentos. “Embora seja essencial para o funcionamento do corpo, o excesso de colesterol no sangue pode levar ao acúmulo de placas nas artérias, um problema conhecido como aterosclerose. Esse acúmulo pode obstruir o fluxo sanguíneo e aumentar o risco de doenças cardíacas, derrames e outros problemas de saúde”, detalha o médico e coordenador do curso de Medicina da faculdade Uniderp Ponta Porã, José Ricardo Scalise.
Muitas vezes, o colesterol elevado acaba sendo mais comum em adultos, o que não impede que crianças também podem desenvolver níveis altos de colesterol, especialmente quando há fatores como dieta inadequada, sedentarismo, obesidade ou histórico familiar de problemas cardíacos.
O Dr. Scalise aponta que o colesterol elevado, em sua maioria, não apresenta sintomas visíveis. Isso significa que é possível que uma criança tenha níveis elevados de colesterol sem apresentar sinais óbvios. Contudo, existem alguns fatores e condições que podem aumentar o risco de colesterol elevado, como:
Excesso de peso ou obesidade: Crianças com sobrepeso têm maior probabilidade de apresentar níveis elevados de colesterol e outros problemas relacionados à saúde cardiovascular;
Dieta rica em gorduras saturadas: Uma alimentação com alto consumo de alimentos processados, frituras e alimentos ricos em gorduras trans pode contribuir para o aumento do colesterol;
Histórico familiar: Se pais ou familiares próximos têm histórico de colesterol elevado ou doenças cardíacas precoces, as crianças podem estar mais predispostas a desenvolver problemas similares;
Sedentarismo: A falta de atividade física é outro fator que pode contribuir para o aumento do colesterol, especialmente o colesterol “ruim” (LDL).
O médico conta que entre as dúvidas mais frequentes dos pais está quanto à idade adequada para a realização de testes que comprovem se o filho apresenta alteração nos níveis de colesterol, e explica. “A recomendação geral é que todas as crianças realizem a primeira avaliação do colesterol entre os 9 e 11 anos de idade, e novamente entre 17 e 21 anos. Essa triagem é fundamental, pois permite identificar precocemente o risco de doenças cardiovasculares e implementar mudanças no estilo de vida antes que problemas mais sérios se desenvolvam”.
A boa notícia é que o colesterol elevado pode ser prevenido e controlado com mudanças simples no estilo de vida, desde a infância. Algumas práticas recomendadas para manter os níveis de colesterol saudáveis incluem alimentação balanceada com controle de açúcares e gorduras, atividade física regular e controle de peso.