Governador destacou a produção de proteína animal, laranja, amendoim, grãos e a celulose, considerado o motor das exportações em MS
Com projeção de crescimento de 4,4% no PIB (Produto Interno Bruto), mantendo-se acima da média nacional, Mato Grosso do Sul segue em ritmo acelerado de crescimento com as mega indústrias já instaladas e que iniciarão operação no estado.
Em entrevista ao Roda Viva, o governador Eduardo Riedel (PSDB), afirmou que essa projeção é resultado da expansão de cadeias produtivas estratégicas em MS, como a proteína animal, laranja, amendoim, grãos e a celulose, considerado o motor das exportações como mostrou o Perfil News em reportagem anterior.
O governador destaca que a industrialização tem sido o grande diferencial para Mato Grosso do Sul. A expansão da celulose, com a presença de grandes players como Suzano, Eldorado Brasil, Arauco e Bracell, fortalece a economia e atrai novos investimentos. “O Estado se tornou um gigante na produção de celulose, com novos investimentos bilionários chegando”, destacou Riedel.
PILARES DA ECONOMIA
O setor de proteína animal também se consolida como um dos pilares da economia, com frigoríficos ampliando suas operações e aumentando a capacidade produtiva. Além disso, novas indústrias de processamento de laranja e amendoim estão se instalando, diversificando ainda mais a matriz econômica do Estado.
Outro fator que impulsiona o crescimento é o investimento em infraestrutura. “Somos o Estado que mais investe em infraestrutura em relação à receita corrente líquida, destinando 15,3%”, ressaltou o governador, reforçando que melhorias logísticas são fundamentais para garantir a competitividade industrial.
Também é importante contextualizar que Mato Grosso do Sul é o segundo maior produtor de amendoim e receberá a primeira fábrica de processamento da leguminosa em Bataguassu. Recentemente foi divulgado que a indústria terá investimento de R$ 117,5 milhões e conta com incentivos fiscais do Governo Estadual. Vale lembrar que Bataguassu deverá ser sede de nova mega indústria de celulose da Bracell.
Briga judicial não afeta investimentos, diz governador
Durante a entrevista, Riedel também foi questionado sobre a disputa judicial envolvendo a J&F, holding dos irmãos Batista, e a Paper Excellence, na compra da Eldorado Celulose, localizada em Três Lagoas. A batalha jurídica, que se arrasta desde 2017, levantou preocupações sobre possíveis impactos na segurança jurídica do Estado.
No entanto, para o chefe do Executivo, essa disputa não compromete os investimentos no setor de celulose, um dos mais promissores do Estado. “Essa é uma briga privada, a maior do Brasil, mas está compartimentalizada entre as empresas e suas teses jurídicas. Enquanto isso, seguimos avançando”, garantiu.
Ele citou como exemplo a inauguração da nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo e o início das obras da planta da Arauco, prevista para ser maior que a da Suzano, com investimento de R$ 22 bilhões.
“A Bracell já anunciou mais uma fábrica para o ano que vem, com licença já expedida. O que queremos é que essa disputa se resolva logo para que a produção possa crescer ainda mais”, concluiu.
Consolidação como Vale da Celulose
Em outubro de 2024 foi entregue o termo de referência para que Bracell pudesse acelerar Estudo de Impacto Ambiental e Relatório Impacto do Meio Ambiente da obra da fábrica de celulose que será construída no município de Água Clara.
Na ocasião, os documentos foram entregues pelo governador Eduardo Riedel e o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência Tecnologia e Inovação), aos diretores da empresa durante o Congresso e Exposição internacional de Papel e Celulose em São Paulo.
Jaime Verruck disse no evento que a nova fábrica em Mato Grosso do Sul consolida sua posição como Vale da Celulose, sendo o principal estado produtor de celulose do país.
“Este é mais um grande empreendimento consolidado. A Bracell já tem dois viveiros em nosso Estado, com mais de dois mil funcionários. Agora, eles apresentaram a proposta de implantação de uma indústria e vão iniciar os estudos de impactos ambientais. Esse é o processo de consolidação do parque da Celulose, onde praticamente hoje, todos os players do mundo começam a se posicionar. E assim, a própria Bracell, que já vivenciou esse processo todo, discutiu conosco o próximo passo, que será de infraestrutura, qualificação e logística. Esse é o próximo passo que vamos debater com a empresa que deve entregar os estudos em janeiro do próximo ano”, pontuou no evento.
