Um professor de 51 anos, identificado como Delfino Borvão, foi resgatado pela Polícia Militar na manhã desta quinta-feira (20) após ser sequestrado por um grupo de indígenas em uma aldeia em Amambai, cidade localizada a 351 quilômetros de Campo Grande.
Conforme o site Campo Grande News, o professor foi agredido e amarrado pelas pessoas e precisou ser levado para atendimento médico. De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais foram acionados pela liderança da aldeia, Oldeir Pavão Rodrigues, de 44 anos, após o grupo de mães ter levado a vítima amarrada até sua casa.
As mulheres ameaçaram linchar Delfino por não aceitarem mais ele dar aulas na escola que fica dentro da comunidade. A rejeição ao professor seria por conta de áudios espalhados em grupos há alguns meses em que ele teria ofendido os familiares dos alunos.
Quando os militares chegaram, encontraram Delfino deitado no chão no terreno da casa de Oldeir com os pés e mãos amarrados. Ele foi levado ao local após chegar à escola para dar aulas por volta das 7h. O professor estava com calça e camisa rasgadas e pedia socorro enquanto era agredido por, ao menos, 15 pessoas com facões, pedras, pedaços de madeira, estilingues e arco e flecha.
Ainda segundo o registro, quatro policiais estiveram no local e foram recebidos com muita agressividade. Eles deram início à negociação e, quando finalmente o grupo decidiu que deixariam a vítima sair, alguns integrantes passaram a gritar “vamos matar vocês também [policiais], não tentem salvar ele”.
Foi então que dois dos quatro militares entraram no meio do grupo e fizeram o resgate do professor, que foi levado ainda com os braços amarrados para a viatura e depois encaminhado para atendimento médico.
Procurados pela reportagem, Delfino afirmou não saber de nenhum áudio dele ofendendo familiares de alunos e relatou estar sendo ameaçado pelo grupo, que é apoiador de Oldeir há algum tempo e não é a primeira vez que é agredido.
No entanto, o líder da aldeia alegou não ter relação com o sequestrado, inclusive, foi ele quem acionou a polícia. Oldeir também nega que o grupo de mães tenha agredido Delfino e diz que elas apenas não querem mais que o professor dê aulas na escola da aldeia.
O caso foi registrado na delegacia da cidade e é investigado. A polícia busca entender os motivos por trás do sequestro e da agressão ao professor e também busca identificar os responsáveis pela ameaça à vítima. O caso é considerado grave e a polícia está trabalhando para garantir a segurança de Delfino e da comunidade da aldeia.