Ela é a quarta vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em um intervalo de 22 dias
Ainda segue foragido, Fausto Júnior Aparecido de Oliveira, de 31 anos, assassino de Mirieli Santos, de 26 anos, que foi morta a tiros no último sábado (22). Nesta madrugada de segunda-feira (24), revoltados com a impunidade do feminicídio, populares incendiaram um caminhão da empresa que supostamente pertencia a empresa do autor do crime.
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Segundo informações do registro policial, o casal estava em um quarto quando testemunhas ouviram os disparos. Depois disso, o irmão da vítima entrou na casa e encontrou Mirielle ferida.
Ele contou à polícia que levou a irmã para o carro do suspeito e eles seguiram para o hospital da cidade. Depois disso, o suspeito fugiu e deixou o veículo, uma caminhonete, no local.
DILIGÊNCIA POLICIAL
Em diligências na casa do autor, policiais encontraram um pote plástico com várias munições de calibre .22 intactas. No quarto, onde ocorreu o crime, foi encontrado um revólver calibre .38 municiado com seis cartuchos, sendo três deflagrados e os demais intactos.
ANTES DO FEMINICÍDIO JÁ TINHA MATADO UMA PESSOA E ESFAQUEADO OUTRA, MAS TAVA SOLTO
Suspeito de ter matado a tiros a empresária Mirieli teria assassinado Cleiton Eduardo dos Santos, em 2016. A vítima foi morta a tiros.
Além do feminicídio e do assassinato, o suspeito de matar Mirieli também é apontado como autor de uma tentativa de homicídio. O crime teria ocorrido em junho de 2023. Na ocasião, ele teria esfaqueado a vítima durante uma discussão na rua.
Veja como ficou o caminhão limpa fossa que foi incendiado por populares
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O suspeito foi detido e encaminhado para a delegacia da cidade. Já a vítima foi socorrida por terceiros e encaminhada para o hospital. A ocorrência foi registrada como lesão corporal.
MULHERES DO INTERIOR DE MATO GROSSO DO SUL ESTÃO AINDA MAIS VULNERÁVEIS
Mirieli é a quarta vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano de 2024. Após o caso da três-lagoense Vanessa Ricarte também ter sido assassinada pelo então ex-noivo neste mês de fevereiro, a discussão da violência contra a mulher no Estado ganhou até repercussão nacional, colocando em pauta o atendimento e acolhimento das vítimas em delegacias especializadas.
Após a grande repercussão, A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher por exemplo, vai apresentar melhorias, já que após uma série de encontros e medidas que buscam aperfeiçoar a estrutura, integrar os Poderes e melhorar o atendimento prestado às mulheres vítimas de violência, a DGPC/MS (Delegacia-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) instituiu um GT (Grupo de Trabalho) para analisar quase 6.000 (seis mil) boletins de ocorrência registrados na DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de Capital que não resultaram em instauração de procedimento ou que possuem providências pendentes.
O objetivo do grupo é aperfeiçoar o atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar. A medida visa promover maior eficiência e celeridade na apuração dos crimes contra a mulher.
Além dessas, outras melhorias estão sendo analisadas, tais como, maior efetivo policial para atender as vítimas, etc. Mas e as mulheres do interior de Mato Grosso do Sul, como ficam? De acordo com testemunhas, Água Clara chegou a ter um órgão (Casa da Mulher), voltada para atendimento à mulher, mas o local atualmente se encontra com as portas fechadas.
CRONOGRAMA
O primeiro feminicídio do ano aconteceu no dia 1º de fevereiro, em Caarapó, quando o ex-companheiro de Karin Corin, de 29 anos, atirou contra a jovem. Ele também matou a amiga de Karina, Aline Rodrigues, de 32 anos, que estava na loja onde as duas foram atacadas pelo homem.
O segundo foi a indígena Juliana Dominguez, de 28 anos, morta a golpes de foice durante a noite. O principal suspeito de cometer o crime é o companheiro da jovem, que fugiu após o crime.
O terceiro caso foi a jornalista e criadora de conteúdo, Vanessa Ricarte, de 42 anos. Ela foi brutalmente atacada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro. A morte de Vanessa resultou em discussões sobre a reformulação da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. A jornalista foi morta hora após pedir medida de proteção contra o ex-noivo.