Rota Bioceânica, que passará por MS, será estratégia de escoamento da produção do Centro-Oeste
O Brasil enfrenta perdas anuais estimadas em R$ 100 bilhões devido a entraves logísticos, incluindo infraestrutura precária, custos elevados de transporte e a dependência excessiva do modal rodoviário. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Associação Brasileira de Logística (Abralog), cerca de 60% da produção agrícola nacional é escoada por rodovias, muitas delas em más condições, especialmente nas regiões produtoras do Centro-Oeste e Norte.
Porém, a Rota Bioceânica, que ligará o Brasil aos portos do Oceano Pacífico, promete ser solução para o escoamento.
GARGALOS
A falta de infraestrutura adequada, incluindo portos sobrecarregados e baixa capacidade de armazenagem, também agrava a situação. Relatórios da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) e do Ministério da Infraestrutura (MInfra) apontam que os portos operam próximo ou acima de sua capacidade, gerando gargalos no escoamento da safra.
Esse cenário, aliado à baixa integração entre diferentes modais, faz com que os custos logísticos representem até 25% do custo total da produção agrícola—percentual muito superior ao de países concorrentes, como Estados Unidos e Argentina.
A IMPORTÂNCIA DA ROTA BIOCEÂNICA
Uma das alternativas para reduzir os custos logísticos e melhorar a competitividade do agronegócio brasileiro é a Rota Bioceânica, corredor rodoviário que ligará o Brasil aos portos do Oceano Pacífico, passando pelo Paraguai e Argentina até o Chile. A nova rota promete reduzir o tempo de transporte para mercados asiáticos em até 14 dias, tornando-se uma opção estratégica para o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
DEBATE SOBRE SOLUÇÕES
Diante desses desafios, membros do Global Real Estate Institute (GRI) e autoridades se reunirão no dia 11 de março para discutir soluções para tornar o escoamento da produção mais eficiente. Entre os participantes confirmados, estão:
– Caio Albuquerque, CP3P – Secretário-adjunto de Logística e Concessões do Estado de Mato Grosso
– Casemiro Tércio Carvalho – Partner da 4 Infra
– Davi Barreto – Diretor-presidente da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários)
– Fábio Lavor – Secretário-executivo adjunto do Ministério de Portos e Aeroportos
– Guilherme Campos Júnior – Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura
– Jaime Verruck – Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Mato Grosso do Sul
– José Demetrius – Diretor de Relação com o Mercado da CODEBA
A expectativa é que o encontro resulte em propostas concretas para modernizar a logística brasileira e reduzir os impactos econômicos da atual infraestrutura deficiente, além de discutir a viabilidade da Rota Bioceânica como alternativa estratégica para o comércio exterior.
