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Três Lagoas
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Mais um acidente fatal é registrado na BR 262; duplicação segue indefinida

O Governo do Estado assumiu a responsabilidade da BR 262, porém para duplicá-la ainda é um sonho distante, devido não haver interessados no leilão para concessão da rodovia  

Mais uma vez um grave acidente foi registrado na BR-262, também conhecida como rodovia da morte, em Três Lagoas. Desta vez, ocorreu uma colisão frontal de um veículo que era conduzido por Roger Everton Arguelho Wanzambok, de 25 anos, com uma carreta que transportava tora de eucalipto. Segundo apurou a PRF, Roger perdeu o controle do carro, invadindo a pista contrária, colidindo frontalmente com a carreta, que pegou fogo e a carga de eucaliptos ficou espalhada pela via, bloqueando a pista por horas.  

Infelizmente, tragédias como esta, são constantes há anos na mesma rodovia e nenhuma solução é tomada.

Mais um acidente fatal é registrado na BR 262; duplicação segue indefinida

Porém, por outro lado a imprudência de alguns motoristas, alta velocidade, ultrapassagens em locais proibidos e falta de sinalização também são fatores que contribuem para o aumente das estatísticas de acidentes.

Mais um acidente fatal é registrado na BR 262; duplicação segue indefinida

FLUXO INTENSO

Com o passar dos anos, o fluxo de veículos disparou nas estradas sul-mato-grossenses. Na região de Três Lagoas, por exemplo, a instalação das fábricas de celulose atraiu milhares de novos moradores, mas não foram feitas melhorias significativas nas estradas para suportar o fluxo, o que causou muitas mortes nos últimos anos.

O crescimento que as fábricas de celulose trouxeram para o Mato Grosso do Sul é algo inquestionável. Indústrias fazem a economia disparar e atraem milhares de novas pessoas. Com isso, os ‘contos de fadas’ também têm seus vilões e um deles é a BR-262, no trecho entre Três Lagoas a Campo Grande.

O município de Três Lagoas abriga duas linhas da Suzano e uma da Eldorado. Ribas do Rio Pardo também é outra linha da Suzano que entrou em operação em 2024. Uma fábrica da Arauco está sendo construída em Inocência. Uma indústria da Bracell também está no radar da empresa para ser construída em Água Clara. Ainda em Três Lagoas, uma nova linha da Eldorado está no cronograma da empresa para ser construída e as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) devem ser retomadas em breve.

FLUXO

Cada obra dessas citadas acima precisa de milhares de pessoas para serem construídas. Já imaginou o fluxo de veículos e carretas nessas rodovias sem estarem adequadas para suportar o tráfego? Em Ribas do Rio Pardo, por exemplo, o número de carros aumentou 9 vezes mais, além do fluxo das carretas treminhões com cargas de toras de eucaliptos e outras com fardos de celulose.

A duplicação da BR-262 foi extremamente cobrada por vários políticos e pela população. A rodovia liga várias cidades de Mato Grosso do Sul e se tornou foco de acidentes no Estado. A instalação de novas atividades econômicas na região — ligadas ao plantio de eucalipto e fábricas de celulose — influencia o aumento do fluxo de veículos e, consequentemente, o maior número de acidentes.

Há muitos anos a BR-262 e a BR-267 (Bataguassu à Campo Grande) servem como principais trechos de transporte logístico, e sempre foram alvos de reclamações dos motoristas pelos constantes riscos de acidentes. São inúmeros acidentes já registrados em ambas as rodovias.

A obra é cobrada desde gestões antigas. Um exemplo foi o que aconteceu em 2019, quando o então Ministro de Michel Temer, Carlos Marun chegou a visitar a cidade para dar ordem de serviço. As obras até começaram, mas logo foram paralisadas.

LEILÃO SEGUE INDEFINIDO

Agora, após inúmeras negociações do Governo de Mato Grosso do Sul com o Governo Federal, o que parecia um sonho distante parece estar mais próximo, mas agora segue indefinido. O bloco de rodovias que vai para o leilão passa por nove municípios do Estado, entre eles Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Água Clara, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Anaurilândia.

Compreende os seguintes trechos: MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo (226,3 Km); MS-338, que liga Santa Rita do Pardo e o entroncamento com a MS-395 (60,1 Km); e MS-395, de Bataguassu ao entroncamento com a MS-338 (7,7 Km); além da BR-262, ligando Campo Grande a Três Lagoas (328,2 Km) e BR-267, de Bataguassu a Nova Alvorada do Sul (248,1 Km).

Nesse pacote estão previstos 114,5 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 dispositivos, que vão proporcionar mais segurança. Ainda terá a prestação de serviços aos usuários por meio de 50 veículos operacionais, entre ambulâncias, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas e inspeção para controle do tráfego.

ROTA DA CELULOSE

Recentemente, o governador Eduardo Riedel (PSDB), usou as redes sociais para anunciar que o projeto Rota da Celulose segue firme, mas empresas não estão se interessando pelo projeto.

Do valor previsto, R$ 6 bilhões seriam destinados a melhorias na infraestrutura e ampliação de capacidade (Capex), enquanto R$ 3 bilhões seriam aplicados em investimentos operacionais.

O plano envolve melhorias significativas, como a duplicação de 116 quilômetros de pista, a construção de 251 quilômetros de faixas adicionais e a implementação de 457 quilômetros de acostamento. No entanto, o leilão não atraiu propostas, o que levou ao adiamento da disputa.

E assim, a situação persiste nas rodovias, sem uma previsão concreta para uma solução definitiva. Enquanto as autoridades não se conscientizarem do real problema na região, acidente como ocorreu nessa semana será mais um número a ser contabilizado na rodovia da morte.  

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