Além de Wanderleia Caravina, as prefeituras de Água Clara, Aral Moreira, Bodoquena, Brasilândia, Caarapó, Campo Grande, Coronel Sapucaia, Douradina, Eldorado e Jateí, também estão sendo chefiadas por mulheres
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é mais do que uma data comemorativa; é um marco histórico na luta por igualdade de gênero e direitos humanos. Reconhecida oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977, a data tem suas raízes no início do século XX, quando movimentos reivindicavam melhores condições de trabalho, direito ao voto e igualdade social. Desde então, o 8 de março simboliza tanto conquistas quanto desafios na construção de uma sociedade mais justa.
A representatividade das mulheres na política é ainda um tema muito discutido pelos partidos, mas a situação vem mudando nos últimos anos. Com grandes nomes femininos em destaque na política regional, Mato Grosso do Sul tem registrado um aumento da participação das mulheres em cargos públicos de poder nos últimos anos.
FORÇA FEMININA
Um exemplo de força feminina na política acontece em Bataguassu. Wanderleia Caravina (PSDB) é a prefeita da cidade e não chegou sozinha. A nova chefe do Executivo trouxe uma novidade diferente de tudo que já foi visto. Todas as chefias das secretarias do seu mandato serão administradas por mulheres.
Em janeiro, durante a posse, Wanderleia apresentou o seu secretariado mais feminino, mostrando a força da mulher em cargos de chefia. A Secretaria de Administração e Finanças será comandada por Rosemeire Guirado.
A pasta da Saúde: Aline Cauneto. Educação e Cultura: Nilza Primo. Infraestrutura: Eliane Souza. Assistência Social: Thais Thomazini. Meio Ambiente e Agricultura: Ana Laura Pereira Martins. Turismo e Desenvolvimento Econômico: Maria Elenir da Silva, já a Secretaria de Esporte e Lazer será chefiada por Dayane Vidotto.
Wanderleia é a primeira mulher a assumir o cargo no município. Além da prefeita, Cleyton Silva (PP), eleito vice-prefeito, o único homem com cargo de liderança na gestão da tucana.
MULHERES NA POLÍTICA DE MATO GROSSO DO SUL
Mato Grosso do Sul mais que dobrou o número de mulheres eleitas às prefeituras municipais e o Estado chegou a 13 prefeitas eleitas no pleito de 2024. No primeiro turno, realizado no dia 6 de outubro, 12 candidatas foram eleitas no pleito municipal nos municípios do interior e, com o segundo turno em Campo Grande, número chegou a 13.
Mais votada no primeiro turno, Adriane Lopes (PP) manteve a vantagem nas urnas e foi reeleita prefeita de Campo Grande no dia 27 de outubro, segundo turno das eleições municipais. No primeiro turno, a prefeita recebeu mais de 140 mil votos e no segundo turno, 222.699 votos na preferência dos eleitores.
Em 2020, apenas cinco mulheres foram eleitas. Desta vez, foram cinco candidatas eleitas pelo PSDB, três pelo MDB, duas pelo Progressistas, uma pelo Partido Liberal e uma pelo PSD.
Além de Wanderleia Caravina, as prefeituras de Água Clara, Aral Moreira, Bodoquena, Brasilândia, Caarapó, Campo Grande, Coronel Sapucaia, Douradina, Eldorado e Jateí, também estão sendo chefiadas por mulheres desde o começo de 2025.
BATAGUASSU E O GOSTINHO DO DESENVOLVIMENTO
Wanderleia mal assumiu a cadeira de prefeita da cidade e já precisa lidar com o pleno desenvolvimento que Bataguassu está passando. A Bracell, uma das gigantes do setor de celulose, está conduzindo estudos para a instalação de uma nova fábrica de celulose na cidade, que já prevê a geração de até 10 mil novas vagas de emprego durante a construção da indústria.
INVESTIMENTO BILIONÁRIO
O investimento será de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões). A Bracell terá a capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas anuais de celulose solúvel especial, um produto de alto valor agregado utilizado em indústrias como têxtil, farmacêutica, cosmética e alimentícia.
Paralelamente, a Bracell confirmou estar investindo em outra unidade em Água Clara, também em Mato Grosso do Sul. A região do Bolsão, que já é líder em exportação, deve permanecer, já está recebendo ainda mais empreendimentos.
A Gigante Arauco já está sendo construída em Inocência. Três Lagoas abriga a Suzano e a Arauco. Ribas do Rio Pardo também começou a operar com uma Suzano em 2024. Além disso, obras paradas como a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III) de Três Lagoas devem ser retomadas, deixando a região já conhecida como ‘Vale da Celulose’ ainda mais rica.
Assim como Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo passaram. Inocência está passando e a possível chegada da nova fábrica de celulose em Bataguassu trará desafios para a infraestrutura local, exigindo investimentos em saúde, educação e habitação.
A implantação de uma nova fábrica demandará melhorias na infraestrutura local para suportar o aumento populacional e o fluxo de trabalhadores. Atualmente, Mato Grosso do Sul abriga quatro indústrias de celulose em operação e lidera a produção nacional do setor, respondendo por 24% do mercado brasileiro.
