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sexta-feira, 21 de março de 2025

TEMOS VAGAS: ‘Boom’ de empregos e falta de mão de obra desafia setores produtivos em MS

Expansão industrial aumenta demanda por trabalhadores qualificados que supera a oferta local e atrai profissionais de outros estados e países vizinhos, como o Paraguai; somente o setor da celulose gerou mais de 32 mil empregos em MS

Por: Nathalia Santos e Ricardo Ojeda

Nos últimos anos, Mato Grosso do Sul tem passado por um paradoxo intrigante que desafia os setores produtivos no Estado: a grande oferta de vagas de trabalho disponíveis, mas uma escassa mão de obra de profissionais para preencher essas oportunidades. Nesta reportagem, o Perfil News trouxe entrevistas exclusivas com a superintendência do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), Semadesc (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), além das indústrias de celulose em MS, Eldorado Celulose, Suzano e a Arauco, que trouxeram o panorama da situação da oferta e procura de emprego em MS.

Em entrevista especial ao jornal, o superintendente do MTE em Mato Grosso do Sul, Alexandre Moraes Cantero, destacou um dos maiores desafios enfrentados pelo estado: a falta de mão de obra qualificada em diversos setores da economia. O cenário se potencializou, principalmente, com a chegada das indústrias de celulose, que gerou mais trabalho do que força de trabalho em MS. 

IMPORTAÇÃO DE COLABORADORES

O fator tem levado os setores a fazerem buscas ativas por pessoal, parcerias por qualificação e até “importação” de colaboradores.

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Superintendente do MTE-MS, Alexandre Morais Cantero

Ele explica que, no ano passado, aproximadamente 24.280 vagas de trabalho deixaram de ser preenchidas em Mato Grosso do Sul. Os setores mais afetados incluem agropecuário, indústria, serviços, construção civil, comércio, comunicação e financeiro.

“Temos uma dificuldade para contratar funcionários qualificados, especialmente no setor florestal, na piscicultura e no processamento de celulose. A previsão é de que até 2032 sejam gerados aproximadamente 90 mil empregos nesses segmentos. No entanto, a falta de trabalhadores qualificados compromete esse crescimento”, explicou o superintendente.

Cantero falou ao Perfil News que a indústria também enfrenta desafios semelhantes. Usinas sucroalcooleiras e a produção de grãos sofrem com a escassez de mão de obra qualificada nas áreas de manutenção industrial e eletrônica. O setor de bioenergia, impulsionado pela produção de etanol e biocombustíveis, também carece de profissionais capacitados para operação e manutenção industrial. Na mineração e na logística, a realidade é a mesma: há vagas disponíveis, mas poucos profissionais capacitados para ocupá-las.

REDUZIR DÉFICIT DE TRABALHADORES E ‘IMPORTANDO’ MÃO DE OBRA

Para enfrentar essa deficiência, o governo estadual, com apoio do MTE, criou o programa MS Qualifica, que visa capacitar profissionais para suprir a demanda do mercado de trabalho. O superintendente do MTE explica que a parceria com a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS) e outras entidades busca oferecer formação profissional aos trabalhadores. 

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Em fevereiro, as entidades anunciaram acordo para atrair trabalhadores paraguaios para MS. Cantero explica que programa não visa tirar trabalho de sul-mato-grossenses, mas sim veio para combater o tráfico de pessoas e o trabalho em situação análoga à escravidão.

“Outro aspecto relevante é a regularização migratória de trabalhadores estrangeiros, especialmente paraguaios, que passam pelo estado. Isso evita que caiam na informalidade, no trabalho escravo ou sejam vítimas de tráfico de pessoas. Eles recebem documentação adequada, incluindo CPF e visto de trabalho”, explicou o superintendente. 

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50 cursos gratuitos em vários municípios do MS são oferecidos pelo MS Qualifica (Foto: Divulgação)

Uma das iniciativas desenvolvidas pelo MTE é a criação de salas de aula em parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), dentro do Programa Acolhida. “Nessas salas, imigrantes recebem aulas gratuitas de português e qualificação profissional para se integrarem ao mercado de trabalho”, destacou Cantero.

E OS TRABALHADORES BRASILEIROS?

Diante da preocupação com a inserção dos brasileiros no mercado, Cantero reforçou que o programa MS Qualifica é voltado prioritariamente para os trabalhadores nacionais. Além disso, outras iniciativas como os cursos oferecidos pelo IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), SENAI, SENAC e SENAR têm ajudado na formação profissional.

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O programa MS Qualifica leva formação profissional de graça para quem busca oportunidade, principalmente às pessoas de baixa renda (Foto: Assessoria)

O superintendente também sugeriu que o governo avalie a possibilidade de manter temporariamente os benefícios sociais para trabalhadores de baixa renda que ingressam no mercado formal. “É importante garantir que essas famílias não percam sua segurança financeira imediatamente ao conseguirem um emprego formal, permitindo uma transição mais estável”, argumentou.

Cantero concluiu ressaltando a importância da capacitação e da integração entre os setores público e privado para suprir a demanda por mão de obra no estado. “Precisamos de um somatório de esforços para garantir que tanto brasileiros quanto migrantes tenham acesso ao trabalho digno e que a economia do estado continue crescendo de forma sustentável”, finalizou.

EXPANSÃO INDUSTRIAL IMPULSIONA CAPACITAÇÃO 

Nos últimos anos, MS tem experimentado um crescimento significativo no setor industrial, especialmente com a expansão das indústrias de celulose. Esse avanço tem gerado um grande volume de empregos, criando uma demanda por trabalhadores qualificados que supera a oferta local e atrai profissionais de outros estados e países vizinhos, como o Paraguai, como mencionado anteriormente.

Diante desse cenário, o Governo do Estado, por meio da Secretaria Executiva de Qualificação Profissional e Trabalho da Semadesc, tem investido fortemente na capacitação da mão de obra local. Ao Perfil News, o secretário executivo Esau Aguiar destacou os principais avanços e desafios desse processo.

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Esaú Rodrigues Aguiar, secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho da Semadesc (Foto: Mairinco de Pauda)

Para atender à crescente demanda por trabalhadores qualificados, a secretaria coordena o MS Qualifica, o Plano Estadual de Qualificação Profissional. O programa foi estruturado para oferecer cursos gratuitos alinhados às necessidades do mercado, garantindo que os sul-mato-grossenses estejam preparados para ocupar as vagas geradas pelo crescimento industrial.

“Nosso foco é capacitar a população e garantir que as oportunidades de trabalho fiquem aqui. Trabalhamos em parceria com o Sistema S, universidades e empresas do setor para oferecer cursos que atendam às necessidades reais das indústrias em expansão”, afirmou Esau Aguiar.

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A qualificação profissional é um dos principais pilares da gestão do governador Eduardo Riedel, que colocou o tema como prioridade em seu plano de governo (Foto: Assessoria)

Segundo ele, o plano abrange áreas estratégicas, como operação de máquinas industriais, manutenção industrial, eletrônica, logística e tecnologia da informação. “A qualificação profissional é a chave para garantir que a população local tenha acesso a empregos de qualidade e possa crescer junto com a economia do estado”, destacou.

Outra iniciativa importante coordenada pela secretaria é a intermediação de mão de obra, realizada em conjunto com a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab). A entidade é responsável pelo encaminhamento de trabalhadores às vagas disponíveis, garantindo que a mão de obra qualificada encontre colocação no mercado.

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“A Funtrab desempenha um papel essencial na conexão entre empresas e trabalhadores. Nosso objetivo é facilitar esse encontro, tornando o processo mais eficiente e acessível para todos”, explicou Aguiar.

Para Esau Aguiar, a qualificação profissional não é apenas uma resposta às demandas da indústria, mas também um meio de promover inclusão social e gerar renda para a população. “Nosso compromisso é garantir que o crescimento econômico do estado se traduza em melhoria de vida para os sul-mato-grossenses. A capacitação profissional é um dos caminhos mais eficientes para isso”, concluiu.

ELDORADO FORTALECE EMPREGABILIDADE E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

A Eldorado Brasil tem se consolidado como uma das principais empregadoras de Mato Grosso do Sul, priorizando a contratação de trabalhadores locais. Em 2024, a empresa contratou 1.288 profissionais, sendo 820 residentes no estado e 468 em São Paulo.

Em entrevista ao Perfil News, o diretor de recursos humanos, sustentabilidade e comunicação da Eldorado Celulose, Elcio Trajano Jr, explicou que a prioridade da empresa é sempre buscar profissionais no estado.

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“Nosso primeiro foco sempre é Mato Grosso do Sul. Apenas quando não há procura suficiente, expandimos a busca. Toda a minha equipe de busca de novos talentos está praticamente 100% no estado, trabalhando localmente. Quando surge qualquer oportunidade, buscamos primeiro na região. Só vamos para outros locais quando não encontramos pessoas inscritas ou interessadas para determinada posição”, disse.

A empresa investe continuamente na capacitação de seus colaboradores por meio de treinamentos técnicos, legais e comportamentais oferecidos por fornecedores locais, além de parcerias educacionais que incentivam o aprendizado contínuo. Atualmente, sua plataforma de aprendizagem conta com mais de 850 cursos, permitindo o desenvolvimento profissional em diversas áreas. Além disso, programas corporativos internos preparam os trabalhadores para novos desafios e oportunidades dentro da companhia.

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A Eldorado Brasil Celulose é uma das mais eficientes e sustentáveis empresas de base florestal para produção de celulose do mundo (Foto: Assessoria)

Com um compromisso contínuo com o desenvolvimento da região, a Eldorado gera, em média, 1.200 empregos por ano no estado. Nos últimos quatro anos, foram criadas mais de 5.000 oportunidades, reforçando sua contribuição para a economia local.

Apesar do aquecimento do mercado de trabalho no Centro-Oeste, a empresa ainda não precisou recorrer a contratações em nível nacional. “Investimos muito em capacitação. Temos um centro de treinamento florestal de altíssimo padrão, onde conseguimos formar profissionais desde o início, ensinando-os a operar equipamentos e a atuar com alta performance dentro da empresa. Além disso, contamos com parcerias com universidades e instituições como o Senai, que nos ajudam a garantir mão de obra qualificada.”

FOCO

Com a meta de preencher a maior parte de suas vagas com trabalhadores locais, a empresa mantém parcerias com instituições de ensino e oferece treinamentos internos.

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A Eldorado Brasil investe na qualificação dos colaboradores para que possam crescer na empresa (Foto: Assessoria)

“Todos que entram na Eldorado passam por um processo de formação muito forte, seja internamente ou externamente”, afirma Élcio Trajano, diretor de Recursos Humanos, Sustentabilidade e Comunicação da companhia. “Temos programas de desenvolvimento para liderança, uma academia de liderança, programas de mentoria e um case muito bacana que é o programa Acelera, que ajuda nossos profissionais a se qualificarem educacionalmente. Estamos constantemente investindo na capacitação dos nossos colaboradores para que possam crescer na empresa.”

Além da qualificação interna, a presença da Eldorado no estado tem um impacto significativo na economia local. A demanda por serviços e infraestrutura cresce conforme a empresa expande suas operações. “A Eldorado não gera apenas empregos diretos. Quando uma indústria desse porte se instala em uma cidade como Três Lagoas, o impacto vai muito além. Precisamos de fornecedores, escolas, hospitais, infraestrutura, estradas. O efeito multiplicador é enorme”, destaca Trajano.

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A necessidade de mão de obra qualificada faz com que a empresa também busque profissionais fora do estado para posições específicas. “Buscamos sempre na região, mas, se não encontramos profissionais qualificados para determinadas posições, precisamos contratar de outros estados”, explica o executivo. “Algumas funções exigem conhecimentos muito específicos e, nesse caso, buscamos profissionais onde for necessário. No entanto, nossa operação industrial e florestal, que representa a maior parte das vagas, é ocupada majoritariamente por trabalhadores de Mato Grosso do Sul.”

PROGRAMA ACELERA

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O Programa surgiu para atender a crescente demanda de interessados em avançar nas suas trajetórias profissionais (Foto: Assessoria)

Um dos destaques nos programas de capacitação da Eldorado é o Programa Acelera, que incentiva os colaboradores a completarem sua formação educacional. A partir de 2025, o projeto será ampliado para beneficiar também familiares dos funcionários.

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“O Acelera é um dos nossos maiores projetos de desenvolvimento humano. Ele permite que nossos colaboradores façam o Encceja, terminem os estudos e tenham acesso a novas oportunidades dentro da empresa” 

“Em 2025, vamos expandir esse programa para os familiares dos nossos funcionários, incluindo esposas, maridos e filhos, reforçando nosso compromisso com a educação e o crescimento da comunidade.”

Com ações voltadas tanto para o aprimoramento profissional quanto para o bem-estar dos funcionários, a Eldorado segue consolidando sua presença no estado e fortalecendo a mão de obra local.

Atualmente, há cerca de 579 vagas abertas na empresa. A Eldorado mantém um fluxo contínuo de contratações para acompanhar a alta demanda de produção, que opera 20% acima da capacidade nominal da fábrica. Além disso, a empresa incentiva o crescimento interno, promovendo 713 colaboradores somente em 2024. Essa estratégia reforça o compromisso da companhia com a valorização dos trabalhadores e o desenvolvimento de carreiras dentro da organização.

SUZANO JÁ GEROU 13 MIL POSTOS DE EMPREGOS EM MS

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A Suzano investiu cerca de R$ 60 milhões em novos caminhões, maquinários e tecnologia embarcada, além da geração de mais de 140 empregos, incluindo 132 vagas para motoristas, das quais 26 foram ocupadas por mulheres (Foto: Assessoria)

A Suzano reforça seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico e a valorização da mão de obra local em Mato Grosso do Sul. A maioria dos colaboradores da companhia, incluindo cargos de liderança, é composta por trabalhadores do estado. Esse resultado é fruto de investimentos contínuos em capacitação interna e parcerias para formação profissional, uma iniciativa que começou com a implantação da primeira fábrica em Três Lagoas e foi ampliada com a construção da nova unidade em Ribas do Rio Pardo.

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A empresa investe na qualificação de trabalhadores por meio de parcerias com instituições como Senai, SEST SENAT, governos estadual e municipais, entre outros. Para atender à nova unidade, já foram formados, em parceria com o Senai, mais de 200 profissionais para a silvicultura, com 40% de contratação, e mais de 300 pessoas para a colheita, com alto índice de aproveitamento. 

Em 2023, foram oferecidas 552 vagas de formação e, em 2024, o número subiu para 666. Além disso, na operação industrial, 198 pessoas foram qualificadas com cursos técnicos e pós-técnico, das quais 66,6% foram contratadas, sendo 83% originários de Ribas do Rio Pardo e região.

A companhia também mantém iniciativas como o Programa Escola de Motoristas Profissionais, em parceria com o SEST SENAT, que visa formar 150 condutores para a logística florestal até o segundo semestre de 2024. Outros projetos incluem cursos de Ensino Médio Profissionalizante, lançados recentemente em parceria com o Governo do Estado, além do curso EJA Qualifica, destinado à formação de viveiristas florestais. 

PARCERIA

A parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) também resultou no curso técnico em Tecnologia de Silvicultura, cuja primeira turma está prestes a iniciar.

Conforme informado ao Perfil News, a unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo já gerou mais de 13 mil postos de trabalho diretos no estado, sendo 10 mil na fase de implantação e 3 mil na fase operacional. Atualmente, a empresa emprega cerca de 9 mil trabalhadores diretos em Mato Grosso do Sul, distribuídos entre as unidades de Ribas do Rio Pardo, com 3 mil funcionários, e Três Lagoas, com 6 mil. Somente em 2024, foram feitas 1.103 contratações, sendo 133 na indústria e 970 no setor florestal. Em 2023, na unidade de Três Lagoas e municípios vizinhos, foram realizadas 1,2 mil admissões, com destaque para a ocupação de mais de 33% dessas oportunidades por mulheres.

PLANTANDO O FUTURO

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O projeto Plantando o Futuro é uma iniciativa de dois anos que visa capacitar 2.390 pessoas e tirar pelo menos 1.434 pessoas da linha da pobreza em 10 municípios de atuação da Suzano em Mato Grosso do Sul. Além da Capital, Água Clara, Brasilândia, Bataguassu, Três Lagoas, Selvíria, Aparecida do Taboado, Inocência, Santa Rita do Pardo e Ribas do Rio Pardo devem receber cursos de qualificação profissional

SETOR FLORESTAL

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O viveiro da Suzano em Ribas do Rio Pardo gera cerca de 240 empregos (Foto: Assessoria)

Apesar do mercado aquecido no setor florestal e de celulose, a Suzano prioriza a formação de mão de obra local para suprir a demanda crescente. A empresa mantém iniciativas como o Programa Cultivar, o Programa Escola de Motoristas e o Programa Somar, além de portas de entrada como programas de estágio técnico, aprendizagem e o Formare. A grande maioria dos postos de trabalho gerados no estado tem sido ocupada por profissionais de Mato Grosso do Sul.

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A Suzano mantém um fluxo contínuo de contratações, e novas vagas são divulgadas regularmente na Plataforma de Oportunidades da empresa, acessível pelo link https://suzano.gupy.io/. Além disso, as oportunidades em Mato Grosso do Sul são compartilhadas semanalmente com a imprensa, facilitando o acesso de todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual.

ARAUCO AMPLIA OPORTUNIDADES EM MATO GROSSO DO SUL

O Projeto Sucuriú, desenvolvido pela Arauco no Mato Grosso do Sul, tem gerado milhares de oportunidades de emprego e incentivado a qualificação profissional na região de Inocência. 

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A empresa explicou ao Perfil News que realiza buscas ativas em todo o estado para preencher suas vagas, além de abrir oportunidades para profissionais de outras localidades. As contratações acontecem online, por meio do perfil oficial da Arauco Brasil no LinkedIn.

Atualmente, o Projeto Sucuriú conta com mais de 2.400 trabalhadores, entre funcionários terceirizados e próprios, atuando na construção da nova fábrica. Durante essa etapa, a contratação de profissionais fica a cargo das empresas parceiras, que são orientadas a priorizar a mão de obra local. Desde 2009, a Arauco mantém operações florestais no estado, com um quadro de 1.428 colaboradores, sendo 990 residentes no Mato Grosso do Sul.

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Para garantir a qualificação da mão de obra local, a Arauco tem firmado parcerias estratégicas com o Poder Público e entidades como Sistema S (Sebrae, SESI, Senac, Senai e Senar) e FIEMS. Algumas das iniciativas já realizadas incluem:

  • Encceja (2023) – em parceria com o Sesi, para auxiliar jovens e adultos na conclusão dos estudos;
  • Programa de Qualificação de Fornecedores (2023) – em parceria com o IEL, preparando empresas para atender às demandas da indústria;
  • Conexão Arauco (2024, maio) – programa voltado ao desenvolvimento de fornecedores locais;
  • Parceria com o Senai/MS (2024, maio) – para formação e capacitação de mão de obra, especialmente na fase de preparo de área (terraplanagem).

14 MIL EMPREGOS

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Foto registrada quando a Arauco iniciou a terraplanagem do Projeto Sucuriú, em junho de 2024 (Foto de Marcio K Shimamoto)

O Projeto Sucuriú prevê a geração de mais de 14 mil empregos durante a fase de construção da fábrica. Após sua conclusão, serão mantidos 6 mil postos permanentes de trabalho nas áreas florestal, industrial e logística, com qualificação assegurada pela Arauco.

Com essas iniciativas, a empresa reafirma seu compromisso com o desenvolvimento econômico e social do Mato Grosso do Sul, garantindo capacitação profissional e oportunidades de emprego para a população local.

INDÚSTRIAS DE CELULOSE IMPULSIONA DEMANDA POR ENGENHEIROS FLORESTAIS E UFMS ABRE NOVAS VAGAS NO SETOR

A falta de mão de obra para o grande número de vagas de emprego em Mato Grosso do Sul tem levado as universidades a abrirem novas oportunidades de curso. Impulsionado pelo crescimento das indústrias de celulose, há demandas por engenheiros florestais. Para atender essa necessidade crescente, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) anunciou a abertura de 35 vagas no curso de Engenharia Florestal em Chapadão do Sul. O Perfil News mostrou a seleção em reportagem anterior.

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Polo florestal

A chegada de grandes empresas do setor, como Suzano e Eldorado, transformou o estado em um dos principais polos de produção florestal do país. O Mato Grosso do Sul já conta com mais de 1,45 milhão de hectares de eucalipto cultivados em 72 municípios, sendo que cinco dos dez municípios brasileiros com as maiores áreas de florestas plantadas estão no estado, com destaque para Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas e Água Clara. Com a expansão das operações, a necessidade de mão de obra qualificada se tornou um desafio, o que reforça a importância de iniciativas como a ampliação da oferta de cursos na UFMS.

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As indústrias têm investido fortemente na qualificação de trabalhadores, tanto por meio de parcerias com instituições como Senai e SEST SENAT quanto pela criação de programas internos de formação. No entanto, a alta demanda por profissionais especializados ainda exige novas estratégias. O setor de celulose e papel, que opera em um mercado altamente tecnológico e competitivo, precisa cada vez mais de engenheiros florestais para gerenciar as florestas plantadas, otimizar a produtividade e garantir práticas sustentáveis.

PROCESSO SELETIVO

Para os estudantes interessados em ingressar na área, o processo seletivo Quero Ser UFMS 2025 representa uma oportunidade estratégica. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 12 de março de 2025. O curso de Engenharia Florestal pode ser uma excelente escolha para quem busca uma carreira promissora, já que o estado possui um dos maiores crescimentos no setor florestal no Brasil.

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No ano passado, os alunos do Curso de Engenharia Florestal da UFMS participaram da II Jornada Florestal Reflore (Foto: Assessoria)

A seleção deste ano traz uma novidade: além das formas tradicionais de ingresso, candidatos que não participaram de processos seletivos anteriores poderão concorrer utilizando apenas o histórico escolar do ensino médio e uma carta de intenção. A primeira convocação para matrícula será divulgada em 21 de março de 2025, e as aulas terão início logo após a efetivação da matrícula.

Diante da expansão das indústrias de celulose e do crescimento das áreas de florestas plantadas, a formação de novos engenheiros florestais será fundamental para garantir a continuidade do desenvolvimento sustentável e a competitividade do setor no estado.

INDÚSTRIAS DE MS REGISTRIRAM 1.536 NOVAS VAGAS DE EMPREGOS

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O setor industrial em Mato Grosso do Sul apresentou um bom desempenho em 2024, com um crescimento de 3,5% na produção e na geração de empregos (Foto: Assessoria FIEMS)

A atividade industrial, que engloba os setores de transformação, construção, serviços industriais de utilidade pública e extração mineral, gerou 1.536 novas vagas em janeiro, resultado de 8.801 admissões e 7.265 desligamentos. Os dados são do Observatório da Indústria da Fiems divulgados neste mês de março.

Entre os segmentos que mais contrataram, destacam-se a construção de edifícios (+316), obras de terraplanagem (+160), abate de bovinos (+125), obras de montagem industrial (+122) e coleta de resíduos (+100). Outras áreas com crescimento significativo foram a fabricação de celulose (+98), curtimento de couro (+78), montagem de estruturas metálicas (+62), instalação e manutenção elétrica (+61), fabricação de álcool (+56), obras de acabamento (+56), manutenção de máquinas e equipamentos (+45) e fabricação de pré-moldados de concreto armado (+40). Juntas, essas atividades foram responsáveis por 1.319 das novas vagas abertas no mês, segundo o economista-chefe da Fiems, Ezequiel Resende.

SALDOS DE EMPREGOS

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No recorte por municípios, os maiores saldos de empregos foram registrados em Campo Grande (+299), Três Lagoas (+190), Inocência (+182), Nova Andradina (+182), Paranaíba (+112), Santa Rita do Pardo (+102), São Gabriel do Oeste (+94), Sidrolândia (+87), Água Clara (+48) e Batayporã (+46).

Com esse desempenho, o setor industrial encerrou janeiro com um total de 159.127 trabalhadores formais. Desse contingente, 117.019 atuam na Indústria de Transformação, 29.226 na Construção, 8.362 nos Serviços Industriais e 4.520 na Indústria Extrativa Mineral. “O saldo positivo reforça a relevância da indústria na geração de empregos e no desenvolvimento econômico do estado”, destacou Resende.

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