Os alertas de desmatamento no Cerrado continuam a ser uma preocupação nos dois primeiros anos do governo Lula (PT), superando os registrados no mesmo período da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2023, o desmatamento no Cerrado atingiu 7.848,01 km², com 16.773 alertas emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). As informações foram divulgadas pelo site Metrópoles neste último domingo (23).
Em 2024, houve redução da área desmatada para 5.901,21 km², mas o número de alertas aumentou para 17.158.
Raimundo Barbosa, especialista em planejamento e gestão ambiental, avalia que o aumento do desmatamento no Cerrado pode estar relacionado à intensificação da fiscalização na Amazônia, deixando o bioma mais vulnerável. Além disso, a expansão da fronteira agrícola, especialmente da soja, é um dos principais fatores da devastação.
O desmatamento no Cerrado pode ter consequências graves, incluindo a perda de biodiversidade, a redução da qualidade da água e a contribuição para as mudanças climáticas. O Cerrado é conhecido como o “berço das águas” e sua destruição pode levar à falta de água em regiões importantes do país.
Os dados de 2025 indicam redução no desmatamento em relação ao ano passado. Entre 1º de janeiro e 14 de março de 2024, foram desmatados 1.250,87 km², enquanto, no mesmo período deste ano, o número caiu para 952,82 km².
Em contraste com o cenário do Cerrado, os dados do Inpe para a Amazônia apontam que fevereiro de 2025 registrou o menor número de alertas de desmatamento na Amazônia Legal para o mês desde o início da série histórica, em 2016.