Durante manifestação realizada neste último domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e afirmou ter esperança em uma possível reversão de sua inelegibilidade até as eleições presidenciais de 2026. Para isso, disse contar com mudanças na composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e possível apoio internacional.
De acordo com o site Metrópoles, Bolsonaro criticou decisões do TSE durante as eleições de 2022, acusando a Corte de atuar para favorecer o presidente Lula.
Ele destacou que, a partir de 2025, o ministro André Mendonça — indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF) — presidirá o TSE, e isso mudaria o “perfil” do tribunal.
“O ano que vem o TSE terá um perfil completamente de isenção e poderemos confiar nas eleições do ano que vem”, disse.
O ex-presidente também expressou expectativas de apoio externo após a eventual eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, afirmando que “algo pode vir de fora”.
“Hoje faltou um filho meu aqui, o 03, que fala inglês, espanhol, árabe… tem contato com pessoas importantes nos EUA”, afirmou, referindo-se ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do cargo e vivendo nos EUA.
Outros filhos de Bolsonaro, como Flávio, Carlos e Jair Renan, estavam presentes no ato.
Bolsonaro citou o julgamento do ex-assessor Filipe Martins nos EUA, previsto para a próxima quarta-feira (9 como exemplo de repercussão internacional do caso brasileiro.
Martins foi preso por supostamente tentar fugir após participar da comitiva que viajou aos EUA com Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022.
Segundo Bolsonaro, sua saída do Brasil naquele dia foi o que impediu o que chamou de “golpe perfeito” dos aliados de Lula. Ele afirmou que, se tivesse permanecido no país, seria preso ou até assassinado.
“Se eu tivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de janeiro ou, quem sabe, assassinado por botarem esse vagabundo na Presidência”, declarou, sem citar o nome de Lula.
Réu no STF por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro disse que sua inelegibilidade é fruto de perseguição política e judicial. Ele classificou como absurdo ter sido punido por se reunir com embaixadores para criticar o sistema eleitoral.
“Me acusam de golpe por uma live. Quem deu o golpe foi quem tirou Lula da cadeia”, afirmou.
Ele também comparou sua situação à de outros políticos que, segundo ele, estão sendo alvo de “lawfare”, como Donald Trump, a francesa Marine Le Pen e o candidato romeno Calin Georgescu.
Em sua fala, Bolsonaro ainda mencionou que o atual sistema tenta eliminar da corrida eleitoral de 2026 nomes ligados à direita. Como exemplo, citou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que também está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral local.
“Eu estou inelegível porque me reuni com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão, como o Lula fez”, disparou, em referência a uma visita do petista a uma favela carioca durante a campanha de 2022.
Participações no ato
Além de Bolsonaro, a manifestação contou com a presença de políticos e apoiadores como:
- Michelle Bolsonaro (PL-DF)
- Tarcísio de Freitas (SP)
- Romeu Zema (MG)
- Jorginho Mello (SC)
- Ronaldo Caiado (GO)
- Wilson Lima (AM)
- Ratinho Júnior (PR)
- Mauro Mendes (MT)
- Senador Rogério Marinho (PL-RN)
- Deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Caroline De Toni (PL-SC), Altineu Cortês (PL-RJ)
- Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
- Vice-prefeita de Dourados (MS), Gianni Nogueira
- Pastor Silas Malafaia
Em mais uma tentativa de apelo internacional, Bolsonaro se arriscou em inglês para dizer que “um pipoqueiro e um sorveteiro foram presos por tentativa de golpe de Estado”, o que gerou memes nas redes sociais.